quarta-feira, 1 de maio de 2013

ALEXANDRIA - CAPÍTULO IV - PARTE I

Era 5 de outubro de 1795, uma grande mudança na estrutura organizacional da França tinha se dado, as eras dos déspotas teoricamente haviam chegado ao fim, porém um caos generalizado eclodia todos os dias, com aqueles que tinham menos poder no passado, demonstrando que perceberam sua força, diversas cabeças rolaram, pelo rápido movimento da lâmina de uma máquina que era tão assustadora quanto o Juggernault, todos os dias a guilhotina era acionada indiscriminadamente, muitos diziam que ela cortava as cabeças antes mesmo do sujeito ser questionado do por que se encontrava em frente de um "juri".

Em meio a isso tudo, um astuto general francês de origem italiana, chamado Napoleão Bonaparte estava em batalha contra os monarquistas de Paris. Esse general estava ganhando poder entre os homens influentes da França, além da Torre dos Dez.

Ele havia estudado táticas militares em La Fère, se formando tenente em 1785 e lá ouviu umas histórias intrigantes sobre um homem que trabalhava para o imperador, que tinha uma habilidade intelectual muito grande. Tinha uma grande vontade de conhecer esse homem, até que em 1793, foi obrigado a fugir para a França continental, correndo direto até Paris e lá conseguiu um encontro com esse homem.

Entre os escombros de uma antiga casa, um grupo de homens de patentes militares se encontram e um ar de conspiração se expandia pelo local. Estava frio e escuro, e as vezes se escutavam vozes ecoando pela noite, alguns acreditavam que essas eram as vozes de pessoas guilhotinadas. Os dois grupos se encontram, haviam umas nove pessoas, um grupo com seis e outro com três aparentemente, porém ninguém negava que entre os escombros alguém se encontrava escondido, com um mosquete apontando em direção à cabeça de alguém.

- Você é Bonaparte? Perguntou o homem alto e magro.
E dentre as três figuras do outro grupo, um homem veio a luz e disse:

- Esse é meu nome! quem os dizes?
O homem o observa e diz:
- Você não é o general Bonaparte!

O homem irritado dá mais dois passos a frente, ficando totalmente iluminado por uma entrada de luz, franzindo a testa e puxando uma pistola ele diz:

- Como ousa me desmentir, puxe sua pistola, vamos duelar!
O homem magro fica parado e calado, olhando para os outros dois homens na sombra.
- Vamos! Enfrente-me! Bradava o homem.

- Saia das sombras general, vamos conversar. E continuou: 
- Você me chamou aqui estou.

O homem com a pistola engatilha a arma e mira entre os olhos do homem magro. Mas nessa hora uma voz vinda das sombras ecoa:
- Abaixe a arma.
Prontamente o homem abaixa a pistola e começa a caminhar de volta para as sombras, nesse momento uma das figuras se desloca e se manifesta.
- Sou Napoleão Bonaparte.
- Sim agora é você!
- Como sabe que sou eu e não o homem que se encontrava a instantes na sua frente?

O homem magro abre um sorriso e diz:
- Não sou chamado de Vernaculista a toa, sua fama o precede general.
- Que fama?
- Todos os homens que escapam da morte frente a seu exército, dizem que um homem baixo e com aspecto diferente, ficando com uma mão por dentro da farda, é a pura imagem do demônio ou da loucura.

Um ar de espanto aparece na face do general, não era possível saber se aquilo era por orgulho ou por medo de sua reputação. Mas uma coisa era explicita, o brilho nos olhos do pequeno homem contagiava quem o observava.

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