segunda-feira, 25 de julho de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE XI

Muitos homens são facilmente comprados, outros são facilmente induzidos ao erro ou mesmo ao acerto, nesses dias os homens estão sendo, por incrivel que possa parecer, induzidos ao erro e não comprados, uma vez que seus serviços valeriam muito mais do que esta sendo pago.

Uma boa alimentação, aposentos limpos e uma linda mulher, pode parecer ótimo para qualquer homem, mas não é suficiente quando se pensa nisso em termos de horas. Seria excelente se tudo fosse garantido por uma vida inteira, uma vida onde se poderia constituir família e um lar para descansar, algo pelo que lutar e sonhar todas as noites, isso realmente traz esperança ao coração até do mais bruto. Muitos sonhavam com isso aquela noite, quando se encontravam no quarto ao lado da prostituta que fora lhe fora entregue, eles sabiam que o que estava por vir não seria simples, pois era como sair para caçar uma alma penada, se é que quem eles iriam caçar tinha uma alma. Todos sabiam que as chances de vitória eram pequenas, uma vez que nem o próprio exército, que era mais numeroso, mas não mais bem preparados, tinham conseguido exito frente ao Macula. Então todos eles aproveitaram cada minuto que lhes foi garantido, para muitos a melhor situação de conforto que tiveram na vida, mas para outros tudo não passava de uma marcha fúnebre.

O imperador não era ignorante, ele sabia que todos os seus mercenários não dariam conta do assassino, mas se caso conseguissem exito ele teria lucro total, pois teria exterminado o único homem que lhe trazia medo e teria ganho novos aliados, uma vez que os mercenários sobreviventes seriam novos nobres. Se todos fossem exterminados, ele também sairia no lucro, pois os homens dentro do reino, que tinham mais chances de entrarem em seu aposento e assassinar-lhe durante a noite, sob o contrato de algum inimigo, teriam morrido. Deixando dessa forma José II confortável com o que se desenrolaria dentre esses dias que estavam por vir. Mas mal sabia ele que um novo contrato havia sido feito por suas costas, na surdina, onde seu irmão Leopoldo, havia contratado ninguém menos que seu alvo para lhe matar.

Leopoldo II era tão ganancioso por poder quanto seu irmão, queria chegar a imperador de qualquer forma, sendo que sempre estava por perto de José, bajulando-o e observando tudo ao seu redor, como uma víbora pronta para o ataque. Sempre dava um jeito de colocar na comida do imperador e da imperatriz certos venenos que causavam esterelidade e mesmo aborto, uma vez que a imperatriz també podia não ser fiel ao imperador, garantindo não aparecer um filhor legítimo ou mesmo um bastardo reclamando ao trono, no caso da eventual morte de José II. Leopoldo não fazia ideia de que os imperadores eram escolhidos segundo a vontade de uma ordem secreta, mas sabia que não era passado de família para família segundo a vontade de um imperador morimbundo ou mesmo com conquistas de guerra. A única coisa que ele sabia era que quando os impérios começaram, houve a escolha de alguém para ser o imperador, sendo que essa escolha não foi feita por acaso, mas sim levando em consideração o potencial do indivíduo.

A ordem jamais teria escolhido Leopoldo frente a seu irmão se houvesse uma eleição para o imperador, pois ele era muito mais astuto que José, muito menos influenciável e com ego menos inflado, tornando-o um grande problema então para a Europa naquele contexto. Geralmente os integrandes que tinham maior poder dentro da ordem, não demonstravam isso, pois queriam governar nas sombras, comandar sem que os outros percebessem que estavam sendo induzidos. Os integrandes que pareciam ter mais poder, geralmente eram uns pobres coitados que tinham os egos maiores que os seus impérios, sendo assim facilmente controláveis.

domingo, 10 de julho de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE X

Após a caminhada dentro de um clima gélido, vindo da Romênia até a Austria, eles chegavam perto dos portões do grande palácio imperial de Hofburg, que além de enorme era extremamente belo. Apesar de ser um déspota josé II fazia de seu império um bom lugar para viver, desde que se fosse um nobre ou que se ajoelhasse a suas vontades. Ele era casado com Maria Josefa da Baviera, ou seja, tinha grande influência sobre toda a região. Seu casamento não foi de sua escolha, mas sim uma exigência de sua mãe Maria Teresa da Áustria, para que o império fosse forte, uma vez que ela o comandava na época, sendo José II apenas o co-regente até a estranha morte de sua mãe. Maria Josefa não era a primeira esposa de José, ela era a secunda, sendo que sua primeira esposa foi Isabel de Parma, que morreu de forma misteriosa três anos após o casamento.

O Imperador carregava nas costas, alguns assassinatos dentro de sua casa, elevando-se nos níveis da Torre. Após cada assassinato a ordem lhe trocava o anél. Era óbvio que todos dentro dos níveis sabiam que José era um assassino, mas permitiam sua subida, pois acreditavam que ele não era preparado para lidar com tanto poder, sendo que qualquer membro pudesse mata-lo e dessa forma, tomar pra si o controle de um grande império. Qualquer um que anexasse o Sacro Império Austro-Húngaro ao seu império normal comandaria a Europa.

Perto dos portões os homens reclamavam do frio, achando que iriam adentrar no palácio, mas o homem de peruca os conduzio a um beco escuro e fétido, onde bêbados urinavam e ratos se alimentavam. Ele para na frente do muro e desloca uma pedra abrindo uma pequena abertura, lá ele coloca seu cetro de arauto e o gira, como se fosse uma chave em um cadeado, abrindo uma espécie de alçapão.

- Todos vocês entrem!

Um a um, sob a mira de mosquetes, os mercenários desceram uma escada úmida e bastante escorregadia por causa de limo. No fundo havia um túnel que levava a uma espécie de calabouço, onde se encontrava uma mesa grande e oval.

- Agora fiquem sentados que o Imperador vira falar com vocês.

- O Imperador! Em tom de zombaria um dos homens diz, mas sendo rapidamente corrigido com uma coronhada no rosto.

Então escutou-se alguns passos e uma porta abriu, era José II e toda a sua pompa, entrando e andando no meio de maltrapilhos. Os guardas e o emissário fazem uma reverência se curvando.

- Vossa majestade! Como prometido, aqui estão os homens mais cruéis do império.
José os observa e diz:

- Como eles fedem!

Todos permaneceram calados, mas notava-se a vontade em cada olho daqueles homens, de colocar as mãos no pescoço alvo e fino daquele homem e então estrangula-lo.

- Muito bem seus porcos sabem por que eu os convoquei não! E continuou.

- Quero que matem, ou melhor, tragam para mim com vida para que eu mesmo o mate, aquele que se denomina Macula. Em troca lhes darei ouro e títulos, além é claro de poderem circular por todo o império sem serem molestados.

Os homens permanecem calados e apreensivos.

- Hoje vocês serão levados a aposentos limpos, poderão tomar banho, ter uma refeição, uma cama e uma mulher do bordél. Tudo em troca do sim de vocês, aquele que não quiser será dado aos cães.

Aqueles homens cansados não tinham outra escolha senão dizer sim a vontade do déspota. Mas naquele momento, pensar em um banho quente, uma boa refeição, em uma cama para descansar o corpo doido e uma austríaca para dar prazer era tudo o que eles precisavam. Mas não percebiam que era como vender a alma ao demônio, prazeres momentâneos em troca de algo precioso que seria cobrado mais a frente.