Alva é a pele do amaldiçoado...
Alva como a neve do inverno negro,
Que enfrentamos na alvorada dos novos tempos.
Fria é sua pele, gelada é sua alma...
Como a neve daquele inverno negro...
Monocromática foi a visão que tive daqueles campos...
Monocromatismo de um feixe de luz.
Que se move com baixa freqüência.
Espectro vermelho, líquido e quente...
Jorrado de inocentes gargantas.
Lâminas prateadas refletem a luz da alvorada.
O Carmim lava o metal.
E então o amaldiçoado corre para as trevas.
Onde nem se quer um único fóton é capaz de ser liberado.
Sombras escurecem sua pele...
A noite ressurge...
O adorador da lua põe-se a acordar.
A luz prateada de sua deusa o atrai...
Mais uma vez a carnificina noturna se iniciará...
E a neve, carmim novamente ficará.
Presas, garras e ódio...
Sinta o cheiro...
O sabor...
O calor...
A textura do líquido perseguido...
...Monocromática agora se tornou a pele do amaldiçoado.
Mas pela manhã...
Mais uma vez fria e alva essa será.
Pois esse é seu fardo...
Essa é sua maldição.
Este é o inverno que enfrentamos.