domingo, 31 de janeiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capitulo II - Parte V

Marcus Antonius, entrou no palácio e foi em direção da grande piscina onde Brutus evaporou, ele andava pelas grandes salas, cruzando os recintos escuros e vazios, os passos firmes de suas sandálias eram ecoados pelos cômodos, o chão refletia sua imagem, e ele podia ver sua armadura dourada com o contraste de sua capa vermelha.

Chegando na piscina, os corpos do general e da mulher se encontravam ainda no fundo da mesma, o mau cheiro começava a impregnar o ar e atrair nuvens de moscas. Na posição onde Brutus sumiu, uma grande marca preta tingia os ladrilhos brancos, adornados com afrescos de caçadas míticas. Era como se Brutus tinha desaparecido, mas sua sombra tinha escolhido ficar para trás.

Ao observar mais atentamente, logo ao fundo da grande piscina, um dos afrescos, uma cabeça de leão havia se despregado da parede e caído. Marcus Antonius desceu até o fundo da piscina e pegou a pequena obra de arte, ele observou-a por alguns segundos e foi em direção a parte de onde havia sido desprendido. Tentando ver se ainda havia encaixe na parede, ele nota que algo havia batido na peça e a derrubado. Observando mais atentamente, ele vê que na base do pescoço do leão, uma pequena peça metálica se encontra incrustada na parede, ele força um pouco e remove a peça.

Era uma pena prateada, símbolo das águias dos estandartes romanos, algo sagrado para os cidadãos do Lácio.

Logo ao fundo uma silhueta se aproximava, alguém estranho coberto por uma grande túnica branca, ele segurava um arco prateado apontando uma flecha com a ponta em forma de pena de águia para Marcus Antonius.

O general ficou parado e olhou fixamente para a figura, que deu alguns passos para trás e foi em direção ao jardim do imperador. Marcus Antonius saiu correndo da piscina brandiu sua espada e exclamou em alto e bom tom para o estranho para e virar para ele.

O estranho continuou andando, até que chegou próximo aos pés de romã e as parreiras de uva, aquilo que parecia uma grande túnica se abriu em um gigantesco par de asas brancas. E em um grande movimento, mas com elegância e leveza, o estranho subiu rumo ao firmamento. O céu estava escuro e logo Marcus Antonius não viu mais a aparição fantástica.

O general guardou esta experiência em seu intimo até próximo ao seu leito de morte, quando contou tudo a um escriba, que registrou como um delírio do infermo.

Segundo os Papirus Alexandrinus os Incubus viviam em uma ilha denominada Atlântida, que era um resquício do continente original da Terra. Todos os Incubus eram na realidade criaturas Angelicomorfas, mas que por causa do contato com uma pequena criatura, tornaram-se hospedeiros de uma grave doença. Esta doença fazia com que eles perdessem a cor normal da pele, tornando-a vulnerável a luz do sol, quando exposta prolongadamente aos raios. As penas das asas caiam dando origem a uma grande pele e novos ossos nas mesmas. Algo grotesco, que devia ser isolado da sociedade, exilado em uma ilha prisão, que recebeu o nome de Atlântida. As criaturas angelicomorfas viviam em ilhotas aquecidas por vulcões, perto dos pólos gelados da terra. Estes seres viram toda a evolução dos seres humanos na terra, contemplaram coisas boas e catástrofes.


“Criaturas terríveis, feias, bizarras e grotescas, que queriam beber o sangue dos sãos, eram terríveis, mas não mereciam ser destruídos, portanto uma terra foi dada a eles... pena que os mesmos não se contentaram com ela.”

sábado, 30 de janeiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo II - Parte IV

Naquele mesmo dia uma multidão se juntou aos pés do palácio do imperador, afim de contemplar seu corpo morto, mas os pretorianos não deixavam que os patrícios chegassem próximo às escadarias. Nesse momento uma grande comitiva cortava a praça central, era Marcus Antonius se aproximando, o grande general, nem mesmo os pretorianos parariam tamanha comitiva. As portas foram abertas e o corpo visualizado sobre a grande mesa, um grande sentimento de tristeza tomou conta dos legionários de Marcus Antonius. O corpo foi levantado e levado para fora do Senado, então o general subiu as escadas e pronunciou um discurso, que mais parecia uma oração. O povo se inflamou, e tomaram o corpo de César, levando-o para frente do Fórum.

Ali uma grande pira foi erguida, ali César foi cremado, ali um grande grito de guerra surgiu. Roma estava entrando em uma grande guerra civil.

As portas da casa do novo imperador foram guarnecidas com praticamente uma legião de semi-Incubus, mas que nada poderiam fazer frente ao grande exército de patrícios, escravos, camponeses e legionários fieis a César, que despontavam de todos os lados na grande praça de Roma. Uma primeira saraivada de flechas foi deferida contra aquela legião sombria. Feridos eles ainda ficaram de pé. Mas uma segunda saraivada foi dada, esta com pontas de prata, massivamente os legionários fieis a Brutus vieram ao chão. Os poucos que ficaram de pé largaram as armas e abriram o portão.

Quando o grande exército romano adentrou o palácio, algo inesperado aconteceu, línguas de um fogo negro ¹ cobriram toda aquela legião, muitos caíram, muitos morreram, muitos fugiram. O palácio era completamente negro por dentro, somente se via os olhos vermelhos que corriam entre as labaredas sombrias. Muitos demônios dançavam naquele dia, não havia escapatória para os seguidores de Marcus Antonius. Vendo o desastre e também o tamanho poder de Brutus, o grande general toma por decisão recuar, ele acreditava que tinha um animal encurralado, o problema é que ele havia esquecido que quando um animal fica encurralado ele ataca com toda a sua força. Muitos legionários, cidadãos e escravos valorosos morreram naquele dia.

Recuados e humilhados o revoltosos correram para as montanhas, afim de se organizar novamente para uma grande ofensiva. Até que em 19 de julho de 44 a.C, uma noticia vem de Roma, no fim da tarde deste mesmo dia, um grande clarão foi visto sair de dentro do palácio.
Brutus estava morto, seu corpo não foi visto depois do clarão, a piscina onde se encontrava estava seca, havendo ao fundo um corpo de mulher e de um general. Roma respirava aliviada.



(1) Segundo os Papirus Alexandrinus, o fogo negro não passava da invocação das sombras e materialização dela por um Incubus Mor, que havia a pouco vertido as ânforas da Cama de Vida. Isso lhe garantia muita força durante um período curto de tempo.

“Todas as criaturas malignas conseguem fazer com que as trevas lhe obedeçam, mas é claro que depois de um tempo estas lhes punem com um colossal cansaço e fraqueza.”

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Papirus Alenxandrinus - Capítuo II - Parte III

15 de março de 44 a.C
O imperador corria entre as pilastras de mármore, majestosas e aterradoras, sombras o perseguia junto de uma triste luz amarelada, não o brilho do sol nascente, mas sim das tochas dos traidores.

A sua frente se encontrava as grandes portas do Senado, mas quando se aproximava, uma silhueta conhecida apareceu, um calafrio percorreu sua espinha. Nesse momento César para, olha ao redor e vê seus soldados cruzando as lanças, de uma forma como se evitassem sua passagem para qualquer lado, ele estava cercado, por rostos conhecidos, por muitos que lutaram anos ao seu lado, mas que demonstram agora não serem os amigos leais que o mesmo pensara ter em passado bem recente.

O homem parado na frente das portas do Senado, com um sinal de mãos chama César para dentro do recinto, o mesmo empurra a pesada porta e o imperador, agora com um ar triste, não mais temeroso, mas sim extremamente triste, caminha alguns metros sob o belo piso romano e entra no Senado, as portas são fechadas lentamente, e por entre o vão, por alguns segundos pode-se ver o imperador romano andando na direção do centro do grande salão, lá no centro via-se preparada uma grande mesa.

As portas estavam fechadas, o Senado era agora um grande salão escuro e César era um ponto branco no centro do mesmo. Por um instante o imperador achou ter visto olhos brilhando logo a sua frente, mas não havia nada lá, as únicas pessoas dentro do recinto era César, um homem de silhueta conhecida e dois guardas, sendo estes três localizados atrás do mesmo.

Ajoelhando ao chão, o imperador abriu os braços, os dois guardas se aproximaram e o levantaram bruscamente, César chorava, pois sabia seu destino, os soldados o conduziram até a grande mesa, lá amarraram seus braços e pernas à mesma. Após isso os dois guardas saíram de perto da mesa, caminhando em direção às suas posições originarias, pois agora o outro homem se aproximava do imperador amarrado.

A mesa era uma espécie de altar ¹, onde as pontas eram curvadas para dentro, lembrando muito um grande prato, das bordas inferiores canudos de madeira saiam, sendo que logo abaixo dos mesmos se notava duas grandes ânforas, com temas assimétricos e geométricos por toda a sua curvatura. César estava amarrado, indefeso e triste.

Um pedaço de maçã foi posto em sua boca e uma tira de pano serviu de mordaça, sua voz tinha sido suprimida. Ninguém poderia ouvir as ultimas frases do imperador ².

O homem se curvou perto do ouvido de César, como se fosse lhe contar um segredo, nesse momento os guardas que lá se encontravam notaram um espasmo no corpo amarrado do imperador. Após isso o homem se aproximou com a cabeça das mão e pés de César, com se estivesse beijando-os, mas a única reação que se pode ver, foram espasmos do imperador sobre a mesa.

Após isso o homem ficou de pé, em frente da grande mesa e alguns minutos depois chegou até as ânforas, verteu-as na boca, agora logo a sua frente se encontrava um cadáver. César estava morto.


(1) Esta mesa é relata no Papirus Alexandrinus, como um instrumento de sacrifício utilizado por muitos séculos, por diversas culturas que serviram aos propósitos dos Incubus. Este altar era conhecido como Cama de Vida, pois os guerreiros ou pessoas mais influentes de uma determinada sociedade eram mortos e seu sangue consumido de uma só vez, garantindo ao Incubus Mor deste, um grande status entre seus Sucubus, os Sucubus de seus Vassalus (Incubus com colocações inferiores na sociedade atlântica) e entre os próprios Vassalus. Verter uma ânfora com sangue de um outro senhor era algo raro, e trazia muito poder a quem o fazia. Não era permitido se utilizar da Cama de Vida a qualquer hora, necessariamente deveria ser uma noite de lua cheia. O altar possuía este nome, pois quem era sacrificado, doava toda a sua força e vida para o Incubus Mor. Quando um Incubus se alimentava de todo o sangue de um ser humano, ele podia ficar até dez anos sem ter a necessidade de novamente se alimentar, a periodicidade em alimentar-se, garantia maiores sentidos e força sobrenatural aos mesmos.

“Daquela terrível mesa muitas ânforas foram vertidas, muitos bravos, imperadores, pessoas influentes doaram sua vida, foram privados da mesma, assassinados, violados, humilhados. Seu sagrado sangue não passou de alimento de aberrações”



(2) A famosa frase “Até tu Brutus!” creditada a César, foi adicionada aos anais da história, como uma conseqüência do ato, e não como algo que realmente saiu e foi escutado da boca do imperador.

“César estava amordaçado, ali ele entregou sua vida, naquele momento ele sabia que não tinha mais porque lutar, tudo estava acabado, seu silêncio ecoou por toda Roma, e o traidor foi reconhecido.”

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Papirus Alenxandrinus - Capítuo II - Parte II

Grandes batalhas, na região ocidental da Europa tinham se desenrolado pouco antes do golpe que César acabou levando. Tribos de bárbaros, conhecidos como Gauleses, enfrentaram o exército romano e resistindo de forma heróica por alguns meses. Eles de alguma forma tinham desenvolvido alguma forma de defesa que os romanos não faziam idéia de como transpusê-la.

Norte da Gália, 52 a.C – Ultima região Gália ainda não dominada por Roma
De dentro das grossas paredes de madeira, aquele povo que se utilizavam os druidas para entender o passado, o presente, o futuro e a natureza, preparavam suas armas, grandes piques com pontas de prata, flechas e espadas do mesmo metal. De alguma forma aquele metal, que trazia em si a luz da Mãe Lua, era a única coisa que conseguia magoar de forma efetiva os guerreiros de Roma ¹.

Mas tudo era questão de tempo, eles estavam isolados e as estradas de sua grande fortaleza de madeira estavam interditadas por enormes patrulhas de legionários romanos. A comida e a água estavam ficando escassas, o povo fraco e a prata era praticamente findada por ali.

O medo daqueles homens aumentava a cada instante, principalmente quando a noite chegava, derrubando todo o seu manto negro. Toda noite, uma sentinela não voltava de sua posição no muro da grande fortaleza. Todas as noites, gritos eram ouvidos provenientes da escuridão, gritos em latim traziam notícias de gauleses capturados, gritos gauleses traziam pedidos de clemência, depois tudo se cessava, e um aterrador silêncio tomava conta da noite, um silêncio perfeito para em tempos de paz se pegar no sono, mas que em tempos como estes só traziam a loucura e a própria escuridão para o intimo das pessoas.

Jovens de toda a Gália eram trazidos para o norte e assassinados nas portas da fortaleza, afim dos guerreiros que lá dentro se encontravam, se rendessem por misericórdia com aqueles inocentes. Pilhas de corpos se encontravam nos muros, por todos os campos, uma cena escatológica, um aroma delicado para os abutres se elevava de todas as partes da região. A rendição se aproximava era iminente.

Até que em uma quarta-feira de céu muito azul, nenhum sinal de vida foi pronunciado de dentro da fortaleza. A mesma tinha se tornado agora um grande mausoléu, uma catacumba daqueles que não se renderam ao poder das legiões de Roma. Aqueles homens se ofereceram a Mãe Lua, não foram mortos sob a espada romana, morreram por escolha própria, por suas próprias lâminas. O sangue jorrou e não alimentou ninguém ², o sangue daqueles guerreiros somente lavou o solo de sua nação.


(1) Os Papirus Alexandrinus dizem que a prata provocava uma poderosa reação alérgica aos Incubus, levando-os a morte após o contato com o tecido interno do corpo. O exército romano tornou-se muito poderoso, pois elevou os soldados de simples homens a semi-Incubus, que é uma fase de transição entre o estado humano e o estado vampiresco. O Incubus Mor (aquele que utiliza o escravo como Sucubus), permite que o mesmo ingira um pouco da secreção produzida em sua coluna, o semi-Incubus só se torna um Incubus definitivamente se conseguir tomar a secreção produzida no miocárdio de seu Incubus Mor.

“O presente da Mãe Lua causa a morte a estas terríveis bestas cobertas pela couraça do Lácio. Talvez por que a prata reflita o que somos por dentro, reflita nossa alma, reflita nossa bondade... como estas bestas nasceram sem alma, acabam por sofrer mais do que qualquer outra criatura quando magoados com o presente da Mãe Lua.”


(2) Segundo os Papirus Alexandrinus, nenhum Incubus conseguiu se alimentar do sangue dos mais valorosos guerreiros gauleses. Isso gerou um grande mito por todo o império, pois
houve aqueles que conseguiram enfrentar as Legiões sem morrer pela a espada da mesma. Focos de revolta começaram a serem freqüentes no império. Pessoas inspiradas pelos Gloriosos da Gália lutavam pela sua libertação, usando todas as historias contadas sobre os mesmos como táticas de guerra.

“As terras banhadas pelo sangue destes valorosos guerreiros gauleses tornaram-se imortais, e trouxeram uma grande maldição para Roma.”

domingo, 24 de janeiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo II - Parte I

19 de julho de 44 a.C.
Naquelas terras antigas, onde as pilastras de mármore reluziam com a luz do sol nascente, passando pela cerração, característica daquela época fria do ano, aquela luz amarelada, parecendo até envelhecida, contemplava a face daqueles imperadores de outrora.
Quase sempre os bustos eram contemplados por diversas pessoas, mas desde alguns meses isso não se dá mais, pois um novo imperador chegou, e com ele a cultura de novos tempos.
Estas terras correspondiam ao centro de Roma, bem onde o imperador agora vivia, em meio às belezas da arte, da republica, das mulheres e dos Sucubus. Entre as paredes daqueles palácios, diversas tramas e traições se desenvolveram, umas mudaram os rumos da humanidade, enquanto outras ficaram escondidas nas sombras da história.
Ninguém sabe ao certo como aquela criança chegou até César, muito menos porque o imperador o adotou¹, só se sabe que esta criança era o protegido, tanto por ele quanto pelo senado.

Naquele momento aquele homem, próximo da piscina, trajando sua toga branca, com motivos em dourado, preparava-se para adentrar na água, coberta por pétalas de rosas vermelhas e brancas. Mas um outro homem se aproxima, este vestindo uma armadura de metal com couro, sandálias e uma capa vermelha, trazendo um elmo debaixo do braço esquerdo. Ele é um general e traz noticias de grande importância ao seu grande líder, seu deus.
Mesmo vendo sua aproximação o homem adentra na piscina e começa a se banhar, e enquanto o General lhe conta as noticias de uma campanha ofensiva, este imperador observa os afrescos e as estatuas que circundam a grande praça de banhos. Neste momento uma jovem vestida de branco, e com cabelos longos, castanhos e encaracolados se aproxima trazendo uma bandeja de prata com uvas e romãs e uma jarra de vinho, acompanhada por uma taça cravejada de pedras.
A jovem deixa a bandeja em uma banqueta próxima do general, que não percebe, ou simplesmente desdenha a sua presença, continuando a relatar os fatos da campanha vitoriosa. Após isso a jovem se aproxima da piscina, onde se encontrava o imperador sentado, e adentra na mesma, deitando no colo do soberano.
Em prazo de minutos, um corpo boiava nas águas, um corpo totalmente seco, um corpo de mulher, com uma grande abertura no pescoço, mas com um ar sereno, uma expressão de dever cumprido.
A imagem que seria totalmente aterradora para qualquer um, não distrai a atenção dos homens, que agora discutem sobre uma nova ofensiva.

(1) Este é um trecho dos Papirus Alexandrinus que conta como Brutus, o assassino de César aparece na historia de Roma. Ele foi trazido de uma região longínqua, alem mar, e mantido sob custódia de César, para que um dia chegasse ao poder. Sua família, seus progenitores eram de grande influencia e na realidade comandavam toda a Europa, tendo como governador da região os Césares. Brutus tinha a função de ser o novo deus e exportador de Sucubus para Atlântida. Quando César notou isso, tentou transformar Roma em uma republica democrática governada pelo Senado. Fato que causou sua morte.

“O imperador jamais deixaria seus familiares, amigos patrícios e súditos morrerem nas mãos de carniçais, de além mar. E naquele 15 de março de 44 a.C., sua coragem o matou, sua coragem o transformou em mito, sua coragem causou uma revolta popular. Foi morto de forma dolorosa e lenta, com diversas perfurações pelo corpo. Perfurações em regiões não vitais, mas regiões que possuem sangue. Sangrou até a morte... Mas nenhum sanguem foi descrito, limpo ou mesmo visto.”

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

INCUBUS E SEU CARRASCO



Uma luta entre luz e sombras...
Quem seria a luz e quem seria as sombras?

No primeiro capítulo dos Papírus Alexandrinus a última parte (parte V), o Incubus desaparece em meio uma luz forte.

A ilustração acima mostra uma provavel resposta para tal questão?
Existiria alguma outra força tão descomunal entre os seres, que fosse capaz de tal prodígio?

DEMÔNIO ORIENTAL

INCUBUS

sábado, 2 de janeiro de 2010

Papirus Alenxandrinus - Capítulo I - Parte V

Quando a besta corria pelo campo, cruzando-o como uma flecha sombria, a grama era arrancada do chão tamanha a ferocidade com que a criatura pisava. A figura que no inicio se demonstrava fraca e decadente, agora se mostra uma figura forte e de força descomunal, movida pela ânsia de destruição, qualquer uma que entrar em sua frente poderia ser feito em pedaços. A lua prateada no céu causava a sinfonia dos lobos, mas agora estas criaturas somente corriam, logo atrás de seu mestre, esperando algo providencial do mesmo. Antigas lendas da região diziam que quando em noite de lua cheia os lobos paravam de cantar, alguma tragédia estava sendo anunciada.
As tragédias sempre giravam em torno de chacinas banhadas a muito sangue, os lobos sempre desciam as montanhas para isso, essas noites eram chamadas de noites de carne¹.
Olhando fixamente para o horizonte a criatura vislumbra um terreno montanhoso se aproximando, sua boca se enche de saliva, como não ocorria a alguns séculos e um impiedoso e visceral som sai de sua garganta, não lembrava um uivo, mas algo muito mais terrível, algo que não ecoava por aqueles campos já a muitos anos, provavelmente nenhum dos seres viventes deste século já o tinha ouvido. As criaturas noturnas param tudo o que fazem e deixam somente a besta em movimento, em uma paisagem quase estática, se não fossem os movimentos que o vento causava na relva e nas arvores. Tudo estava em silêncio, tudo pedia por uma terrível festa sangrenta.
O cheiro de comida vinha das rochas, os seres inferiores provavelmente estavam a banquetear. Seria muito fácil essa caçada.
Antes de chegar ao terreno rochoso uma floresta de pinheiros formavam uma espécie de alameda, lhe garantindo uma entrada triunfal na frente de suas presas indefesas, uma gloriosa noite de terror se formava em sua mente, o sabor da carne e do sangue descendo pela garganta lhe fazia quase entrar em um estado de inconsciência.
Sobre um dos pinheiros algo lhe chamou a atenção por alguns segundos, algo que lhe trazia más recordações, algo que foi responsável pela derrota de seu povo em muitas campanhas, algo que merecia muito mais atenção e não podia ser deixado de lado, algo que lhe causava medo, mas que poderia ser seu passaporte para voltar do exílio.
Por alguns segundos a figura sombria parou e observou seu redor, mas não viu nada, a não ser a relva que chegava na altura de sua cintura, ser curvada pelo vento. O estranho era que a relva dançava em sentido oposto ao vento...
Logo após a criatura ter parado e observado seu redor, um enorme clarão, de proporções escatológicas se deu. A criatura não mais existia, nenhuma parte de seu corpo podia ser vista, nenhuma arma nem roupa do mesmo sobrou. Seu fieis escudeiros não o seguiam mais, votaram todos para o centro escuro da floresta.
Ninguém viu, escutou ou tomou conhecimento desta criatura vivendo nestes campos europeus, acreditava-se que tudo não passava de uma lenda ancestral para assustar as crianças mal-educadas.
Inspirados nas tais lendas, muitos escritores começaram, depois de muitos anos, a criarem histórias e a venderem o falso para as pessoas, como uma forma de entretenimento ou como uma forma de controle.
Na realidade todo conto tem uma raiz verdadeira, que muitas vezes se perde nas sombras da história humana e acaba ficando e vivendo escondido, bem perto de nós...
... Que é bem a posição que os personagens dos mesmos desejam ficar.

(1) As Noites de Carne eram as noites em que os líderes dos vilarejos doavam toda a caça de uma semana às criaturas da noite, sendo que junto das mesmas um rei e uma rainha da noite eram ofertados, por exigência das criaturas noturnas. Sempre dois adolescentes saudáveis de sexos opostos, dopados e amarrados em monólitos, deixados vivos para serem levados. Logo após uma semana inteira de festas se seguia, regada a muito vinho e carne seca. Fantasias eram utilizadas, para homenagear o rei e a rainha mortos, além de servir de indicação de rito de passagem para mais um ano sem ataques. Esses rituais são provenientes da época de Rêmulo e Rômulo.

“Muitos jovens foram deixados para morrer amarrados e dopados ou mesmo embriagados com vinho, no dia seguinte nenhuma parte de corpo ou sangue era encontrado, somente as fantasias de Rei e Rainha, deixados para trás, sem sinal de violência... Como se os mesmos aceitassem seu triste destino e escolhessem não lutar por suas vidas.”