quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ALEXANDRIA - Capítulo I - Parte II

UM MOMENTO DE PASSADO

Este assassino não era um homem comum, ele fazia parte de um clã milenar, que era responsável pela extinção de diversas linhas sanguíneas reais. Um mercenário de alto nível, com habilidades especiais, contratado por pessoas ricas e importantes, uma arma perigosa que poderia ser comprado por qualquer um, desde que pagassem.

Talves a única fraquesa que ele tinha era a obediência e respeito ao juramento de seu clã: “Nunca trair um contrato”, ou seja, se ele fosse contratado por alguém, agiria conforme sua palavra, iria receber somente o que foi combinado e não tocaria em um fio de cabelo de seu empregador.

Outro fator pregado em seu código, era que enquanto ele vivesse nunca poderia existir um outro como ele, ou seja, ele era o rei de seu clã. Nenhum de seus subordinados poderia possuir seus conhecimentos até que ele desejasse passar.

Peculiarmente esse assassino não possuia discípulos, dentre toda a história de seu clã, todos os mercenários tinham algum pupílo, mas no caso dele não. Era solitário, pois sabia que era o melhor de todos, tinha conhecimento de que seus antepassados não eram capazes de fazer as suas proezas, portanto queria se tornar a lenda dentre os de seu clã.

Seu mestre havia sido o próprio pai, responsável por inúmeras chacinas na história. Seu progenitor o havia escolhido por causa de qualidades como sua ambição, demonstrada desde a tenra infância, quando brigava com as outras crianças para poder se apossar de todas as frutas que caiam de uma árvore, um instinto nato para o trabalho. Além de também ser furtivo e manipulador, conseguindo assim tudo o que desejava, desde uma simples fruta até a atenção irrestrita e íntima das filhas de muitos nobres.

Seu treinamento começou aos quinze anos, quando seu pai o levou para uma ilha rochosa, considerada um lugar para os esquecidos e leprosos. Ninguém parava por ali, nem mesmo os piratas, era deserta, pequena, somente pasto crescia lá. Havia uma cabana no seu centro, construída com madeira e pedras. O jovem se alimentava dos peixes que pescava, das aves marinhas que conseguia pegar e de seus ovos, seu pai não o ajudava em nada, e comia parte do que ele conseguia.