quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ALEXANDRIA - Capítulo II - Parte II


Ao dizer sim à proposta do Cigano, Pierre se comprometia com o destino, garantia a todo o povo nômade que a vingança se aproximava a cada dia. Os ciganos eram pertencentes a uma antiga linhagem de nobres da Hungria, que a uma centena de anos havia sido expulça de sua terra natal por um povo invasor. Naquela época se iniciava a Ordem da Torre dos Dez, e as famílias pertencentes se organizavam para derrubar linhagens nobres, colocando no poder invasores, traidores e bárbaros.


O espírito de vingança queimava no coração de cada um dos ciganos, e desde a expulção da Hungria, eles esperavam pela consumação da grande profecia. Para que a profecia fosse para o rumo correto, os ciganos deviam trazer e proteger um grande tesouro, que seria entregue ao sujeito da profecia. Isso garantiria ao mesmo poderes inimagináveis, poderes tão incríveis que o fariam um deus entre os homens.

Para receber o tesouro e saber utiliza-lo, o menino devia aprender os segredos de ciganos mais importantes. Esses segredos incluiam alquimia das ervas, treinamento militar para sobrevivência, utilização de armas brancas, movimentação gatuna, interpretação de códigos e indução mental.

O menino Pierre inicia um grande e arduo treinamento, onde todos os dias os ciganos o faziam caminhar vários quilómetros puxando um cavalo carregado de pedras. De noite era obrigado a comer comida fria, tendo direito a um gole de água da poça mais próxima. De manhã era responsável pela limpesa das latrinas e caça de algum animal para oferecer ao lider dos ciganos. Todos os dias eram assim, mas havia alguns dias especiais, onde o menino era amarrado em uma macieira e chicoteado, esses dias especiais eram um em cada mês, bem no dia de aniversário de sua descoberta. 

Na realidade os ciganos não faziam isso de bom grado, não se sentiam bem, pois todos além de quererem a vingança por seus antepassados, eles gostavam do menino, pois, mesmo sofrendo Pierre nunca reclamava. A cada dia ele ficava mais forte e se engajava na cultura, ideais e sonhos dos ciganos.

Quando completou 18 anos, no dia do aniversário da profecia, ele foi batizado e recebeu a marca dos ciganos, uma queimadura com a letra H nos dois ombros. Naquela noite uma grande festa foi realizada, os anos tinham passado desde o início do treinamento, e nenhuma festa de grande prote havia sido feita. No meio das macieiras a consumação da profecia estava quase completa, uma festa era dada em homenagem ao deus entre os homens.

Agora Pierre era um nômade, não tinha como voltar atrás, se comprometera com a causa de seu novo povo, iria lutar com todas as suas forças pela vingança.

Nesse dia foi dado a ele o tesouro cigano, que se encontrava dentro de uma urna de madeira, incrustada com pedras vermelhas. 

Ao abrir a urna de madeira, o jovem encontra uma pena negra com a ponta de prata, que pendia de um cordão também prateado, era esse o grande tesouro dos ciganos.

Pierre a princípio ficou decepcionado, pois esperava ouro, mas quando passou o cordão no pescoço toda a história profética desencadeia e um novo futuro para os ciganos se inicia.