quinta-feira, 19 de maio de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE VII


CONSPIRAÇÕES
Aquela taberna na Hungria era conhecida por ser o reduto de diversos mercenários, homens que se vendiam para qualquer um. Eram assassinos, ladrões e muitos conviviam nos círculos nobres das redondezas. Mas nunca, nenhum, daqueles homens seriam capazes de praticar as proezas de Macula, pois não passavam de pessoas que não tiveram outra escolha na vida, senão ser tornarem em algum momento um larápio. Diferente deles, Macula foi treinado para o impossível. Mas mesmo com essa limitação, aqueles eram homens acima da média. Um exército podia ser formado alí.
Empurrando a porta, um homem com vestes imponentes e uma peruca branca cheia de cachos entra na taberna. Este era um emissário de José II.
-Não sabe que bonecas não podem entrar nessa taberna. Grunhe um homem gordo e barbudo, que possuia várias medalhas presas em um cordão pendendo do pescoço.
-Meu bom homem sabe quem sou... Faz-se silêncio enquanto o grande homem se levanta de sua cadeira.
-Bom homem? Eu não sou bom homem... Vê essas medalhas, todas elas pertenceram a diversos generais e soldados de muitos nobres e imperadores... são os meus troféus, minhas vítimas, meus mortos... E continuou:
-Seu lugar não é aqui! Suma daqui sua boneca!
Aquele homem amedrontava o emissário, mas ele sabia que podia contar com a ajuda dos guardas do imperador.
-Escute... Há uma comitiva de soldados cercando a taberna, todos armados com espadas, mosquetes e pistolas, então é melhor se sentar e ouvir a mensagem que trago.
-Uma comitiva!
 Diz o homem gordo com tom sarcástico. E continuou:
-Ninguém em sã consciência entra aqui e diz isso... Ninguém cercaria esse lugar, todos sabem que aqui se encontram os predadoresda Europa!
Nesse momento uma saraivada de chumbo cruza o recinto, acertando vários larápios e estourando garrafas. O grande homem se abaixa e olha para o emissário com um olhar admirado.
-Vai logo... Fala o que você deseja! Estamos todos a ouvir!
-Muito bem... Meu senhor, José II, imperador da Romênia, deseja contratar os serviços de vossas senhorias. Vocês se dizem os predadores da Europa, meu senhor deseja emprega-los e espera que demonstrem porque são chamados assim. Todos serão bem pagos e receberão um título e passe livre pelas terras Romenas no final do trabalho.