sábado, 27 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo IV - Parte I

523 a.C - Costa banhada pelo Mediterrâneo em pleno mar...

Estavam aqueles homens, no meio da terrível tormenta, seu barco era arremessado de um lado para o outro com extrema violência. Homens se seguravam nas cordas que desciam do mastro, parecia que tudo estava perdido. Os relâmpagos cruzavam o céu, e o estrondo dos trovões era insuportável; “Homens ao mar” era uma frase escutada com freqüência, os clarões dos relâmpagos iluminavam as águas daquele bravio, profundo, escuro e triste mar. Em suas águas homens lutavam por suas vidas, mas eram levados para longe do navio a todo instante.

No timão do navio, era vista uma figura sombria a sorrir, os clarões o iluminava, a chuva o atacava com força, mas ele continuava austero, rígido, de pé conduzindo o navio. Suas vestes eram negras como o céu, mas brilhavam, pois estavam molhadas, quem o observava acreditava que ele tentava salvar todos, e por isso se destacava, mas na verdade ele era completamente indiferente com os homens que se encontravam dentro daquele navio. Eles não passavam de simples Sucubus, o que estava no compartimento de carga, isso sim era de extrema importância, sendo a vida daqueles homens dispensáveis em comparação com o artefato guardado na pesada arca ¹.

A tormenta não dava um momento de descanso, os homens estavam exaustos, não agüentariam por muito tempo, o mar seria uma grande cova coletiva para eles. Enquanto se amarravam nas cordas que pendiam do mastro, uma gargalhada terrível era ouvida, algo completamente aterrorizante para o momento. Algo das profundezas das sombras; aquele capitão parecia ser um demônio.

O medo agora não era mais do mar bravio, mas sim do terrível capitão, ninguém sabia alguma história ou o conhecia, ele tinha surgido do nada. Era assustador observar aquela figura de pé na chuva, gargalhando, ele devia ser muito forte, pois não era arremessado ao mar, mesmo com as grandes ondas quebrando no casco.
A sua face não era estranha, provavelmente algum rosto muito próximo daqueles que se encontram nos afrescos dos templos lá da Fenícia.

Enquanto todos os marujos pediam para o deus do sol e da chuva, Baal, para conseguirem voltar com vida para suas casas, a figura macabra só sorria, com enormes e brancos dentes. E as vezes parecia que cantava em uma língua estranha, algo muito antigo, algo tão parecido com ele, que as vezes acreditava-se que ele falava sobre si mesmo.
A Tempestade não parava e os homens prometiam a Baal que iriam adorá-lo mais se saíssem da grande tempestade. Eles gritavam e rezavam bem alto.

Depois de umas três exaustivas e violentas horas, a tempestade parou, o mar se aquietou, e a escuridão caiu sobre os homens sobreviventes, uma vez que não mais havia a luz dos relâmpagos cruzando o firmamento. Na cabeça deles Baal havia escutado seus pedidos, estavam a salvo.
Este era também o Senhor da Cidade, pois seu templo se encontrava em uma grande cidade da Fenícia, lá eram feitas as oferendas a ele. Baal cobrava de seus vassalos, crianças e jovens virgens, para sacrifício de sangue ².

Os marujos, quando pisaram na terra, removeram do convés a pesada arca, sem fazerem a mínima idéia do que havia dentro. O sol nascia, e os homens puxavam pela areia o baú, em direção a uma caverna incrustada na parede de uma rocha titânica. Os mesmos nunca mais foram vistos, muitos dizem que serviram de oferenda a Baal por parte do capitão. Outros dizem que o próprio Baal era o capitão, e que após atender o pedido daqueles homens, o mesmo veio cobrar o lhe pertencia por direito.


(1) Naquela grande arca no fundo do navio, havia uma poderosa arma, forjada da materialização das sombras mais profanas e demoníacas, das catacumbas de diversos lugares do planeta. Uma matéria escura se encontrava lá dentro, era única no mundo, e mortal para os inimigos. Dessa materialização se forjaria uma poderosa armadura, com um arsenal próprio.

“A barca da morte estava no mar, o barqueiro trazia em sua face, a imagem da felicidade em ver o desespero e o caos dos que passavam em sua frente. Seu sorriso era gélido e debochado... Algo simplesmente do inferno...”


(2) Baal na realidade não era um deus, mas sim um grande Incubus Suseranus, que tomava conta da região. Ele era oriundo de uma importante família de Atlântida, possuindo um terrível exercito na ilha, por isso mesmo entre os Incubus ele era muito respeitado. Recebia de toda a parte presentes a seu culto, geralmente jovens e garotas. A maior exigência que cobrava de seus Vassalos, eram suas filhas quando grávidas, pois assim poderia se alimentar do sangue de uma jovem e do poderoso sangue de uma criança ainda não nascida. Quando isso ocorria, mais forte o mesmo ficava.

“Baal era um deus terrível para sua população e para seus inimigos, belas e saudáveis jovens em época fértil ou mesmo grávidas eram levadas a ele para seu culto... Para servirem de alimento ao poderoso glutão...”

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo III - Parte V

Aquelas criaturas magníficas cruzaram o céu de uma forma graciosa, via-se seus cabelos claros movendo-se, dançando com o vento que eles cortavam. Os homens da cidade Asteca observavam, e os adoravam.
Estas criaturas são descritas como anjos, mas na realidade, anjos são mensageiros divinos, estes eram criaturas terrenas, uma espécie que não fora catalogada, devido a sua astúcia. Como os Incubus, eles não eram homens, mas assemelhavam-se muito com os mesmos. Eles eram os Celestianos ¹.

Em suas costas, entre o par de asas, eles traziam uma lança e uma bolsa com flechas, cobertos pelo grande escudo, cruzando o peito pela corda, um arco dourado se prendia ao corpo do guerreiro. Do seu cinto, pendia uma bainha com uma poderosa espada prateada.
Ainda de baixo do escudo, mas não visível, encontrava-se uma bolsa contendo a alimentação ² dos guerreiros, não era muito grande uma vez que a alimentação dos mesmos podia ser bastante variada e rica, sendo facilmente providenciada no ambiente em que podem estar no momento.

Eles voavam, muitas vezes sumiam das vistas do Sacerdote Asteca, pois davam alguns rasantes, outras vezes porque subiam muito alto e desapareciam nas nuvens. E desciam em um grande aspiral, com certeza estavam rondando a terra em busca de algo.
Em um certo momento, quando estavam a uma altura vertiginosa, os mesmos desembainharam as espadas, fecharam as asas e despencaram do céu, em uma velocidade espantosa. Se atingissem o solo dessa forma com certeza morreriam.

A velocidade era incrível, o brilho das espadas era maravilhoso e assustador, o Sacerdote temia que com o choque dos mesmos com o chão, o fim do mundo se daria. Após alguns instantes de queda livre, os anjos desapareceram atrás das árvores da floresta; o Sacerdote se encontrava prostrado no templo, suando frio, orando a todos os deuses e deusas, pedindo misericórdia. O mundo não acabou neste dia, e o Sacerdote aliviou-se do medo.
Mas da região onde os anjos desceram, uma grande quantidade de luzes e ondas de impacto surgiram, atingindo a cidade, não de uma forma poderosa, mas mesmo assim assustadora.

Após isso os mesmos passaram em um rasante sobre a cidade, deixando de presente aos nativos a grande cabeça do Quetzalcoatl. Logo uma roda de pessoas se formou em torno da cabeça com a grande bocarra aberta; daquele dia em diante, uma grande praça, uma região de contemplação foi construída lá. O fim dos sacrifícios humanos em honra dos deuses fora instituído, em memória dos enviados dos céus, que trouxeram o deus da vida de volta para a cidade, para que fosse adorado.
Na realidade os Celestianos trouxeram a cabeça do Qutzalcoatl, pois sabiam que seria bem cuidada pelos nativos, que sempre o adoraram, desde os tempos mais antigos de sua civilização.


(1) Os Celestianos viviam próximos aos pólos geográficos da Terra, em ilhas aquecidas por águas vulcânicas, lugares que na teoria eram inóspitos, há centenas de anos, fora considerado como casa por estas criaturas. Moravam em cidades altas, acima das nuvens, em grandes palácios, conhecidos como as Cidades Celestes. Estes eram os que viviam próximos ao pólo Sul; já os que moravam próximo ao pólo Norte, viviam em cidades douradas incrustadas em paredões próximos ao mar, eram conhecidos como fantasmas do mar.


“Surgiam do Sul e do Norte... Misteriosamente, lutavam e caçavam os bebedores de sangue... Nunca foram abatidos, eram as armas mais potentes que qualquer exercito poderia ter...”


(2) Os Celestianos não se alimentavam de sangue como os Incubus, eles se alimentavam de grãos, verduras e carne. Portanto tinham uma alimentação bem próxima ao dos seres humanos. Os Celestianos, como os Incubus, possuíam uma fonte de energia especial. Essa era a luz solar mais pura possível; quanto mais alto e mais cedo possível um Celestiano voasse e absorvesse com a pela do corpo os raios mais novos do sol mais forte se tornava, mas para isso datas especiais existiam, como os Equinócios e os Solstícios (comemorados com muita festa) e os Eclipses.

“Era um insulto acreditar que tão gloriosas criaturas pudessem ser tão vis a ponto de beber o sangue de inocentes... Eles eram celestes, da luz e não das sombras...”

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo III - Parte IV

Após aquela poderosa explosão, uma onda de impacto correu por toda a floresta, levantando poeira e todo o tipo de entulho que podia ser encontrado no caminho. Uma grande quantidade de energia negra e branca havia sido liberada, nunca em um terreno longe de Atlântida ou dos Pólos isso havia ocorrido, sempre uma grande quantidade de energia negra era possível de ser detectada longe das referidas regiões, pois isso significava que mais um Incubus havia sido eliminado, mas desta vez era algo inédito.

Isto com certeza chamou a atenção de muitos seres que estavam vivendo escondidos, pois algo especial havia sido novamente utilizado. Com isso uma chuva de Incubus se daria na região.
Passadas algumas horas, no centro da cidade Asteca, onde uma grande feira se dava, um sacerdote, do alto da pirâmide, libera um forte grito e aponta em direção ao norte, algo diferente estava se aproximando. Logo, sobre a cabeça dos moradores, uma legião de anjos passa, causando grande tumulto e alvoroço nos nativos. Os anjos voam todos em direção ao sul, cruzando rapidamente a floresta.

Do alto eles observam a destruição da floresta, árvores tombadas, crateras no solo; era óbvio que uma perseguição tinha se dado, uma longa e tumultuada perseguição. Até que em uma certa altura da floresta os anjos param e começam a voar em círculos, descendo em aspiral. A legião não era muito grande, devia haver um total de uns oito anjos, mas todos austeros e brilhantes. Do alto da pirâmide o sacerdote observa tudo, calado, pasmo e pálido, pois nunca imaginara que poderia ver aquilo, muitos eventos aconteceram naquele dia, a cabeça destes homens não estava preparado para tanto.

Logo os anjos descem no solo e se organizam em um grande semicírculo, eles estavam em uma grande cratera, onde no meio se encontravam duas grandes espadas. Estas espadas tinham sido procuradas por centenas de anos, mas nunca haviam sido encontradas, pois os Incubus as tinham escondido muito bem, nem mesmo sob tortura os generais atlantis diziam onde as grande armas estavam escondidas. Estas espadas eram conhecidas como as dizimadoras da luz, eram forjadas com as sombras materializadas ¹ mais escuras possíveis, nada possuía uma essência tão sombria quanto estas lâminas.

Do semicírculo, uma das figuras gloriosas, coloca-se a frente e abaixando recolhe as lâminas do chão, elas ainda estavam quentes e muito afiadas. Um pouco mais a frente uma grande carcaça se encontra toda em chamas, era o grande Quetzalcoatl, caído, extinguido, morto; as labaredas tomavam conta de sua carcaça sem o menor respeito ao qual deveria ser concedido. Os anjos curvam-se, fazendo uma bela reverência ao corpo titânico a sua frente. Não havia vestígios, como normalmente, do Incubus destruído, o Quetzalcoatl havia caído, havia levado consigo a terrível besta que assombrou por séculos aquela região.


Com um rápido movimento de asas e um poderoso impulso com as pernas, os oito se põe no ar, levando junto as lâminas assassinas, eles haviam chegado antes de todos os Incubus que infestariam aquela região.
Do alto da pirâmide o sacerdote observava os seres alados indo embora, em direção ao desconhecido norte, mas a fila foi quebrada, pelo movimento de dois anjos que fizeram uma curva e voltaram em direção ao sul ² .


(1) Os Incubus utilizavam-se de magia negra para criarem as armas mais mortais para os seres vivos, elas eram produzidas da materialização das sombras. Quanto mais terrível o histórico da região que eles se utilizavam para produzir a materialização, mais mortífera a arma se tornava. As armas mais mortais foram forjadas das sombras das catacumbas de Atlântida, onde diversos anjos foram mortos e torturados.

“Aquelas criaturas já eram amedrontadoras, ainda mais com lâminas tão terríveis nas mãos, não havia como não se render aos mesmos...”


(2) Após a constatação de que uma horda de Incubus podia surgir, sempre um ou mais batedores alados eram mantidos na região. Geralmente eram providos de armas potentes, as armas de luz, que como ao exemplo dos Incubus, estas eram forjadas com a luz solar (em vez das sombras), das regiões mais altas da terra, onde a luz era a mais branca possível. Para destruir um Incubus, na realidade não era necessário armas forjadas da materialização da luz, mas sim armas de prata, mas para ofensivas maiores, as armas de luz eram mais efetivas, pois conseguiam destruir criaturas sombrias no raio de 3 metros onde atingiam. Geralmente as armas de luz eram um arco com flechas de luz, uma espada, uma lança e um escudo.

“Aqueles seres alados eram magníficos, graciosos, austeros, elegantes e gloriosos... Suas armas faziam por merecer seus donos...”

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrius - Capítulo III - Parte III

O guerreiro se escondeu em sua caverna, correu para as sombras, em um ambiente escuro, úmido e decorado com crânios humanos. Ele se dirige para um grande baú, que possuía uma tranca estranha, no formato de uma garra, de lá de dentro ele tira duas grandes espadas, uma pontiaguda e a outra com cerra no fio.
Muitos seres derrubaram seu sagrado sangue quando sua pele entrou em contato com aquelas armas, estas com certeza eram lâminas assassinas.

A criatura sombria passa o dedo polegar sobre o corte das espadas e nota que mesmo passados alguns milênios, as mesmas ainda podem cortar um cavalo ao meio. Ele se alegra, pois sabia que seus descendentes haviam lhe deixado um grande presente. Um sorriso toma conta de sua face, seus olhos se fixam na entrada da caverna, onde uma grande piscina servia de porta de entrada, a luz que cruzava a água era refletida no teto da caverna. Por alguns instantes ele imaginou ter visto algumas cenas das batalhas de seus ancestrais, no solo sagrado de Atlântida. Isso lhe dava força e coragem.


Ele se sentia preparado para enfrentar o terrível caçador que lhe esperava do lado de fora, pois suas forças já estavam restabelecidas, mediante ao sangue que bebera, as lembranças das antigas histórias levantaram sua moral novamente e as espadas lhe deram coragem.

Com as armas em punho ele salta na piscina e nada pela fenda que lhe leva para fora da caverna. Enquanto nadava ele pensava se a criatura já estava lá fora a sua espreita, então uma terrível falta de ar toma conta de si, ele nada eufórico para fora e emerge ofegante. O grande caçador não havia chegado até seu esconderijo ainda.
Caminhando em direção das poderosas árvores a sua frente, ele começa a ouvir o som da serpente emplumada se aproximando. Esta terrível caçadora de caçadores não tinha costume de espreitar nenhuma presa, pois sabia que ninguém podia escapar, por isso se movia ruidosamente quando caçava. Isso geralmente causava muito desespero aos Incubus e muito alívio aos humanos ¹.

De súbito as árvores caem na sua frente, ele estava sendo caçado e seu caçador o encontrara. Então ele dá um veloz salto para trás e se dependura em um galho robusto, o Quetzalcoalt estava em sua frente e era terrível, mais uma vez ele salta para outra árvore, mas desta vez movimentando as lâminas, corta duas vigorosa árvores ao meio, deixando-as tombarem, com o intuito de retardar o caçador que estava em sua cola.

O grande Quetzalcoatl não se deixa assustar com a demonstração de força do oponente, e se precipita com um movimento de abre-fecha de sua bocarra, destroçando os troncos das árvores. Uma perseguição descomunal se inicia, com o Incubus na frente, cortando diversas árvores, destruindo uma parte da floresta, e um grande caçador em seu encalço.
De repente o Incubus se depara com uma clareira, as árvores logo atrás estavam tombando, não tendo um outro caminho pra seguir, ele aterrissa de seu salto e olha para trás e enxerga o Quetzalcoatl. Não tendo o que fazer, ele se prepara para um confronto.

Quando o caçador se aproximou, ele moveu as lâminas cortando o solo, levantando muita poeira e pedaços de rocha. Ele sabia que tudo isso não pararia o Quetzalcoatl, mas talvez serviria de distração para que ele pudesse tentar abater a grande criatura.

O Incubus conseguiu girar as lâminas umas três vezes, sendo que após isso ele, num salto, conseguiu subir no dorso da criatura. Com um rápido movimento ele crava as lâminas no pescoço do Quetzalcoalt, decepando-o. Mas mesmo assim, seu esforço não lhe garantiu libertação, pois o caçador, já havia lhe cravado nas costas, os espigões de prata ² que se estendiam da ponta de sua calda.
Em seguida um forte estrondo, como o som de algo muito grande caindo ao solo e uma forte luz foi liberada, trazendo à superstição dos nativos, que uma grande estrela havia caído na terra. Na realidade um Incubus e um Quetzalcoatl haviam morrido.



(1) Muitos seres humanos foram salvos pelos Quetzalcoatls, pois os Incubus tinham o costume de fazerem haréns com Sucubus. Quando um Sucubus era mordido, os feromônios do Incubus eram liberado, dessa forma muitas vezes, o Quetzalcoatl matava o Incubus no memento que ainda se alimentava.

“Os Incubus, enquanto se alimentavam não prestavam atenção ao seu redor, dessa forma o ruidoso som dos Quetzalcoalt passava despercebido por eles, mas os seres humanos, dominados e aterrorizados, encontravam alento naquele som...”


(2) Os Quetzalcoatls possuíam dentes, espigões e garras, cobertas por uma secreção de blandulas, que garantiam uma cobertura de prata a estas partes do corpo, tornando-as assim terríveis armas contra os Incubus.

“Ao verem o brilho de prata se aproximando, eles sentiam a saliva e o bafo de um Quetzalcoatl...”

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo III - Parte II

A criatura corria por entre a relva típica de uma selva tropical, dando grandes saltos em direção a galhos de arvores fortes, ele voava pela floresta, era um terrível caçador, sobre seus ombros, podiam ser notadas as longas madeixas negras, do cabelo da jovem balançando com o vento. Mas a criatura tinha medo, se movia o mais rápido possível, pois sabia que estava fraco e não tinha força para enfrentar um verdadeiro inimigo.

Ele sabia que aqueles reles humanos não seriam páreo para ele, mas ele temia outra coisa, algo maior, algo despertado pelo cheiro do sangue inocente derrubado por um Incubus. Ninguém podia saber de sua localização, pois se não sua fraqueza o mataria. A ameaça que ele temia tinha sido mandado como um caçador de sobreviventes, nunca houve um relato de um ter sido abatido fora de Atlântida, por isso ele o temia e o respeitava.

O medo e a sede tomavam conta de seu corpo. O que fazer? Matar a vontade e condenar-se a morte, um imortal condenado a extinção, a consumação de sua existência. Enquanto se movia agilmente pela floresta, sentimentos de tristeza e raiva tomavam conta de sua mente, por milênios ele ficou escondido, não construiu nada, não foi nada, não lutou por nada.

Em pleno vôo ele decepou o lado direito do pescoço da jovem com uma vigorosa mordida, mas nenhuma gota de sangue caiu, ele se alimentava veloz mente, até que em poucos minutos a jovem se encontrava pálida, não gemia mais, estava estática e triste, com os olhos bem abertos, seus lábios perderam a cor rubra. Estava morta.

Após isso um grande evento se deu, do centro da floresta um clarão, seguido de uma onda de impacto, parecia que um grande objeto celeste havia caído. O responsável pelas poderosas ondas de impacto na realidade não vinha do céu, mas sim do solo, algo que dormia há milênios acordou, rompeu um casulo, as árvores eram facilmente removidas do chão quando o grande titã se elevava, era uma figura adorada e comumente vista nos templos. Era conhecido como a serpente com penas ¹.



Logo o guerreiro percebeu que uma caçada se iniciaria, e que provavelmente seu fim se aproximaria, pois o terrível caçador de caçadores era atraído pelo odor ² do sangue inocente, e muito sangue inocente se encontrava dentro dele agora.
A criatura se elevou do solo e com um poderoso som anunciou seu despertar, todas as pessoas que viviam por ali se prostraram no solo em adoração, era uma situação atípica, nenhum ser humano vivo já tinha presenciado ao fenômeno que era o despertar daquele titã.
Nesse momento o Incubus larga sua vitima no chão e corre em direção a seu refúgio, uma caverna, que para chegar tinha que atravessar uma grande piscina natural, que ele acreditava ser um obstáculo para o terrível caçador.



(1) Na cultura asteca essa figura tem o nome de Quetzalcoalt, que quer dizer serpente emplumada, fazendo referencia a ave Quetzal e Coalt a serpente, correspondia a divindade da vida, sendo que em seus cultos, os astecas, não cometiam o sacrifício de vidas humanas, era tido como a Serpente emplumada da guerra, pois caçou muitos Imcubus na presença dos seres humanos. Na realidade a criatura não possuía penas, mas sim escamas bastante longas, facilmente confundida com penas coloridas quando expostas ao sol. Conseguia voar com o auxílio de uma membrana, que ficava esticada entre seu corpo e dois grandes membros que se estendiam do dorso.

“Era um caçador terrível, nenhuma besta conseguia se esconder do enviado celeste, com certeza era um deus...”



(2) O Quetzalcoatl era atraído pelos feromônios liberados pelo organismo do Incubus após sua alimentação, por isso não podia ser enganado.

“A poderosa serpente emplumada, sabia sempre como encontrar sua presa, não havia momento ou lugar que a mesma era enganada pelas ardilosas criaturas que perseguia, as trevas sempre eram claras para ela...”

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Papirus Alenxandrinus - Capítuo III - Parte I

América Central - 1483 d.C.

Naquele ambiente luxuriante, com uma fauna e flora extremamente exóticas, a figura sombria se move entre os arbustos, perto de um pequeno lago alimentado por uma cascata, as aves coloridas voam e fazem uma grande algazarra. É dia e uma figura sombria percorre este paraíso, todo coberto por uma pesada malha de ferro negro, parecendo ser forjada no inferno, carrega em sua mão uma grande lança dependurado de forma transversal pelo seu peitoral um arco com várias flechas.

Ele se move, observando atentamente o centro do lago, onde algumas pessoas se banham. Eles são de uma cidade não muito longe, uma cidade rica, tanto em ouro quanto em sangue bom e jovem. Em homenagem a seus antepassados ¹, alguns totens e pirâmides em degraus foram construídos, muita tecnologia (relativamente desenvolvida para o período histórico) foi deixada pelos antecessores deste ser sombrio.

Mesmo sabendo que é muito mais ágil e forte que aqueles seres incrédulos que ali se encontram, ele ainda esta fraco e necessita se alimentar faz muito tempo desde sua última refeição, desde a última vez que se alimentou de sangue dado de bom grado, ele agora só se alimentava, durante as noites sombrias, adentrando escondido na casa destes seres humanos, que não sabiam de sua existência, o adoravam e esperavam seu retorno glorioso. Os Incubus eram tidos com deuses, os poderosos deuses brancos ².

O terrível caçador já havia escolhido sua vítima, uma jovem, bela de cabelos longos e negros como as sombras, tão apreciada pelo mesmo. Com um movimento rápido, ele adentra, silenciosamente na água, se esconde por debaixo de umas plantas aquáticas, e se move lentamente, em direção a sua presa. Parecendo um tronco boiando, sua presença não causa grande alarme, até que fica a menos de um metro da bela jovem.

O mesmo se levanta bruscamente puxando-na para o fundo da água. Os outros seres humanos se assustam e gritam correndo para as margens do lago, com rostos aterrorizados e coração palpitando velozmente. Não se via nada mais na água, até que de súbito, uma criatura, com um poderoso salto, sai do fundo das águas levando nos ombros a jovem. O mesmo adentra-se na floresta desaparecendo nos galhos das arvores que flanqueavam as margens do lago.


(1) Este período é posterior ao cataclisma de Atlântida. Nesta época todos os Incubus foram chamados de volta à ilha por um grande motivo, que era a defesa da nação, pois o que ocorreu não foi um cataclisma natural, mas sim um cataclisma induzido, o golpe final de uma civilização sobre uma outra. Alguns Incubus acabaram deixando descendentes perdidos no que um dia os europeus viriam a chamar de novo mundo. Estes totens e pirâmides eram utilizados como pontos de referência, para os seres humanos saberem onde começavam os templos e onde eram os pontos para deixarem suas ofertas aos Incubus.

“Naquela época muitos grandes guerreiros retornaram a Atlântida, e lá morreram, flechas os transpassaram furiosamente, outro foram capturados e julgados.”



(2) Várias crenças Astecas diziam que os deuses iriam voltar um dia, e que eles seriam grandes guerreiros pálidos montados em criaturas estranhas. Quando os conquistadores espanhóis chegaram, os nativos não tiveram defesa, pois estavam cegos, imaginando que estes eram os deuses. Os deuses eram retratados de forma pálida, pois os Incubus não possuíam melanina na pele, o que tornavam-nos vulneráveis à luz forte, na realidade, fato este que não foi averiguado com os conquistadores. Se isso tivesse sido percebido, talvez os nativos não teriam sido praticamente exterminados.

“A esperança do retorno dos deuses, ganhava a cada dia mais força, pois a crença do grande sacrifício ao sol era vista freqüentemente no sonho das pessoas, um ser que aparecia em aposentos escuros, durante a noite e contava a história de um retorno triunfal, traria o paraíso para aqueles que se entregassem a seus desígnios. ”

sábado, 6 de fevereiro de 2010

CAÇADOR DE DEMÔNIOS

Um caçador de Demônios, figura Escatológica de um Arcanjo frente a figura do Demônio, que em muitas culturas é personificado como uma serpente ou um Dragão

DRAGÃO

Um Incubus, um Dragão personificado como um espirito oriental, com mechas vermelhas e logo abaixo se encontra Quetzalcoatl, uma figura Asteca, que será abordada nos próximos capítulos dos Papirus Alexandrinus