quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo VI - Parte I

No alto daquele pico, todo branco com as neves eternas, três figuras sinistras se encontram, eles fazem um circulo e parecem estar a conversar, até que um deles, o que parecia o líder se agacha e pega um pouco de neve, ele aponta na direção do leste, e então os três se põem a correr naquela direção.

Os ventos continuavam a soprarem gélidos, mas as três figuras continuavam a correr, de repente um tremendo estrondo sob a neve se deu e um poderoso punho emergiu. Os três guerreiros desembainharam laminas negras, eles eram bastante velozes, movendo-as como se não possuíam peso algum.

Abaixo da neve se encontrava uma caverna, e uma criatura branca, coberta por umas placas que lembravam muito com penas ou mesmo escamas ¹, sai de seu interior, liberando um urro parecido com o barulho dos gélidos ventos nos paredões gigantescos.

A criatura movia seus braços com toda a força na direção dos guerreiros, com a finalidade de encravar suas poderosas garras, que mais pareciam chifres de um Iaque, na carne dos velozes guerreiros.

Os atacantes eram bem pequenos em comparação a besta que enfrentavam, mas eram habilidosos ², cortavam as placas até chegar na carne, tingindo a neve de vermelho. Esguichos de sangue voavam a alguns metros, mas o animal não parava de se mover, querendo a todo custo pegar os guerreiros. Mas essa era a estratégia dos mesmos, acabar com as forças do inimigo cansando-o e o magoando. Os golpes vinham de todos os lados, mais parecia um ciclone de laminas ao redor da grande besta.

Após um tempo a criatura estava nos chão, desprovida de vida e os três se deleitavam com a visão. Com tamanha façanha, os mesmos não perceberam o solo congelado se abrir atrás deles, e mais uma sombra gigantesca se elevar. A grande criatura com uma única patada conseguiu transpassar, suas garras nas costas de um dos guerreiros vitoriosos, explodindo o peito do mesmo, espalhando pele e órgãos internos pela neve, sua espada caiu e fincou-se na neve, como uma lápide em um cemitério.

Os outros dois, por já estarem cansados, bateram em retirada, pois sabiam que jamais conseguiriam enfrentar uma daquelas bestas em tais condições. Enquanto desciam, escutavam o som dos urros da poderosa besta se perdendo entre os paredões. De repente uma saraivada prateada passou do lado esquerdo dos mesmos, era um aviso que as bestas não estavam sós naquele deserto gelado.


(1) Estas bestas não passavam de mais uma poderosa arma dos Avianos contra os Incubus. Elas eram utilizadas em lugares onde asas não conseguiam se abrir, como em ambientes úmidos, que faziam as mesmas ficarem muito pesadas. Essas criaturas eram híbridos de Avianos e gatos, que habitavam as terras geladas além da cidade de ouro.

“Dentes e garras, só isso pode-se ver... Depois sangue e trevas...”


(2) Estes guerreiros habilidosos eram como a guarda pretoriana dos Incubus, eles eram treinados em artes de guerra, onde armas e o corpo se tornavam um só. Depois de alguns séculos essa arte, que os homens aprenderam por entrarem em contato com os mesmos e determinar contratos de aprendizagem e convívio, veio a se chamar Kung Fu. É claro que os seres humanos não chegaram a fazer nem metade que os Incubus faziam.

“Eram fantasmas assassinos... quando menos se esperava um membro seu tinha sido decepado, quando o mesmo atingia o solo, você já não estava mais vivo...”