segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Papirus Alenxandrinus - Capítulo I - Parte IV

Ainda sentado em seu trono, com os diversos crânios aos seus pés, uma gigantesca sede lhe toma conta. Lembranças tão doces, mesmo que ele não tenha vivido, que somente foram expostas a sua consciência e aceitas pelo seu estático coração, a figura sombria que observamos, toma coragem de quebrar as regras que esta imposto, uma vez que toda a sua imortalidade está posta em questão. Se ele ficar esperando sua pena de exílio¹ acabar, com certeza, quando sair novamente para as caçadas estará tão fraco que não conseguira fazer nada, sua imortalidade acaba se tornado no fim das contas uma pena de morte.
Com os restos de energia que tem, ele se levanta, cobre-se com a vestimenta de pele de lobo, põe seu elmo desgastado, pega suas antigas amigas de metal e colocando-as em bainhas de couro adornadas com prata se sente vivo.
Mais uma vez a coragem retorna ao seu corpo, mais uma vez ele marcha na direção daquele povoado que durante séculos atrás, ele assombrou, estripando e se alimentado do sangue dos jovens².
Nenhum outro de sua espécie rondava a região por décadas, então com certeza a temida besta podia voltar a aterrorizar sem esperar retaliações, fato esse que no dado momento poderia causar o fim da sua imortalidade, pois a fraqueza ainda tomaria conta de seu corpo por algumas semanas.
Movido pela grande vontade de matar sua fome e beber do tão precioso líquido, que aqueles simplórios selvagens carregavam dentro de suas veias, a terrível criatura corre pela floresta, como uma alma penada, oriunda de um túmulo esquecido e amaldiçoado pelas gaitas de fole de diversos guerreiros caídos. A alegria começa a tomar conta novamente de sua alva face, a lua banha sua pele com seu brilho prata quando ele sai do aconchego das arvores e adentra em uma grande clareira. Logo a frente, um grande monólito possuindo escritas rúnicas druidas, adverte a aqueles que pensam em continuar o caminho em direção a floresta, que algo maligno dorme lá e que faz uns 150 anos que esta dormindo, sendo que se este for acordado, o início de tempos sombrios chegarão, por isso o causador de tamanha desgraça já esta amaldiçoado só por entrar na floresta. Nas escrituras também estava a advertência de que no lado leste da floresta se encontrava um posto avançado, e os guardas rondam a região, evitando a entrada de estranhos.
A criatura olha para tudo isso e sorri, pois percebe que és importante, todas estas advertências, somente por sua causa. A felicidade torna-se maior ainda, uma vez que por causa das batalhas que vem ocorrendo na região, os guardas não estão mais por lá.
Quando havia guerras, as mulheres e as crianças eram levadas para lugares secretos, perto da floresta, umas espécies de tocas, em uma região meio rochosa e ladeada por um lago escuro e fundo. Ali se tornara seu destino e ainda esta noite todo a sua fome teria fim.


(1) O exílio era uma pena atlanti pesadíssima para aqueles cidadãos que cometeram o crime de sucubação para com um outro cidadão de Atlântida. Relatos nos papiros dizem que em certos momentos a maldade e a briga por poder desses seres era tão grande, que um entrava nos aposentos do outro, enquanto esse se encontrava indefeso, ou seja se alimentando, o dominava e se alimentava do mesmo. Depois fazia o mesmo com todo o harém do antigo Incubus.

“Tão grotesco quanto uma criatura sombria se alimentar do sopro vital de um homem é observar os mesmos cometendo canibalismo”

(2) Os jovens eram sem dúvida os prediletos desses seres, devido a toda a sua vitalidade e saúde, quanto mais jovem melhor, quanto mais jovem mais saudável, segundo as antigas crenças. Como já foi mostrado anteriormente a maior fonte de jovens para os Atlantis foi a Grécia.

“Jovens saudáveis, jovens sãos, jovens espertos, jovens graciosos, como não dizer que são apetitosos, como evitar a eles um destino tão belo quanto de servir de alimento”

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Papirus Alenxandrinus - Capítulo I - Parte III

Agora, sentado em seu trono, com caveiras, espadas, escudos, lanças e estandartes de povos distintos e antigos, ele se lembra das batalhas que participou, como aquelas na Babilônia, onde lutando ao lado de seus irmãos ele era adorado como um deus. Com a armadura característica dos guerreiros atlantis e coberto por vestes tão negras quanto a noite ele orientava os seus sucubus no campo de batalha, usando as táticas milenares do seu povo, dessa forma destruindo os exércitos inimigos.

Aqueles homens inferiores das terras vizinhas¹ sucumbiam nas mãos desse guerreiro, no meio dos planaltos desérticos, entre a poeira do campo de batalha, o lenço que cobria sua boca diversas vezes era removido, e um suntuoso banquete de sangue se dava, corpos eram deixados no chão e junto com os Medos² ele conquistava novas terras. Esses foram tempos de fartura, tempos em que simples homens escolhiam para sua vida, serem sucubos dos deuses. Como esquecer esses tempos, como não querer voltar em épocas tão doces como estas, como não lembrar com saudade dos banhos de sangue, como não querer estar novamente nas portas do céu³.

Quantos momentos felizes se passavam na cabeça desta criatura mórbida, quantas situações grotescas para qualquer ser humano, para ele possuía a mais simples beleza e sentido de poder e direito, sobre seus governados. Mas na realidade estas passagens felizes eram apenas lembranças não vividas pelo mesmo, sendo apenas o legado deixado pelos seus pais, histórias que ele aceitou como suas, uma vez que ele é a continuação da vida de seus progenitores, uma vez que por direito ele também deveria ser adorado e consagrado imperador, dessas réles criaturas que se tornaram mais violentas, desonestas e traiçoeiras, que qualquer um de seu povo.



(1) As terras vizinhas eram habitadas pelos Assírios, um povo tão guerreiro quanto os babilônicos, que por muitos anos lutaram para conseguir dominar a Babilônia, grande centro comercial. Fato este explicitado nos pergaminhos de Alexandria:

“Todos os povos vizinhos acabaram sendo inferiorizados, tamanha a potência comercial que a Babilônia se tornou após começarem a adorar os Incubus, pois esses os ensinaram o segredo das navegações e dos escambos e negociações.”



(2) Medos era um dos nomes dos Babilônicos, devido a participação massiva de um povo com o mesmo nome nas batalhas.

“Quando os Medos eram avistados no horizonte sabia-se que a morte estava chegando...”.


(3) Em babilônico a palavra Babilônia queria dizer Porta de Deus.

“Nas portas do céu se podiam ver as faces de diversos deuses, se alimentando de seus escravos, julgando as almas a sua vontade... Nas portas do céu se podiam ver as faces de diversos deuses se alimentando de seus servos fieis, garantindo-lhes seu sentido de vida”.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Papirus Alenxandrinus - Capítuo I - Parte II

Ao fundo, a figura escuta o som de trovões longínquos, e seu peito estremece com uma enxurrada de lembranças passando por sua cabeça. Levantando rápido ele arremessa o punho da espada trincada longe e começa a caminhar na direção dos grandes carvalhos logo na sua frente. Uma floresta escura, fria e aterradora, onde os sons de seus seguidores se tornam constantes e parte do ambiente, de uma forma tão uníssona, que não se percebe a presença dos mesmos. Entre as grandes toras, a neblina oriunda dos charcos, deixa a visão de uma floresta triste e traiçoeira, mas que para a figura, agora em marcha pisoteando a relva úmida, tudo isso é indiferente, pois há muito tempo ele não tem vontade de parar e contemplar esta natureza macabra.

A floresta torna-se seu refugio, a parte mais densa da mesma, onde as trevas reinam o dia inteiro é seu aposento de descanso e agonia. Sua pele alva queima, quando o sol a banha com seus raios luminosos, um eterno presente² de seus pais³.

Mas este presente, não é algo que se guarde com esmero, quando já se viveu milênios, e não se construiu nada, não se conquistou nada, não foi reconhecido por nada e nem adorado por nada. Como alguém, proveniente de um mundo antigo e guerreiro, poderia continuar desejando a vida longa, sem estes fetiches, sem estas objetivações de vida.

Dentre os da sua espécie a figura macabra que vemos na escuridão, tornou-se um pária, uma vergonha, exilado de seu clã e forçado a ter como Sucubus somente os mortos. Mas como sabemos a batalha já passou e os cadáveres não possuem mais sangue bom para consumo, mais uma vez, a figura não ira se alimentar e enfraquecerá, mas sua morte não vai chegar, a não ser que uma decapitação providencial o liberte deste plano, mas toda vez que tem a chance, ele se utiliza de audácia e cai em tentação, se alimentando e fazendo de Sucubus aquele que lhe veio fazer o favor de sua vida.



(2) Esse presente é explicado nos pergaminhos, como uma espécie de parasita, que vivia nas águas lacustres de Atlântida, que dava a capacidade de cura, mas que tinha efeitos colaterais, como uma grande sensibilidade à luz.

“Pequenos seres são estes, parecidos com girinos, nadam naquelas águas lodosas, e garantem a esse povo um poder macabro e demoníaco, só saciados com o sangue de seus Sucubus, mas por algum motivo, talvez pela maldição dos deuses, esses fogem da luz do sol”.

(3) Lê-se nos Pergaminhos Alexandrinos que quando um novo cidadão de Atlântida nascia, esse era levado até algum dos templos sagrados, onde recebia um elixir, colhido em uma fonte, que lhe garantia vida longa, desde que esse tivesse ao menos um súcubus, para sua alimentação. Durante muitos séculos, jovens eram levados a ilha de Creta, afim de servirem de oferenda à uma besta mitológica, fato esse explicado nos pergaminhos.

“Os jovens mais fortes e saudáveis das regiões gregas, são levados a Creta, que na realidade é um ancoradouro de Atlântida e então raptados para a mesma, dessa forma uma cota de uns cem jovens anuais é garantido como sucubus aos Atlantis”

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Papirus Alenxandrinus - Capítulo I - Parte I

Procurando um sinal para remição

Em algum lugar da Europa do século X, durante as invasões dos bárbaros do norte...

E mais uma vez, caminhando entre os corpos caídos no campo de batalha, aquela figura, sombria e triste se encontrava. Sua silhueta já fora vista em tempos imemoriáveis, na mesma situação que se encontra agora... Caminhando dentre os mortos.
Uma fina névoa embaça o campo de visão, são as chamadas brumas da morte, que espalham sobre os vales, as árvores, os charcos logo adiante e as colinas, um odor fétido de carne pútrida, uma vez que a batalha se passou há uma semana.

Os perdedores não tiveram a chance de fazerem seus rituais para os mortos, pois toda a população fora assassinada pela horda vencedora. Os corpos são entregues às criaturas noturnas, pertencem aos animais mais obscuros agora.
Mas mesmo sabendo das circunstancias, aquela figura continua a caminhar em meio aos cadáveres, e todas as criaturas o respeitam, todos o veneram, ele é o senhor delas.

Uma chuva fina precipita, lavando esta grande sepultura coletiva, o odor fétido diminui, e nas colinas, a relva que as cobre começa a ficar úmida, criando assim um brilho triste, que contrasta com o ambiente cinza e vermelho aos seus pés. A figura agora permanece de pé, austera, no meio do campo, a chuva lhe lava o corpo de uma forma diferente, de uma forma como se limpasse sua alma, expurgando até seu ultimo pecado. Esta figura singular e triste possui o símbolo da tristeza no peito, ele é um amaldiçoado, um imortal que escolheu as sombras e agora se arrepende, procurando dentre os mortos uma chance de remição, um sinal da luz para um filho das trevas.

Com as mãos pálidas, de aparência frágil, o dono da figura se abaixa e pega uma espada quebrada, provavelmente trincada após um potente golpe contra um escudo de metal, ela possui adornos celtas, que lhe traz recordações.
Sua vestimenta é diferente das que os cadáveres usam. Uma vestimenta muito mais antiga remetendo o pensamento aos tempos de Roma, com águias douradas no peitoral e um elmo característico, mas na realidade ele é muito mais antigo, pertence a um mundo esquecido*, nem nos papiros de Alexandria sua civilização foi citada como era em sua natureza mais pura. Apenas traços desta civilização foram deixados na história, e os poucos descendentes se escondem nas sombras.

Seriam talvez pensamentos como estes que passavam pela cabeça da figura, agora abaixado, com o punho de uma espada nas mãos, observando o horizonte. Com certeza ele esta se lembrando de como seus descendentes eram poderosos, e como acabaram sendo praticamente extintos por aqueles que foram, por milênios, seus reles escravos.


(*) Este mundo era excluído do continente, se localizava em uma ilha no meio do Atlântico, eram os dominadores desta região. Antes dos primeiros vikings pisarem no solo das Américas, os nativos deste mundo esquecido, já haviam colonizado o novo mundo séculos antes, sendo cultuados como deuses, como senhores pálidos, aqueles que possuíam o poder da natureza nas mãos, aqueles que eram imortais e tornavam-se invencíveis no luar.
Quando o primeiro europeu pisou em solo americano estes deuses já haviam partido a milhares de anos, deixando para trás civilizações bem desenvolvidas, escritos, e armamentos jamais esperado para povos deste período, que acabaram sendo perdidos ou destruídos pelos mesmos, devido tamanha ignorância.
Este povo esquecido é citado nos papiros de Alexandria como Atlantis, ou seja, naturais de Atlântida. Mas ao contrario do que se encontra nesses papiros, esse não era um povo pacato e que sonhava em um mundo com todas as pessoas vivendo bem, esse povo era guerreiro, adorador da lua, hematófago e escravista.
Dominavam os mares, não permitiam que outros povos desenvolvessem técnicas náuticas, sempre afundavam barcos e se alimentavam do sangue de seus condutores, esse era o grande império marino de Atlântida.
Devido a um cataclisma, a ilha foi engolida pelo mar e toda esta civilização fora destruída, demonstrando assim que esses senhores pálidos, não eram tão imortais. Nos papiros de Alexandria, há diversos relatos de corpos extremamente pálidos chegando às praias de onde seria consolidado o reino dos Visigodos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ARMAGEDOM

No horizonte, um facho de luz surge.
E o fim das trevas se dá,
Uma gloriosa silhueta aparece.
Com asas abertas ele impõe o respeito que trás consigo.

A poderosa lança que ele carrega aponta para o céu.
Seu escudo brilha mais que o sol.
Quem seria esta figura?
Um emissário, previsto nos livros escatológicos?

Demônios sucumbem ao olhar para ele.
E voltam para o escuro abismo da Geena.
Onde seus corpos serão consumidos pelas chamas da desolação.
Sodoma e Gomorra tornar-se-ão sal perante o seu poderoso resplandecer.

Apocalíptico cenário se estende de Norte a Sul
Ventos pestilentos cruzam de Leste a Oeste.
O sal incrusta na terra, tornando-a infecunda.

A figura gloriosa apenas observa.
E de sua austeridade somente se escuta:
“Fizeram sua escolha!”

Sodomas ao Norte, Gomorras ao Sul.
As chamas do abismo lambem a face da terra.
E tudo se torna Geena.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

MONOCROMÁTICO

Alva é a pele do amaldiçoado...
Alva como a neve do inverno negro,
Que enfrentamos na alvorada dos novos tempos.
Fria é sua pele, gelada é sua alma...
Como a neve daquele inverno negro...

Monocromática foi a visão que tive daqueles campos...
Monocromatismo de um feixe de luz.
Que se move com baixa freqüência.
Espectro vermelho, líquido e quente...
Jorrado de inocentes gargantas.

Lâminas prateadas refletem a luz da alvorada.
O Carmim lava o metal.
E então o amaldiçoado corre para as trevas.
Onde nem se quer um único fóton é capaz de ser liberado.
Sombras escurecem sua pele...

A noite ressurge...
O adorador da lua põe-se a acordar.
A luz prateada de sua deusa o atrai...
Mais uma vez a carnificina noturna se iniciará...
E a neve, carmim novamente ficará.

Presas, garras e ódio...
Sinta o cheiro...
O sabor...
O calor...
A textura do líquido perseguido...

...Monocromática agora se tornou a pele do amaldiçoado.
Mas pela manhã...
Mais uma vez fria e alva essa será.
Pois esse é seu fardo...
Essa é sua maldição.
Este é o inverno que enfrentamos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Arco-íris

Havia o tempo
E o tempo havia-me
Mas não me havia o tempo
Que via o tempo que há em mim:
E o gosto esmaeceu lisérgico, como o despertar de um sonho lúcido.

A saudades...sim, há saudades, mas quando não há, morremos
E finda-se o tempo que não via de haver em mim
Quando há, também morremos, mas venenosamente doce
Prefiro morrer das nossas dores, a sofrer pelo que foi
Outrora inerte ao que não foi.
Santos ponteiros que não me deixam parar,
Mas quando ando pareço junto
E quando deito sei que sou só

O tempo métrico me escapa na poesia.
Nela posso reordenar os sonhos
Como se na linearidade dos meus dissabores
Reside-se a felicidade de um compositor
Nas incertezas que esganam e angustiam
Mora o impulso da alma vazia
Que não encontra abrigo
Para ser radiante.

Desses intermeios do meu latifúndio
Aprendi socrático que nenhum conhecimento é fundo
Que caiba ao mundo uma certeza firme
No amarelo que sonhamos esmaeço novamente
Irremediavelmente viceral
Abando-me ao ver-te
Podendo ser-te sem ter a mim


Verbal Kahn

terça-feira, 20 de outubro de 2009

INCUBUS

Um espelho sem reflexo...
A prata não reluz a imagem daquele que foi tocado pelas trevas
Olhos tão negros quanto a sua alma...
Possuiria uma alma aquele que se desloca pela noite...
Procurando seu sucubos...
Entrando nos aposentos e absorvendo todo o suspiro primordial...

Pele alva e fria, tão sensível e tão imortal...
Coração estático...
Não há necessidade em bater.
Portador morto da imortalidade.

O espelho que não reflete sua alma pútrida...
Que para ele não tem utilidade.
É na realidade toda a sua ruína...
Espelho este que não reflete imagens...
Mas que para o desalmado apenas mostra sua existência...
Através de um vácuo.

E a tristeza toma conta deste,
Pois não tem sentido sua existência.
E o incubos sem alma sucumbi...

BRILHO CARMIM

Mais uma vez eu acordo...

Mais uma vez minhas mão estão tingidas de rubro.

Meu corpo dói e meus olhos se aconchegam nas trevas.

Que vozes são essas que ecoam em minha mente?


As sombras estão a cobrir meu corpo.

E eu sinto um toque gélido descendo por mina pele.

Em minha mente posso ver olhos negros me fitando.

Sinto-me enlouquecido...


Que gosto estranho é este entre meus dentes?

Por que meu coração dispara quando olho a lua pela janela?

Sinto uma arrebatadora vontade de ir em sua direção,

Mas seu brilho prata torna-se carmim a cada batida de meu coração...


Agora a olho fixamente e já não sinto mais frio...

Trevas e o brilho carmim fundem-se em uma abominável distorção da realidade.

Esqueço meus pensamentos...

Meus olhos se fecham...

Uma voz sombria clama meu nome...

E mais uma vez eu acordo...


sábado, 3 de outubro de 2009

FAFNIR


DRAGÃO
FAFNIR na mitologia nórdica era um dragão que roubou e guardava o tesouro de um povo mágico chamado NIBELUNGOS. Este povo, dentre seus tesouros, havia forjado um anel que tinha o poder de dominar o mundo, mas que também amaldiçoava quem o usava. Um dia um jovem guerreiro chamado SIEGFRIED é mandado para matar o Dragão, e com um golpe de sua espada Balmung esse o mata, tomando todo tesouro e o anel para sí. SIEGFRIED se banha no sangue do Dragão afim de se tornar invulneravel. Coberto por uma folha, um pedaço de seu ombro não é tocado pelo sangue de FAFNIR, tornando assim este ponto o único lugar vulnerável de seu corpo. SIEGFRIED acaba sendo assassinado por seu cunhado enquanto dormia, por uma lança transpassada em seu ponto fraco.

GUERREIRO

Guerreiro
Muitas vezes guerreiros com elmos possuindo chifres ganham a conotação de serem guerreiros vikings, mas na realidade o uso de tais adornos é exclusivo dos CELTAS e não dos povos nórdicos da península escandinava.
O uso de chifres nos elmos se dá pela crença que os CELTAS tinham de que como castigo dos deuses um dia o céu iria cair em suas cabeças. De alguma forma, na cultura deles os chifres evitariam que o céu caisse em suas cabeças.
Os capacetes que os vikings verdadeiramente utilizavam eram cônicos e sem chifres.

GUERREIRO

Guerreiro

PALADINO

Guerreiro
Paladinos são guerreiros com carater inquestionável, são os grandes heróis retratados nas histórias medievais. Um Paladino faz tudo por seu código de honra, que era baseado em justiça, defesa de inocentes e em ter uma morte gloriosa, doando seu sangue pela paz.
Como a lenda dos Paladinos é criada na idade média, essas figuras possuem em grande parte alegorias religiosas. Lutam para salvar donzelas de Dragões, Vampiros e de Demônios.
A palavra Paladino é proveniente do Latim (Palatinus) que é referente a palácios.

GUERREIRO


Guerreiro

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Ultima Decisão

Dias se passaram, mas as dores

Se retardaram, caminha lenta

Sem pressa, mesmo assim age de forma violenta...

Retiraríamos-nos de terras que de direito seriam nossas

Não a defendemos? Pergunto, respondem que sim, volto

a me perguntar, por que estamos vivos então?

Se os hinos de guerra cantávamos de coração... Ninguém me responde

Digo ainda, não se calem a tal pergunta, honrados somos

Pois há derrotas mais dignas que certas vitórias...

Chacais somos, respeitados éramos, totalmente livres

Espero que sim, um dia.

Acampávamos todas as noites, nenhuma cidade nos recebia, cidades aliadas,

Hoje todas condenadas.

Alguns comandantes aconselhavam a saqueá-las, mas assim nos tornaríamos repugnantes

Perderíamos o pouco de dignidade e seria minha responsabilidade

Caminhávamos para nosso lugar, ali ficaríamos, novos planos traçaríamos

Mas modestos, perdemos à esperança, um certo medo nos arrevogaria, não

Conquistaríamos nada...

Abrir mão de tudo é muito difícil, eu em um confuso labirinto me perderia...

Para minha surpresa em uma noite escutei que fazia muito tempo que não ouvia,

Lembrei da marcha da minha cavalaria, era a ainda viva força de minha terra, alguns cavaleiros, poucos mas o suficiente para me fazer relembrar.

Traziam noticias, desconfiei que talvez pudesse ser cartas, mas me enganei

Recebi uma noticia, havia um acampamento à alguns quilômetros,

Malditos sejam os que amam essa penúria, o que queriam? Não tínhamos mais nada a não ser nossas vidas.

Levantei acampamento, partiremos para evitar maior sofrimento, veio mais uma divida, até quando fugiríamos? Nos sufocariam

Os homens sentiram minha duvida, automaticamente montaram-se em formação de ataque, começaram a cantar o hino de guerra dos chacais.

Começo de noite, adorávamos o frio da madrugada, o frio do deserto noturno,

Atacaríamos em plena madrugada, só a luz da lua, a vida brincava comigo.

Era minha vez de tentar uma surpresa.

Levaríamos pouco mais de 4 horas para chegar a visualizar o acampamento inimigo

Não conhecia bem sua força, nem sabia sua origem

Tantas cidades, tantos campos, mas porque nosso deserto?

Ninguém o havia atravessado, muitas batalhas ali foram travadas, porem

Nossa única segurança naquele momento eram nossas espadas.

Marchávamos a passos lentos, sensações estranhas se mesclavam, medo, tristeza e

Muito ódio, não se escutava nada, estava pensativo, no meio de tantas incerteza

Uma certeza, iria sofrer outro abalo, talvez o maior, choque de todos.

“...as ruínas do Olindo terminariam de se desfragmentar”

Vinha em chavão, pronunciado, angustiante, não era preciso ser vidente, era claro demais, evidente, cairíamos ali. Era a sorte e alegria de alguns.

Não deixaríamos nenhum legado, de nossos corpos seriamos levados

Não podia ser, como? “Que retrocesso”

Não aceitaria mais uma derrota, porem no ar, já vinhas assopradas, pronunciadas

“Ah, que sensação horrível”

Já não tinha mais segurança alguma, naquela peça artística da vida, ele trazia o medo. Medo não de morrer, mas de não viver, ou viver deste perde e ganha que não me levaria a lugar algum.

Chegávamos perto das colossais dunas. Seria naquela noite que daríamos nosso grito de liberdade ou nos calaríamos para sempre.

Não consigo descrever o que me pensava, era detestável.

Imenso escuro, somente a luz da lua que clareava o destino

Deus, por que? O que o senhor quer?

Não sei nem o que perguntar, eu sei meu futuro.

Até mesmo em uma incerteza de guerra

Forte é meu coração, em frangalhos ainda bate junto com a marcha de nosso exercito. Minha cabeça? Não tenho o que reclamar, agüentou tantas tormentas.

Meus homens? Fiéis até a morte. Minha vida? Talvez eu tenha querido alcançar muito alem do que ela podia me oferecer.

Meu amor? Não sei, não o conheço (isso em 2005)

Perspectiva? Já não existe

Esperança? Isso sim, a vida foi generosa.

No momento? Confuso, feliz, com meu ar meio melancólico e olhos cálidos por natureza.

Elaborei uma estratégia no meio dos guerreiros, os arqueiros ficariam nos pontos altos das dunas, a cavalaria cercaria o acampamento, a infantaria bateria de frente com o núcleo inimigo. Já haviam lutado em plena madrugada outras vezes, no meio da escuridão faria chover flechas, talvez minha melhor surpresa.

Surpresa sim, a primeira flecha é lançada, bem no meio da garganta de meu general, soou as trombetas, logo em seguida os arqueiros mostraram suas forças. Escorria o sangue do demônio.

A cavalaria pesada inimiga fazia manobras para abater minha retaguarda. Era um ótimo momento para meus chacais interceptaram os malditos, era tanto ódio que emanava dos chacais, homens que viveram naquele deserto a vida toda e os defendiam com elas.

Com suas falquetes e cobertos por um pano negro como a noite,

Eram meu orgulho.

Levantou-se a formação de guerra inimiga, sua infantaria deveria ser no mínimo cinco vezes maior!

No escuro ouvia meus homens cantarem, sangram e partem como heróis ao meu ver. Nunca perderam uma guerra nesse território, nuca foram derrotados e verem cair um a um, momento indescritível. No horizonte os sinais da minha cavalaria, ótimo haviam passado sem serem notados, ouço cada vez mais alto o grito de guerra, soa de

Forma agradável, a cavalaria inimiga chega aos flancos da infantaria, idiotas, cortávamos as patas de seus cavalos, afundavam nos buracos que fazíamos na areia,

Via pela primeira vez que eram tais forças, percebia que não eram comuns,

Partiam de um modo violento, era um estranho modo de batalha, pareciam animais enfurecidos com suas vidas, nós os esperávamos imóveis, sofria meu primeiro dano, uma flecha certeira me perfurou o abdômen, não seria nada comparado ao aço que cortaria meu coração. O seco do deserto banhado pelo sangue de quem o defendia. Brotaria alia as flores de nossos valores morais... Flores de corpo e alma...

Não queria chocar meu exército com aquilo, minhas falanges erguiam seus escudos

Paravam o avanço inimigo, nos cercavam, seus arqueiros sugavam nossas vidas,

Lá vinha minha cavalaria, corriam, bateriam na retaguarda.

Pequenos em numero, mas de uma coragem inigualável, sabia que não seria suficiente. Como era grande tais forças, não havia como afrontá-los, nadaríamos contra a corrente de um imenso rio. Quando finalmente nos cercaram, via ali o filme que passava em minha mente tempo atrás, seria um massacre criminal, covarde e totalmente inconcebível.

A razão batia contra meu orgulho...

Rasgavam meu peito, mas não meu valor. Tiravam minha vida, mas não minha vontade de viver...

Ali fomos derrotados, não sobravam muitos de nós. Só os que eles permitiam, para contarem essa historiam e servir de exemplo.

Saiamos da vida para entrar na metafísica dos homens de verdadeiros valores, somos hoje o retrato do passado, a incógnita de um possível futuro.

Thiago 2005

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Tritão e o Lobo


O Tritão e o Lobo
Tritãos, Lobisomens, Minotaurus, são criaturas classificadas como LICANTROPOS.
Mas realmente a palavra designa sentido somente aos lobisomens, pois esta lenda encontra sua raiz em histórias míticas da grécia antiga, onde Licaão, rei da Arcadia, afrontou Zeus em um banquete, lhe servindo carne de um Arcade.
Como castigo Zeus o transformou em um lobo.
Licantropo possui raiz morfológica em Lic - proveniente de Licaão e antropos que em latim designa algo referente ao Homem.
O termo tornou-se tão abrangente pois na psicologia a LICANTROPIA é tida como um disturbio psíquico onde o paciente se diz transformado em um animal. Daí tamanha variedade da classificação de LICANTROPOS.

Caçador de Demônios: São Miguel Arcanjo


Caçador de Demônios
Dentre a hierarquia dos guerreiros celestes, os que são considerados o braço de Deus nos escritos, sem sombra de dúvida são os Arcanjos. Total senso de justiça, impecáveis, protetores da luz e de seus filhos. São sempre retratados com asas imponentes, espadas e escudos, além de estarem sempre matando e pisando nos Dêmonios.
Mas na realidade, o que estas representações querem mostrar é a proteção e não a violência, pois torna-se ambigua uma ação totalmente brutal de uma criatura santa.
O prefixo arc no latim quer dizer principal ou mesmo primeiro e Anjo é proveniente de ANGELUS, que quer dizer mensageiro.
Os Arcanjos são muito retratados em livros escatológicos (que tratam do fim dos tempos), são os comandantes das milícias celestes, os mensageiros de Deus e protetores dos viajantes.

Guerreiro


Guerreiro
SIEGFRIED é um lendário guerreiro da mitologia nórdica, que com sua espada Balmung, matou o poderoso Dragão FAFNIR, que guardava um imenso tesouro. SIEGFRIED se banhou no sangue do Dragão morto, para ganhar invulnerabilidade a toda e qualquer coisa, mas não sabia que por causa de uma folha, que caiu sobre seu ombro, e não permitiu que esta região de seu corpo entrasse em contato com o sangue de FAFNIR, viria a se tornar seu calcanhar de Aquiles.
SIEGFRIED foi assassinado enquanto dormia, transpassado por por uma lança no ombro.

Caçador de Demônios


Caçador de Demônios

Caçador Celeste


Caçador Celeste

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Zéfiros... o dia seguinte - Capítulo II

Vejo de longe meu mais belo sonho
sendo desfrutos pelos meus mais repugnantes inimigos...
Perdemos a conquista, perdemos a moral,
Perdemos o que de direito seria nosso!!
Aprazeríamos doces deletérios do dia seguinte,
A calmaria....
Um bom momento talvez, que seria varrido pelas tormentas
Agora o mais plausível seria nos retirarmos, mas o que fazer? esperar?
Esperar o que?
Não nos sobrou muito, uma pequena força talvez, porem fiéis ate o ultimo
instante....
Manhã ensolarada, Zéfiros sopra inspiradas correntes de ventos
Ventos que sussurram aos meus ouvidos, dei a entender
Que seria o tempo que nos redimiria ou selaria a queda ao inevitável.
Só espero não estar enganado mais uma vez.
pois se nos recuperarmos dos ferimentos de guerra, nos redimiríamos
Dos erros, e se a vida nos ajudar
Ao menos uma vez, com certeza nos reergueremos e decidirei se marcharemos
Contra tais forças novamente.
"lutamos contra a vontade do destino"

Thiago, 19/04/2006

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A última derrota - Capitulo I

A última derrota
Mais uma derrota!
Talvez a pior
Mas como?
Era a dádiva dos deuses
A benção para a vitória
A consagração!
Os homens estavam inspirados
Cantavam seus hinos de guerra
Nunca tinha presenciado um exercito
Tão motivado e feliz
Era a consagração!
Eu estava sozinho no meio
De fieis amigos e chacais de guerra
Em minha tenda planejava o
“check mati” , meus planos e
Minhas estratégias me consumiam
Vagava só em minha mente
O tempo passava ao meu lado
Meu espírito calado, enfraquecido
Com um grito, pobre espírito, se refutava
Da linda, exuberante e magnífica
Vista da vitoria, a via
Como jamais tinha visto antes
Ali era o presente, as conseqüências do passado
A chance de um no futuro!
Apenas pequenos detalhes me
Incomodavam, tais se tornariam gigantes
Eu tinha como prevê-los
Mas não preveni-los
Meu coração estava em chamas
Minha mente um doce jardim
Em tardes de outono que se
Refratava em frações de segundos
Oriundas lembranças me reprimiam
Às vésperas da investida
Já não tinha tanta certeza
Percebia pouco tempo antes, a situação
Complicava-se, o exercito inimigo
Recebia reforços e triplicava
Em questão de dias.
O destino mais uma vez intervêm
E minava meu caminho...
Emanava de mim um ar preocupante
Meus mais próximos generais acolhiam a situação
Mas nada pronunciavam
Me confiavam suas vidas, ou talvez
Não queriam julgar meu erro.
Não podia voltar a trás , era a dádiva,
Mas para mim a situação sem razão!
Momento antes da batalha montava
A formação de minhas tropas, sorria
Disfarçava minha angustia, pois o
Batalhão acata muito fácil o sentimento
De seu comandante, não poderia transparecer.
O lugar era propicio ao estilo de batalha de meus homens
Um ambiente semi-árido
Talvez o conhece-se muito bem, era quase perfeito.
No distante horizonte a poeira se levantava
Nesse momento senti um imenso vazio.
Poderíamos nos retirar do campo de batalha
E fechar as mãos e os olhos para tudo
Que há de vir
No entanto, isso doeria muito mais que a derrota...
Minha cavalaria pesada se dispersava para leste e oeste
Daríamos a volta e sufocaríamos a retaguarda inimiga
Eu contava muito com a cavalaria, era uma de minhas
Principais forças, pena que não voltaríamos mais a vê-los...
O inimigo entrava em nosso alcance visual.
A linha do horizonte escureceu
Meus homens se calaram, os cantos de guerra
Foram abafados pela marcha pesada
Da estranha força que nos afrontava.
Para minha surpresa uma cavalaria desconhecida,
Era difícil visualizá-los, passavam distantes dos
Flancos de minha infantaria, era para meus cavalos
Estarem fazendo essa manobra do outro lado
Senti naquele momento o começo do gosto amargo
Da derrota.
Todos nós ficamos estagnados, mas eu sabia que nenhum de nós
Abaixaria a espada, lutaríamos a te o ultimo homem
Nos atiraríamos ao fogo do inferno que se montaria em nossa frente
... agüentaríamos dilúvios de flechas
O aço cortaria nossos corações ao meio...
Mas não , não agüentaria mais
A agonia de viver se defendendo das ironias e sarcasmos da vida.
Então não negaríamos a luta, porem vistando o inimigo, tão grande,
Armados, fumegando aos gritos de guerra, não poderíamos mais
Aceitar enfrentar tais forças. Demos a embate a batalha
Meu exercito de chacais recuou, se distanciou da infantaria
A cavalaria inimiga abatia meus arqueiros, nossa retaguarda foi abalada
Pela nossa moral, cobria os flancos, revivia meu amargo passado...
Era minha principal força, tão facilmente abatida.
A derrota era visível, uma reviravolta iminente
Então calado eu pensava porque não laçar minha alma
E me revogar dessa situação atual?
Alguém me acordou do transe e me aconselhou
Que partisse em retirada, não havia mais nada o que fazer ali
Estava tudo perdido, com o tempo me apegaria a verdadeira esperança.
Thiago - 2006 (17-18/04/06)