domingo, 10 de julho de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE X

Após a caminhada dentro de um clima gélido, vindo da Romênia até a Austria, eles chegavam perto dos portões do grande palácio imperial de Hofburg, que além de enorme era extremamente belo. Apesar de ser um déspota josé II fazia de seu império um bom lugar para viver, desde que se fosse um nobre ou que se ajoelhasse a suas vontades. Ele era casado com Maria Josefa da Baviera, ou seja, tinha grande influência sobre toda a região. Seu casamento não foi de sua escolha, mas sim uma exigência de sua mãe Maria Teresa da Áustria, para que o império fosse forte, uma vez que ela o comandava na época, sendo José II apenas o co-regente até a estranha morte de sua mãe. Maria Josefa não era a primeira esposa de José, ela era a secunda, sendo que sua primeira esposa foi Isabel de Parma, que morreu de forma misteriosa três anos após o casamento.

O Imperador carregava nas costas, alguns assassinatos dentro de sua casa, elevando-se nos níveis da Torre. Após cada assassinato a ordem lhe trocava o anél. Era óbvio que todos dentro dos níveis sabiam que José era um assassino, mas permitiam sua subida, pois acreditavam que ele não era preparado para lidar com tanto poder, sendo que qualquer membro pudesse mata-lo e dessa forma, tomar pra si o controle de um grande império. Qualquer um que anexasse o Sacro Império Austro-Húngaro ao seu império normal comandaria a Europa.

Perto dos portões os homens reclamavam do frio, achando que iriam adentrar no palácio, mas o homem de peruca os conduzio a um beco escuro e fétido, onde bêbados urinavam e ratos se alimentavam. Ele para na frente do muro e desloca uma pedra abrindo uma pequena abertura, lá ele coloca seu cetro de arauto e o gira, como se fosse uma chave em um cadeado, abrindo uma espécie de alçapão.

- Todos vocês entrem!

Um a um, sob a mira de mosquetes, os mercenários desceram uma escada úmida e bastante escorregadia por causa de limo. No fundo havia um túnel que levava a uma espécie de calabouço, onde se encontrava uma mesa grande e oval.

- Agora fiquem sentados que o Imperador vira falar com vocês.

- O Imperador! Em tom de zombaria um dos homens diz, mas sendo rapidamente corrigido com uma coronhada no rosto.

Então escutou-se alguns passos e uma porta abriu, era José II e toda a sua pompa, entrando e andando no meio de maltrapilhos. Os guardas e o emissário fazem uma reverência se curvando.

- Vossa majestade! Como prometido, aqui estão os homens mais cruéis do império.
José os observa e diz:

- Como eles fedem!

Todos permaneceram calados, mas notava-se a vontade em cada olho daqueles homens, de colocar as mãos no pescoço alvo e fino daquele homem e então estrangula-lo.

- Muito bem seus porcos sabem por que eu os convoquei não! E continuou.

- Quero que matem, ou melhor, tragam para mim com vida para que eu mesmo o mate, aquele que se denomina Macula. Em troca lhes darei ouro e títulos, além é claro de poderem circular por todo o império sem serem molestados.

Os homens permanecem calados e apreensivos.

- Hoje vocês serão levados a aposentos limpos, poderão tomar banho, ter uma refeição, uma cama e uma mulher do bordél. Tudo em troca do sim de vocês, aquele que não quiser será dado aos cães.

Aqueles homens cansados não tinham outra escolha senão dizer sim a vontade do déspota. Mas naquele momento, pensar em um banho quente, uma boa refeição, em uma cama para descansar o corpo doido e uma austríaca para dar prazer era tudo o que eles precisavam. Mas não percebiam que era como vender a alma ao demônio, prazeres momentâneos em troca de algo precioso que seria cobrado mais a frente.