sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DEMÔNIO CAÇADO






Sequência de imagens do Demônio Caçado

GUERREIRO HIRCANIANO



Guerreiro Hircaniano, do vale engolido pelo rio que criou o Mar Cáspio.

CAÇADOR DE DEMÔNIOS



 
Sequência de imagens do Caçador de Demônios
Diversas utilizacoes de recursos gráficos, sendo a ultima imagem um gif animado, clic sobre a mesma para ver o efeito

CAÇADOR DE DEMÔNIOS

                                                                                                                                                                                                                        




Sequência de imagens do Caçador de Demônios
A ultima imagem possui efeito 3D, necessita de óculos com lentes coloridas, verde o direito e vermelho o esquerdo (pode ser feito com papel celofane)

Papirus Alexandrinus - Capítulo VI - Parte V

Após parar de devanear, o grande guerreiro, recolhe suas grandiosas asas e se cobre com um manto. Ele começa a descer a colina, pois na encosta ele via um vilarejo, casas com chaminés soltando fumaça, era um momento de fim de tarde, provavelmente os humanos estavam preparando o jantar.

O poderoso guerreiro não era escravo desse tipo de alimentação, ele se alimentava de luz, mas queria compartilhar da presença dos humanos, entende-los e quem sabe viver entre eles, deixar suas asas descançarem, ter uma vida pacata, conseguir se encontar na árvore do alto da colina e observar o sol poente todos os dias. Desfrutar da glória de algo maior que ele, da possibilidade de ser frágil como um humano, pois isso lhe trazia a possibilidade de novas batalhas, não a monotonia da guerra, mas sim de superação de sua fragilidade. Aquele Aviano, austero, imbatível, a arma mais poderosa de todo o império, um Juíz do Norte, portador da Luz Setentrional¹, se encontrava maravilhado com a beleza de ser um humano.

Ele chega até o centro da vila, observa um lugar onde havia bastante movimento e cantoria, parecia com uma das festas de sua terra, ele logo se sente acolhido, e vai em direção daquela que era um taverna na realidade. A festa comemorava uma antiga vitória na região, onde um dos clãs mais antigos havia saído vitorioso.

A porta se abre e a figura encapuzada adentra no recinto, nunca ninguém o havia visto lá e havia rumores de pessoas muito estranhas andandopela região, algumas histórias levando a creer em criaturas míticas. A história da chacina no império chinês já havia percorrido grandes distâncias, todos estava receiosos com a presença de estranhos.
Ele então se senta em um canto isolado, mas que tinha uma visão privilegiada da algazarra. Por alguns minutos ele ficou a observar, por debaixo do capuz, toda a movimentação dos homens e mulheres. Ele estava feliz.



A felicidade o estava embreagando, como o álcool fazia com aqueles em sua frente. Ele não percebeu, mas um homem se aproximou pelas suas costas, e com uma faca, com cabo de chifre de bode, lhe espeta o flanco com muita força. O poderoso Aviano se levanta, deixando escapar um forte grito de agônia, tamanha dor ele nunca havia sentido, nunca tinha sido golpeado, nem mesmo a elite dos Incubus lhe fez frente.
Ele abre as asas, seu manto cai no chão, e uma chuva de facas, cadeiras e flechas cai sobre ele, castigando seu corpo. Todo machucado ele não tinha força para enfrentar os homens, nem mesmo conseguia esticar a mão até o medalhão e invocar a besta que foi a ruína de vários Incubus nas montanhas do Himalaia.

Um ruivo grande e barbudo vem em sua direção, empunhando um machado tenebroso, o machado de um carrasco. O homem eleva a arma e o desce com muita força, decepando as asas do Aviano, que agora estava sendo domindo com cordas, da mesma forma que se faz com um cavalo arredio. Ele se levanta, mas os homens, pucham com muita força as cordas, jogando-o ao chão novamente.

Grandes martelos se aproximavam, e logo seus joelhos foram esmigalhados. Indefeso, machucado e magoado ele se entrega. O pior de tudo para o Aviano, era saber que toda a sua batalha, para protejer os humanos das forças da sombra, havia sido em vão. Aqueles homens e mulheres, não eram Incubus nem mesmo Sucubus, mas o ódio nos olhos, as faces enrugadas e as palavras e o tom agressivo, os tornavam mais amedrontadores que as bestas.



Encurralado no canto, caido, com seu sangue prateado por toda parte, suas asas passadas de mão em mão como um troféu, as cusparadas e os chutes, só lhe deram a derradeira imagem. Seus olhos se acenderam, suas feridas brilharam. Uma devastadora explosão varreu aquele vale, que acabou sendo totalmente preechido pelas águas de um rio, formando um grande lago². A arma mais poderosa do Império, havia caído, por sua vontade de encontrar a felicidade no meio dos que ele tanto protegeu.

(1) A Luz Setentrional era a energia que o Aviano carregava por causa do sol, o excesso de energia ficava guardado em uma câmara no peito, muito parecida com a bolsa de sangue dos Incubus. Essa energia era absurdamente concentrada e podia devastar regiões inteiras, como um meteóro faria. Varias cratéras de meteóros no planeta foram causadas por Avianos que em batalha caíram e tiveram a câmara violada. Os Incubus tinham ciência do poder, e quando conseguiam se apoderar do corpo de um Aviano, cometiam ataque suicídas. Geralmente dos Avianos caídos, tinham seus corpos rapidamente coletados e levados para as cidades do Polo Sul, onde suas energias eram consumidas em artefatos.

"Aquele som... aquela luz... aquela onda de impacto... nunca mais se terá algo de tamanha magnitude na terra... da terra... não do firmamento"


(2) Aquele lago monumental, criado em prazo de segundos, se encontra no território da Rússia, do Azerbaijão, Turcomenistão, Cazaquistão, Irã, ocupando assim parte da Europa do Leste, Ásia Central e Estépes. Ficou conhecido por milhares de anos como Oceano Hircaniano e depois de Mar Cáspio.

"Aquela água toda... desviada de seu curso... pela força descomunal de uma única criatura... morta pela força descomunal da besta humana..."