quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Papirus Alenxandrinus - Capítuo III - Parte I

América Central - 1483 d.C.

Naquele ambiente luxuriante, com uma fauna e flora extremamente exóticas, a figura sombria se move entre os arbustos, perto de um pequeno lago alimentado por uma cascata, as aves coloridas voam e fazem uma grande algazarra. É dia e uma figura sombria percorre este paraíso, todo coberto por uma pesada malha de ferro negro, parecendo ser forjada no inferno, carrega em sua mão uma grande lança dependurado de forma transversal pelo seu peitoral um arco com várias flechas.

Ele se move, observando atentamente o centro do lago, onde algumas pessoas se banham. Eles são de uma cidade não muito longe, uma cidade rica, tanto em ouro quanto em sangue bom e jovem. Em homenagem a seus antepassados ¹, alguns totens e pirâmides em degraus foram construídos, muita tecnologia (relativamente desenvolvida para o período histórico) foi deixada pelos antecessores deste ser sombrio.

Mesmo sabendo que é muito mais ágil e forte que aqueles seres incrédulos que ali se encontram, ele ainda esta fraco e necessita se alimentar faz muito tempo desde sua última refeição, desde a última vez que se alimentou de sangue dado de bom grado, ele agora só se alimentava, durante as noites sombrias, adentrando escondido na casa destes seres humanos, que não sabiam de sua existência, o adoravam e esperavam seu retorno glorioso. Os Incubus eram tidos com deuses, os poderosos deuses brancos ².

O terrível caçador já havia escolhido sua vítima, uma jovem, bela de cabelos longos e negros como as sombras, tão apreciada pelo mesmo. Com um movimento rápido, ele adentra, silenciosamente na água, se esconde por debaixo de umas plantas aquáticas, e se move lentamente, em direção a sua presa. Parecendo um tronco boiando, sua presença não causa grande alarme, até que fica a menos de um metro da bela jovem.

O mesmo se levanta bruscamente puxando-na para o fundo da água. Os outros seres humanos se assustam e gritam correndo para as margens do lago, com rostos aterrorizados e coração palpitando velozmente. Não se via nada mais na água, até que de súbito, uma criatura, com um poderoso salto, sai do fundo das águas levando nos ombros a jovem. O mesmo adentra-se na floresta desaparecendo nos galhos das arvores que flanqueavam as margens do lago.


(1) Este período é posterior ao cataclisma de Atlântida. Nesta época todos os Incubus foram chamados de volta à ilha por um grande motivo, que era a defesa da nação, pois o que ocorreu não foi um cataclisma natural, mas sim um cataclisma induzido, o golpe final de uma civilização sobre uma outra. Alguns Incubus acabaram deixando descendentes perdidos no que um dia os europeus viriam a chamar de novo mundo. Estes totens e pirâmides eram utilizados como pontos de referência, para os seres humanos saberem onde começavam os templos e onde eram os pontos para deixarem suas ofertas aos Incubus.

“Naquela época muitos grandes guerreiros retornaram a Atlântida, e lá morreram, flechas os transpassaram furiosamente, outro foram capturados e julgados.”



(2) Várias crenças Astecas diziam que os deuses iriam voltar um dia, e que eles seriam grandes guerreiros pálidos montados em criaturas estranhas. Quando os conquistadores espanhóis chegaram, os nativos não tiveram defesa, pois estavam cegos, imaginando que estes eram os deuses. Os deuses eram retratados de forma pálida, pois os Incubus não possuíam melanina na pele, o que tornavam-nos vulneráveis à luz forte, na realidade, fato este que não foi averiguado com os conquistadores. Se isso tivesse sido percebido, talvez os nativos não teriam sido praticamente exterminados.

“A esperança do retorno dos deuses, ganhava a cada dia mais força, pois a crença do grande sacrifício ao sol era vista freqüentemente no sonho das pessoas, um ser que aparecia em aposentos escuros, durante a noite e contava a história de um retorno triunfal, traria o paraíso para aqueles que se entregassem a seus desígnios. ”