terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo VI - Parte III

No alto do pico gelado, onde os ventos passavam com extrema velocidade, a grande besta farejava o fedor de um Incubus, que era totalmente disperso pelos ventos. A besta era capaz de captar uma pequenina partícula que podia ficar no ar, pairando por meses, proveniente de um cadáver. Ele seguia um fedor que o levava, cada vez mais para próximo do topo.

No topo, uma figura parecida com um homem, se erguia entre as núvens, sendo que aos seus pés se encontrava um corpo com vestes de nobre, vestes de um imperador. Aquele corpo pertencia ao imperador chienês, estava cravado com penas prateadas, e sua alva barriga aberta. Não se via tripas, mas sim um tipo de bolsa estomacal marrom¹, de uma espécie de pele lisa e brilhante, ela estava estourada e muito sangue espalhado pela neve.


Imagem de um Guerreiro Incubus de Elite

A besta parou sua subida e fixou os olhos no homem, que com um movimento rápido retirou uma medalha dourada de suas vestes, ela era adornada com rubis e no centro um desenho do sol em relevo, deixando-na com ares de ser muito antiga. Ele mostrou-a  e o grande animal, com gesto de obediência, se ajoelhou e colocou a testa no solo. Um grande clarão se deu no pico, e a besta foi engolida por uma luz forte proveniente da medalha ².

Após isso, o homem abriu duas grandes e poderosas asas, bateu-as com força e levantou voo, se jogando contra o precipício e dando um rasante para ganhar velocidade e assim planar. O corpo do Incubus foi deixado para trás, como um aviso a todos os outros que estavam naquela área, que seriam caçados e eliminados de forma brutal e dolorida.
A Cidade Proibida, que não passava de um grande harém, onde as jovens de toda a China eram levadas, presas e escravisadas, para satisfazer a fome do Grande Incubus Imperador, havia sido invadida por esse Aviano. Todos os Sucubus e Incubus de Elite foram mortos por esse guerreiro, que era da elite dos avianos, conhecido como Juiz Celeste.



(1) Essa bolsa, segundo a anatomia dos Incubus, era um reservatório de sangue, que se enchia após o mesmo se alimentar. Ela servia para armazenar o sangue que não seria consumido efetivamente no momento, ou seja, era uma bolsa que armazenava o excesso de sangue que o Incubus tomava. Por isso os grandes Suseranos erão retratados com o abdomen dilatado. Essa bolsa era protegida por uma espécie de caixa toráxica, enviolvida por costelas menores, afim de servir de armadura contra choques e contusões.

"Realmente estas bestas não eram em nada parecidas com seres humanos, possuiam peito, mas não tinham coração..."


(2) Todos os Avianos possuiam uma medalha como essa, sendo que dependendo do nível do Aviano, cada uma era diferente da outra. Elas serviam de mochila de transporte. Para Avianos simples, elas carregavam escudos, lanças, arcos e adagas em forma de pena, as espadas sempre eram guardadas nas bainhas do cinto. Para Avianos de Elite, elas encerravam bestas sob o comando dos mesmos, além de carregar as armas convencionais. Os símbolos indicavam o escalão do guerreiro, sendo o Sol para guerreiros de elite, a Lua Crescente aos Guerreiros Medianos e a Estrela aos Emissários, que além das armas carregavam artefatos  importantes que podiam acabar com um exercito de Incubus, artefatos que necessitavam de muita energia solar e podiam somente ser utilizados uma única vez, como foi visto no Egito (Cap V - Parte V).


"As medalhas poucas vezes foram vistas... Na realidade poucos sobreviveram a elas..."

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

GUERREIRO DE ELITE


Guerreiro de Elite Incubus: Equivale a guarda Pretoriana de Cesar. São os mais bem treinados guerreiros do exército, as primeiras citações sobre eles vem da época em que Hades comandava Arcádia.

Papirus Alexandrinus - Capítulo VI - Parte II

Do alto do templo budista, que ficava aos pés da grande cordilheira, o monge orava, observando toda a grandiosa força da natureza que o cercava. Mas uma avalanche se inicia, e parte da montanha, que antes era marrom fica toda branca, fato esse que não mais impreciona aquele homem, foram tantos deslizamentos de neve naqueles dias, que o estrondo já não mais assustava ninguém.

Junto com a neve que deslizava brutalmente um som forte se podia ouvir, mas esse não era um som comum, não era o som trivial das avalanches, nem o poderoso som do vento se chocando com a cordilheira, parecia mais com um urro de um animal feroz. Nesse momento o monje se abala e desce rápido do alto do templo, correndo para dentro de seu quarto simples. Ele se ajoelha e começa a recitar um mantra.

Enquanto rezava, ele percebia o chão tremer, como se algo muito pesado se aproximava. Os urros ficavam mais altos, e o monge, antes todo controlado, agora se encontrava ajoelhado e freneticamente cantando seu mantra, com as palmas da mão juntas perto da testa e segurando um rosário de contas.

A grande criatura havia descido da montanha e seguia o odor da guarda de elite dos Incubus, que estavam escondidos com certeza naquela vila aos pé do mosteiro. A besta se movia rápido, por entre as casas, parecia sem agilidade por causa de seu corpo se troncudo, mas isso não se via na prática. Até que entre duas casas, em um beco escuro, a besta encontra os dois Incubus, se alimentando do sangue fresco de duas pobres jovens¹, que agora não se encontravam mais com vida.

Os dois guerreiros se levantam assustados, não esperavam ver a criatura tão cedo, pois ainda estavam fracos, pois na batalha, haviam gastado todas as suas forças e a descida da montanha exigiu muito de seus corpos. O sangue de uma simples jovem não iria adiantar muito contra uma criatura daquele porte.

Com um movimento rápido e certeiro a grande besta joga seu punho contra o corpo de um guerreiro, que se choca violentamente contra a parede de uma das casas, demolindo-a por completo, sendo soterrado por tijolos. O outro guerreiro puxou da bainha sua lâmina e então partiu para o confronto, golpeando várias vezes o pescoço do animal, que sangrava muito.

 Mas a dor somente o deixou mais enfurecido. Estedo suas poderosas mãos ele agarra o Incubus, e o torce ao meio, fazendo um estrondo de ossos quebrando, seguido de gritos e palavras indecifraveis do Incubus em sua lingua natal ². O animal ergue o corpo imóvel do guerreiro e o morde na barriga, espalhando suas tripas pelo chão gélido, puxando o corpo como uma corda ele separa-o em duas partes.

O outro guerreiro, que tentava se levantar de baixo da parede, somente viu um sombra se projetando a sua frente, e poderosos dentes envovendo sua cabeça. Com uma única mordida a besta abriu o crânio do Incubus, engolindo seu cérebro.

Após a matança a grande criatura retornou ao pico gelado esperando encontrar mais rastros de Incubus, sua presa favorita.



(1) O melhor sangue que um Incubus pode desejar após uma batalha é o sangue de um jovem, ainda mais se for uma jovem que carrega no ventre uma criança. Nesse caso a energia é restabelecida de forma rápida, devido a quantidade de hormônios que a mãe libera no sangue, fora a pureza do sangue que o corpo acaba produzindo, uma vez que no corpo materno tudo tem que estar funcionando corretamente, para que não ocorra a perca da criança.

"Era asqueroso e revoltante encontrar na esuridão, uma jovem mãe servindo de alimento para uma criatura putrida como aqueles Incubus..."



(2) A língua dos Incubus era um dialeto basatante próximo do Latim, provavelmente foi a língua que deu origem ao linguajar do Lacio.


"Até era interessante ouvir o dialeto dos Incubus... Pois enquanto estavam falando, isso significava que não estavam se alimentando de alguém..."

domingo, 17 de outubro de 2010

HADES NO SALÃO ESCURO - À FRENTE DAS ALMAS PERDIDAS


Hades sentado na sala onde as almas que são trazidas por Caronte tem sua força vital totalmente consumida (Click na imagem - gif animado)


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo VI - Parte I

No alto daquele pico, todo branco com as neves eternas, três figuras sinistras se encontram, eles fazem um circulo e parecem estar a conversar, até que um deles, o que parecia o líder se agacha e pega um pouco de neve, ele aponta na direção do leste, e então os três se põem a correr naquela direção.

Os ventos continuavam a soprarem gélidos, mas as três figuras continuavam a correr, de repente um tremendo estrondo sob a neve se deu e um poderoso punho emergiu. Os três guerreiros desembainharam laminas negras, eles eram bastante velozes, movendo-as como se não possuíam peso algum.

Abaixo da neve se encontrava uma caverna, e uma criatura branca, coberta por umas placas que lembravam muito com penas ou mesmo escamas ¹, sai de seu interior, liberando um urro parecido com o barulho dos gélidos ventos nos paredões gigantescos.

A criatura movia seus braços com toda a força na direção dos guerreiros, com a finalidade de encravar suas poderosas garras, que mais pareciam chifres de um Iaque, na carne dos velozes guerreiros.

Os atacantes eram bem pequenos em comparação a besta que enfrentavam, mas eram habilidosos ², cortavam as placas até chegar na carne, tingindo a neve de vermelho. Esguichos de sangue voavam a alguns metros, mas o animal não parava de se mover, querendo a todo custo pegar os guerreiros. Mas essa era a estratégia dos mesmos, acabar com as forças do inimigo cansando-o e o magoando. Os golpes vinham de todos os lados, mais parecia um ciclone de laminas ao redor da grande besta.

Após um tempo a criatura estava nos chão, desprovida de vida e os três se deleitavam com a visão. Com tamanha façanha, os mesmos não perceberam o solo congelado se abrir atrás deles, e mais uma sombra gigantesca se elevar. A grande criatura com uma única patada conseguiu transpassar, suas garras nas costas de um dos guerreiros vitoriosos, explodindo o peito do mesmo, espalhando pele e órgãos internos pela neve, sua espada caiu e fincou-se na neve, como uma lápide em um cemitério.

Os outros dois, por já estarem cansados, bateram em retirada, pois sabiam que jamais conseguiriam enfrentar uma daquelas bestas em tais condições. Enquanto desciam, escutavam o som dos urros da poderosa besta se perdendo entre os paredões. De repente uma saraivada prateada passou do lado esquerdo dos mesmos, era um aviso que as bestas não estavam sós naquele deserto gelado.


(1) Estas bestas não passavam de mais uma poderosa arma dos Avianos contra os Incubus. Elas eram utilizadas em lugares onde asas não conseguiam se abrir, como em ambientes úmidos, que faziam as mesmas ficarem muito pesadas. Essas criaturas eram híbridos de Avianos e gatos, que habitavam as terras geladas além da cidade de ouro.

“Dentes e garras, só isso pode-se ver... Depois sangue e trevas...”


(2) Estes guerreiros habilidosos eram como a guarda pretoriana dos Incubus, eles eram treinados em artes de guerra, onde armas e o corpo se tornavam um só. Depois de alguns séculos essa arte, que os homens aprenderam por entrarem em contato com os mesmos e determinar contratos de aprendizagem e convívio, veio a se chamar Kung Fu. É claro que os seres humanos não chegaram a fazer nem metade que os Incubus faziam.

“Eram fantasmas assassinos... quando menos se esperava um membro seu tinha sido decepado, quando o mesmo atingia o solo, você já não estava mais vivo...”

domingo, 8 de agosto de 2010

DEMÔNIO CAÇADO


Eis a perturbarora imagem do Aviano convertido em Incubus, uma das mais fortes armas do exército sombrio, um Incubus que não era afetado pela luz, mas se alimentava da mesma e também de sangue. Caçado e morto com extrema violência pelos de sua espécie.
Muitas vezes que um Aviano era capturado, o mesmo era convertido a força, mantido muito tempo sem se alimentar, ele ficava fora de sí, transformando-se em uma besta furiosa sem controle. A maioria dos Avianos, quando percebiam que serião capturados, eles se matavam, quando não conseguiam, faziam isso quando conseguiam. A imagem que vemos, pertence a um Aviano convertido a força, caçado e morto pela misericórdia dos de sua espécie.

domingo, 1 de agosto de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo V - Parte V

Após algum tempo de muita calmaria, uma nuvem de areia, muito vermelha, surgiu no horizonte, trazendo ventos fortes e anormais. Do centro do deserto, uma grande cidade, de um marrom bastante escuro emergiu da areia, vários relampagos desciam do céu, chocando-se contra o solo arenoso, estrondos eram ouvidos, não lembrando algo como um demoronamento ou explosões, mas sim, de forma cadênciada, como tambores de guerra.

O som se aproximava gradualmente, junto com a nuvem de areia, percebia-se o solo tremer. Algo grande estava se iniciando, algo aterrador e poderoso.
No templo piramidal, onde se encontrava o grande altar dourado, o casulo do escaravelho começou a se abrir, e uma forte luz foi liberada. O guerreiro aviano estava novamente acordado. Ele estava muito pálido e parecia fraco. Pondo-se a caminhar ele passou pela entrada do templo e olhou para fora e viu algo muito familiar, parecia sua terra natal. Enquanto estava hibernando, os humanos haviam seguido fielmente as suas ordens, e uma grande cidade tinha se erguido. Tão ostentadora quanto a cidade dourada de onde tinha vindo.

Abaixo da longa escadaria da pirâmide que ele estava, uma multidão se encontrava, todos vestidos de branco com adornos dourados, prostados no chão pavimentado. Com um forte bater de asas, o aviano subiu ao céu, e deixou o peito escancarado para a coroa solar, afim de reabastecer sua energia, que havia ficado inativa por alguns anos. Todos os homens, mulhers e crianças o contemplavam, sabiam que ele os protegeria.

Descendo sobre a ponta da pirâmide, ele arrancou algumas penas de suas poderosas asas, e apontando para o sol ele fez um movimento de cima para baixo. Um grande clarão e uma onda de impacto se deu. O poderoso guerreiro, agora, segurava em sua mão direita uma arma magestosa, algo que só foi visto a alguns anos atras, durante a batalha em que o mesmo foi visto pela primeira vez.

O poderoso guerreiro fez um sinal para que todos entrassem no templo, trancou a porta, e uma grande escuridão tomou conta de todos os sentidos dos que estavam lá dentro. Não sabiam o que ocorria do lado de fora do templo. O aviano levantou voo e foi na direção da grande nuvem de areia, sua espada brilhava como o próprio sol, mas nenhum daqueles que estavam no templo conseguiram ver.

No meio da escuridão visual e auditiva, uma grande onda de impacto passou, derrubando todos no chão do templo. Passado algumas horas, eles conseguiram abrir a pesada porta, e viram toda a cidade coberta por areia, mas a nuvem vermelha não mais existia. No lugar dela, onde havia emergido a cidade marrom, um grande canion se formou.
O guerreiro, que se acreditava ser um deus, nunca mais foi visto, nem ele, nem os assassinos do deserto.


Depois deste evento, várias lendas, mitos e novos deuses surgiram. Esse povo, conhecendo uma nova tecnologia, apresentada por um provavel deus, conseguiram desenvolver um império e perpetuaram por séculos. Ficaram conhecidos como a Joia do Nilo... O povo Egípcio.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo V - Parte IV


Voltando para sua tribo, agora com a preciosidade escrita, contando todas as coisas que viu, o guerreiro entrega o rolo de papiro ao ancião chefe. Ao desenrolar, esperando encontrar diversas formas de sabedoria, o velho se depara com apenas uma narrativa da jornada do jovem.
Enfezado o velho joga o papiro no chão, cobrando uma explicação do jovem cansado, que retornara do deserto. Olhando sem medo o jovem retira de dentro de sua bolsa um pedaço de tecido enrolado, um tecido tão branco, que era passível de adoração.

Desenrolando o tecido o velho encontrou um besouro enorme, do tamanho da palma de um homem, azul escuro e verde, brilhante com adornos em dourado. Em princípio o ancião não entendeu, mas logo ele se lembrou de uma professia antiga que contava que o deus falcão se esconderia na forma de um besouro, então ele o colocou em um lugar de destaque, em um lugar onde ordenou que se construísse um templo, que ficasse virado para os quatro cantos do deserto, pois o olho do grande deus via tudo, um templo em forma de pirâmide.
O jovem começou a falar sobre o que viu e o velho balançava a cabeça positivamente, contou tudo o que o grande guerreiro alado lhe ordenara, contou sobre o deus dos bandidos do deserto, que devia ser destruído junto com seus seguidores, que agora eram criaturas da noite e não mais homens.

Quando os ladrões do deserto chegaram perto do corpo desfalecido do guerreiro incubus caído na grande batalha que havia se dado há algumas semanas, os mesmos se espantaram com a poderosa armadura do guerreiro, nunca tinham imaginado que algo como aquilo poderia existir. A poderosa espada de sombras caída ao chão era de um metal que não brilhava com a luz do sol, mas quando chegou a noite, a mesma ganhava um poderoso brilho ao luar. Como se estivesse hipnotizado pela beleza da lâmina um dos ladrões se apossou da lâmina e a experimentou em um de seus comparssas. A lâmina embebida com o sangue do mortal reviveu o dono da poderosa espada. 

Mas mesmo ressucitado o incubus, não tinha força para enfrentar o guerreiro aviano. Por isso exigiu dos homens do deserto que construíssem um sarcófago, para que ele podesse ser protegido do sol e alimentado de sangue dos mesmos sem ter que sair de seu leito.
Por motivos parecidos o aviano exigiu de seus súditos, os mesmos protegessem seu corpo, e para ficar mais seguro, ele hibernou na forma de um besouro¹ .
Após alguns anos o templo estava pronto e um grande silêncio da parte dos homens do deserto se deu por todo esse período, os ladrões haviam desaparecido das areias do deserto. Mas uma grande sombra se criava no horizonte do deserto.


(1) O Aviano hibernou na forma de um besouro, mais precisamente um escaravelho, pois esse era um inseto muito comum na região, que se alimentava dos mortos e desprezado pelos homens do deserto.

“Os insetos mais desprezados do deserto se tornaram o símbolo do grande deus, que libertaria as vítimas dos assassinos...”

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo V - Parte III


Aquele homem que saiu em busca do divino, procurando por entre as areias do deserto, a figura que tanto lhe impressionou, caminhava de baixo do sol forte, ele tentava enchergar sua sombra, sua silhueta sobre a areia, mas a não podia a enchergar, pois a mesma se escondia sob seus pés.
Olhando ao longe ele enchergava um lago, mas na realidade, quanto mais ele andava em direção a este lago, mais perdido ele ficava, até que o mesmo percebeu que tudo não passava de uma maldita miragem.

As dunas se moviam a todo instante, suas pegadas sumiam e seus ouvidos escutavam vozes perdidas no vento. Um ambiente medonho se formava ao redor do homem, uma ambiente que nem todo guerreiro conseguiria demonstrar coragem e continuar fincando o pé na areia, em busca de algo que não estava certo de se encontrar.
Logo a frente ele escuta as músicas das hordas de ladrões do deserto. A terrível situação que o mesmo se encontrava, cada vez piorava, a um ponto que podia causar temor e pouca expectativa de vitória para muitos.

Ele esperou a noite cair, e de um calor escaldante, o deserto passou a ter uma temperatura próxima do zero, algo horrível para quem não se preparou. No meio da escuridão ele passa despercebido, ultrapassando as fronteiras das guarnições inimigas.
Ao passar pelo acampamento do inimigo ele percebe, que os mesmos, aderiram a crença de um deus, uma espécie de deus coletor de sacrifícios, um deus pálido e de boca vermelha, segurando entre as mãos um crânio humano. O medo tomou conta do peregrino nessa hora, mas mesmo assim ele registrou tudo em seus papíros.

Após trêslongos dias de caminhada pelo deserto o homem viu algo estranho, sob uma duna, algo estava a observa-lo. Ele continua andando, olhando para o chão, como se não tivesse percebido a presença do estranho. O tempo todo ele segurava firme sua adaga, escondida em baixo de sua vestimenta.
Uma sombra cobriu o peregrino, e começou a se mover junto do mesmo, ele não queria olhar para cima, pois imaginava que podia o estranho ter jogado sobre ele um feitiço. Mas passado algum tempo a sombra sumiu, e logo a sua frente um rodamoinho de areia se formou. A areia subia como se havesse um bater de asas muito forteno centro do grande cone giratório.
Sem dúvida era o bater de asas. O guerreiro deus que tinha demonstrado tanto poder a alguns dias se encontrava em sua frente. Sua jornada tinha chegado ao fim, ele havia encontrado o deus de seu povo ¹.



(1) Este deus ganhou o nome de Rá, e foi considerado por eles o deus do sol, a divindade máxima, aquele que tudo via. Nos papirus escritos por esse peregrino escriba, se encontra também, os relatos do deus dos nomades. Os mesmos também foram atraídos para a região onde teve o grande combate, mas como chegaram atrasados, só encontraram o corpo pálido de uma criatura. Como a cena ao redor do corpo era de uma grande catastrofe, esses nomades atribuiram a ele o poder divino. Embalsamaram o corpo e o carregavam em um sarcófago por onde passavam, prostrando oferendas de pilhagens ao corpo e sinônimo de servidão e devoção.

“Era tudo muito horrendo... O branco e o vermelho nunca deviam ter se encontrado...”

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Caçador Celeste



Eis a possível imagem do Caçador Celeste, que foi prometido pelos deuses como sinal do início de uma nova era, onde aqueles que eram escravisados, iriam tomar o chicote da mão de seus açoitadores e tornar-se os maiores escravagistas da história.

Papirus Alexandrinus - Capítulo V - Parte II

Correndo pelas areias do deserto, aqueles guerreiros, homens fortes e destemidos, corriam com vigor, na maior velocidade que suas pernas agüentavam, para contar à comunidade o ocorrido, a boa nova, a visão privilegiada que tiveram.

As areias entravam em suas narinas, as lanças ficavam caídas pelo caminho, sussurros de dor e suor caiam nas dunas. Suas pegadas, rastros, vestimentas, armas e seus suores, eram logo soterrados pelas areias, mas mesmo contra tamanha força da natureza, eles não se abalavam, permanecendo a correr. O sol queimava forte a pele dos mesmos, e a cabeça destes guerreiros latejava, a falta de água, a secura do ar, o vento carregado de poeira, parecia uma jornada pelo inferno.

Do alto da ultima duna, eles já conseguiam avistar o leito do Nilo, as crianças, os anciãos e suas esposas, esperando-os, todos apreensivos. A duna era bem alta, e alguns acabaram por cair e rolar, machucando, mas sem muita gravidade.
Os pés dos mesmos estavam em carne viva, sendo que nas areias não se via mais as pegadas, mas sim um rastro de sangue. Não se entendia a motivação para tanto esforço, seria medo, adoração, estupefação, não se sabia.


                                              

Chegando ao povoado eles começam a contar a história, com a fala enrolada, devido ao cansaço, falavam e bebiam água, alguns somente procuraram uma sombra e se deitaram. Após a narrativa fantástica, relatada pelos mesmos, os anciãos se juntaram e discutiram, trancados em um casebre, algo semelhante a uma barraca, só que mais firme, ficaram lá por quatro dias, só abriam a porta para receber água e alguma coisa para comer. Todos do povoado ficaram na frente do casebre, por quatro dias, esperando a resposta do que iriam fazer. Todos temiam a ordem para levantarem o acampamento e seguirem para longe dalí.

Esse povo havia acabado de se estabelecer naquela região, vinham fugidos de hordas de assassinos e ladrões, eles estavam condenados ao extermínio se tentassem enfrentar outros povos.
Antes do raiar do quinto dia, a porta do casebre se abriu, os anciãos saíram e deram a resposta a todos. Eles iriam ficar onde estavam, e tentar reencontrar o ser que fora visto há cinco dias.
Foi escolhido dentre os jovens guerreiros, o que estava em melhor forma, a ele foi dado um rolo de papiro e as ordens de encontrar aquele ser, que provavelmente era um deus. Como algumas antigas profecias diziam que o povo do deserto seria salvo pelo caçador celeste ¹.

O papiro continha algumas profecias e uma grande parte em branco, uma área livre, para começar a ser escrita, contando e registrando os fatos da ascensão do maior povo, aquele que de escravo, iria tomar o açoite e tornar-se o grande escravagista. Estava escrito nas areias do tempo.


(1)  Esta foi a primeira vez na história, que foi relatado a instituição da posição social de um Escriba. Nunca o guerreiro que possuía a obrigação de relatar fora necessário a um povo de tal forma que desta vez. Com o passar dos séculos, o Escriba deixou de ser um guerreiro, para se tornar uma posição social definida. Eram os responsáveis pelos relatórios, pelo armazenamento cultural e também pela interpretação das vontades dos deuses. Chegando a serem ditos, após alguns séculos, como Sacerdotes e Alquimistas.


“Cansados, sofridos, machucados, escravos... Elevados, vencedores, senhores, escravagistas”, cultuados... Enfim deusificados...”

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo V - Parte I

E naquela manhã ensolarada, com o céu extremamente azul, o vento vindo do leste fazia com que as areias do deserto rodopiassem em um interminável cone amarelado. Mas isso era corriqueiro, ninguém que morava naquela região se exaltava com essa obra da natureza, somente procuravam abrigo, para que não fossem sufocados pelas saraivadas de areia.

Ao longo daquele grande rio, uma comunidade se erguia ¹, não possuíam grande tecnologia bélica, mas possuíam muito orgulho de que eram. Estes seriam os agraciados pela benção que logo chegaria, se é que se pode chamar de graça, os eventos que se seguirão.

As areias continuavam a girar, ignorando qualquer ser vivo que estivesse por perto, ela girava violentamente, mas de uma forma graciosa, demonstrando tamanho poder, passível a adoração. Mas junto ao vento do leste, algo se aproximava, de uma forma rápida e violenta.
Caiu do céu e derrapou pelas areias, e uma grande nuvem de poeira se fez, os habitantes, que se encontravam na beira do grande rio, logo ficaram em alerta e pararam de colher seus alimentos do regadio.

O chão tremeu, e uma onda de impacto se deu, alguns homens e mulheres vieram ao solo. Várias outras ondas de impacto aconteceram. Os mais fortes da tribo, não somente pela suas próprias curiosidades, mas com a finalidade de cessar a curiosidade de todos, se armaram com suas lanças de madeira e correram em direção à poeira, que se estendia pelo horizonte próximo.

Chegando próximo da região os guerreiros orgulhosos, se deparam com um grande sulco na areia, um grande sulco em chamas, fazendo as rochas abaixo da areia aparecerem e queimar, queimarem de uma forma inesperada para aqueles homens. Logo a frente uma grande duna tinha se formado, parecia que toda a areia de alguns quilômetros haviam se levantado e se acumulado em um único lugar. Parecia a obra de um deus.

De repente a duna começou a ficar com as costas de seu pico um tanto quanto diferente, parecia que estava entrando em chamas. Então um círculo em chamas surgiu, e uma grande explosão se deu, algo havia transposto a duna, com muita violência e velocidade, a ponto da areia entrar em chamas e derreter.
Era assustador ver a força que se mostrava à frente, mas no céu, uma figura apareceu de forma gloriosa, segurando uma grande lâmina, lembrava os falcões que habitavam o deserto, mas era enorme, era o Senhor dos Falcões.

Mas o que havia transposto a duna retornava em direção ao poderoso Senhor dos Falcões, com extrema violência e velocidade. Ele vinha montado em uma grande ave negra ², e também possuía uma lâmina, mas parecia já muito machucado, provavelmente era seu derradeiro ataque.

Aproximando-se da criatura gloriosa, ele apontava a lâmina em sua direção e com um movimento rápido, fez com que ela se movesse do lado lesto para o oeste. Com uma esquiva veloz o Senhor dos Falcões escapa pelo lado, conseguindo se aproximar do flanco esquerdo da grande besta voadora. Mas, ele com um golpe de cima para baixo, decepa a cabeça da criatura, fazendo com que a mesma e seu condutor caíssem do céu como uma estrela morta.

Novamente caindo no chão, mas agora com sua montaria morta, a criatura, que trajava uma couraça negra, não deixando amostra nenhuma parte de seu corpo, se vê caído na base da duna, que aos poucos estava escorregando e o cobrindo. Ele não tinha mais forças para se levantar, muito menos para lutar.

O glorioso Senhor dos Falcões desce dos céus, aterrissando em frente a seu oponente caído, mas ainda com vida. Agora, com menos efeito do sol nas vistas, aqueles homens deslumbraram a armadura prateada que refletia em diversos raios a luz forte do sol, as poderosas asas brancas e a túnica carmim daquele, que eles subentendiam como um grande e poderoso deus.

Sem mais demora, ele beijou a lâmina, a ergueu a cima de seu elmo brilhante, e a deixou cair no pescoço de seu oponente. Não foi visto sangue jorrar, somente uma pele alva, como um fantasma.
Após isso ele moveu de cima para baixo, com muita foca as suas asas, elevando-se acima da enorme duna e desapareceu no céu.



(1) Esta comunidade era conhecida como Nomos, que se estendiam ao longo do leito do Nilo, viviam da agricultura de regadio. Foram os precursores da civilização egípcia.

“E o grande e glorioso Senhor dos Falcões, trouxe a esperança a aquele povo, que tinha medo de se tornar escravos dos nômades do deserto... Nada que uma boa dose de poder, para encher de coragem o coração dos covardes...”

(2) Esta era uma criatura muito parecida com o Quetzalcoatl, só que menor, e não era uma grande serpente, mas sim uma ave, conhecida na mitologia como Aves Estinfalidas (Possuem este nome, pois habitavam um pântano banhado pelo Styx, Essas aves foram trazidas de Atlântida e introduzidas neste local, pois viviam em um lugar muito parecido na ilha). Diferente dos Quetzalcoatl que possuíam espigões de prata, essas Aves Estinfálidas possuíam garras, penas e bico de bronze, atacando seus oponentes, com saraivadas de penas.

“Criaturas horrendas eram essas aves, demônios que serviam de montaria para outros demônios... Era óbvio que viviriam no Styx...”

domingo, 23 de maio de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo IV - Parte V


Com sua couraça sombria, O senhor dos Mortos se senta em seu grande e macabro trono, as sombras o adorava, prostrando a seus pés, como um simples servo diante de seu grande suserano.
As armas de Hades se encontravam na cabeceira de seu trono, todas forjadas de sombras e penas de Anjos torturados nas catacumbas de Atlântida, muita dor essas proporcionaram durante anos, para muitos povos, conquistados pelos exércitos de guerreiros brancos¹ do Mundo Inferior. 

Muitos Sucubus chegavam neste dia, uma grande comemoração se criava no porto se Styx, muita comida tinha que estar na mesa dos grandes lordes, que vinham de várias regiões do mundo para vivenciar e apreciar o terrível e monstruoso artefato, que o maior de todos os Incubus, que habitavam fora de Atlântida, conseguira para sua magnanimidade.
Jovens trazidos aos montes na barca de Caronte eram deixados, adormecidos² no porto de Styx, lá diversos Incubus Vassalos, vinham buscá-los, carregados nos ombros ou em padiolas, todos adentrava os portões guardados por Cérberus.

Os Sucubus não eram colocados sobre mesas, ou seu sangue derramado em alguma jarra, eles eram levados até o colo dos convidados de Hades, depositados com cuidado, sem causar um sequer arranhão em seus jovens corpos. Os Incubus, com ares nobres inclinavam-se de forma um tanto quanto gentil, na direção dos pescoços de suas vítimas, e cravavam os dentes na veia mais grossa do pescoço de seus Sucubus. Um longo momento de gemidos se podia ouvir no grande salão do Mundo Inferior, após alguns instantes, sons de satisfação surgiam. Corpos nus, brancos como a neve, eram derrubados dos colos dos lordes, jogados ao chão com desprezo, algumas pilhas de corpos se criavam e eram engolidas pelas águas do Rio dos Mortos.

No outro dia, em meio às nuvens sulfurosas, criadas pelas entranhas da desembocadura do Styx, vindas do centro da terra, onde é provavelmente a melhor descrição do inferno. Vários corpos boiavam, todos completamente pálidos, com os rostos assustados e fixos, como se alguma coisa os tinha ferido dolorosamente, de uma forma contínua, de uma forma infernal e torturante.

Depois de verem tamanha atrocidade, muitos aldeões, pastores e mesmo guerreiros, fugiram da Arcádia, para não voltarem mais. Levando seus filhos, seus jovens, seus rebentos, para longe das bestas que estavam infestando a região. Muitos diziam que tudo isso aconteceu, depois que uma certa caixa, que muitos servos das sombras costumavam cochichar aos pais de jovens que seriam levados como novos Sucubus, havia sido aberta, e dentro dela uma terrível coisa se encontrava, uma coisa chamada Pandora.



(1) Os guerreiros eram chamados de brancos, pois como viviam no Mundo Inferior, e não tinham muita cota de sangue, pois eram Vassalos, suas peles eram mais claras que de muitos outros Incubus.

 
“Criaturas horrendas, terríveis como inverno, brancos como as neves do inverno, frios como o vento do inverno... Mas são os mais fumegantes e puros habitantes do inferno...”



(2) Os jovens chegavam ao Mundo Inferior adormecidos, pois Hades não admitia que uma criatura viva atravessasse os portões do inferno. Uma criatura adormecida, para Hades, não estava viva, pois seu espírito estava vagando pelo espaço-tempo, mas não desligado do corpo, sendo que se o mesmo fosse refletido no Styx, sua alma ficava aprisionada nas águas sulfurosas, dessa forma entregue de bom grado a Hades, que permitia a passagem. Os jovens eram raptados durante o sono, com o auxílio das trevas, os mesmos eram carregados pelos guerreiros brancos até o Styx, onde Caronte os esperava.


“ E Caronte vinha... jovens pendiam para fora da barca, mas não caiam nas águas... O reflexo era cativante, tão cativante quanto a cicuta, tão tentador quanto a luxuria que era uma das chaves para livre passagem pelo Styx... E Caronte voltava...”

HADES


Eis Hades, O Senhor dos Mortos... No meio da escuridão do Mundo Inferior, sentado em seu trono e trajado com sua armadura de sombras, ele observa as almas que são levadas até ele pelo Styx. Ele observa aqueles que serão o alimento das sombras, ele observa o sacrifício em seu nome... Ele se satisfaz com isso...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo IV - Parte IV

Com sua ira acalmada, a criatura espera pelo seu senhor, que prometera vir buscar a preciosa carga naquele dia. Ele esperava, sonhava, devaneava, com a esperança das riquezas que existiam dentro da arca, o que poderia ter tanto poder quanto aquilo.

Era manhã, o céu estava nublado, uma brisa gelada vinha do oeste, as areias da praia agora pareciam opacas, as sombras se jogavam nos penhascos, as ondas quebravam na praia fazendo um som leve e que acalmava. Ao longe, bem no horizonte se via a grande galé negra que se aproximava. Suas velas negras, suas bandeiras aterradoras e sua proa com uma enorme cabeça de demônio, um servidor de Baal.

A grande e sombria galé se aproximava lentamente, até que a uma certa distância da praia a mesma parou, soltando ao mar duas âncoras pesadíssimas. Um barco, um pequeno bote, foi posto às águas e remado por figuras sinistras vinha em direção à praia. Eram os servidores de Baal.

Chegando onde as ondas quebravam, três figuras desceram do barco. Três grandes figuras, que caminharam em direção a gruta que se encontrava a frente. Logo após, dois dos três voltaram carregando a grande e pesada arca, segurando pelas suas alças.
A terceira figura se assegurava, que nenhum sinal da arca tinha ficado para trás. Os três, mais a criatura que já se encontrava na praia, subiram no barco e remando com força, foram em direção a galé. Arca então foi inçada e colocada no convés da grande condução.

O destino agora não era mais a Pérsia, mas sim um outro refugio para sombrio artefato, eles se encaminhavam para a poderosa Arcádia ¹. Onde Baal é conhecido como Hades, O Senhor do Mundo Inferior.
Com velocidade a galé cortava o mar, pois a sua carga era valiosa e necessitava chegar até seu mestre. A carga clamava por isso, ela chamava seu mestre e seu mestre a chamava. Em alguns momentos um grande ribombar saia de dentro da arca. Algo grande e impressionante estava por vir.

Nos portos da Arcádia, uma grande comitiva esperava a carga, guerreiros fortes, sombrios e de pele muito alva, estenderam seus braços para carregarem a arca até uma biga dourada, de onde rumou para as margens do Styx ². Entrada secreta para o Mundo Inferior, onde Hades dominava, onde ele era o senhor.
Mais uma vez a arca foi posta dentro de uma barca, mas desta vez conduzida por uma só figura, talvez a mais sombria de todas, ele era o barqueiro, que encaminhava os Sucubus ao Incubus – mor que era Hades.

Passando pelos portais e sendo aceito de bom grado pela fera do Mundo Inferior, o Demônio do Poço ou mesmo Cerberus, a carga esperada por Hades chegara a sua verdadeira casa.
O próprio Hades se encaminhou até os portões, e lá abriu a arca, tudo ficou mais escuro ainda, mas agora a pele clara até azulada do Senhor do Mundo Inferior estava coberta com uma couraça negra. Sombras haviam sido forjadas em metal, a poderosa armadura de Hades estava pronta, vinda da distante Atlântida, terra natal do mesmo, agora ela cobria o corpo de seu mestre, agora ela poderia demonstrar toda a energia que possuía. Hades a chamava de Pandora.



(1) Arcádia era o nome que a Grécia tinha em alguns períodos da história antiga


“E eles caminharam, se dirigiram, rumaram para aquela região de solos pobres, mas de gente forte, sábia e guerreira... Abençoada pelos deuses...”



(2) Styx é o nome do Rio dos Mortos, também conhecido como Estige, faz parte de um dos seis rios que levam ao Mundo Inferior. O Styx é o Rio da Imortalidade, ou seja, por onde a imortalidade entra no Mundo governado por Hades. Esta imortalidade era totalmente consumida por ele, na forma de Sucubus.

“Era terrível observar Caronte se aproximando com a barca, ao contrario do que todos dizem, o mesmo não cobrava moedas como óbolo, mas sim um pouco do sangue de seus passageiros, dentro de uma jarra de prata... Recompensa dada por Hades... ”

sábado, 10 de abril de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo IV - Parte III

Então, aquela criatura sinistra toma uma atitude inesperada, ele se levanta e caminha na direção da caixa sombria. Ainda com medo, seus pés vão sendo arrastados na areia dentro da caverna, que agora mais parece um covil com cadáveres pelos cantos, até que ele chega e encosta uma das mãos sobre a arca.

Um grande poder é emanado de dentro, algo sombrio e assassino adormece lá, algo que passa pelo corpo daquele capitão, algo que lhe dá vigor e coragem, realmente algo das sombras.

As suas mãos começam a escorregar pela tampa da arca, até que chega no grande cadeado, que lacra aquilo que era um cofre. O contato, passa a puxões frenéticos, que levam a um estúpido e violento ataque de raiva. O capitão estava enlouquecido, e tentando violar algo que pertencia a seu senhor, algo passível a condenação de morte. Morte a um morto.

Ele não conseguiu abrir a grande arca, suas mão estavam esfoladas, seu ego inflamado, e as frases elogiosas a seu senhor deram lugar aos xingamentos de um alucinado. Algo lhe atraia para a arca, mas esta era inviolável, somente Baal poderia abrir ¹.

O som do mar contra as rochas lhe dava mais raiva, que crescia a todo instante. A besta se levanta da areia e corre em direção da praia, lá ele vê, uns pescadores voltando de um dia de pesca, arrastando as redes pela praia. A criatura se aproxima em grande velocidade, sem barulho e sem alarde, com sua mão direita, ele transpassa um dos pescadores, abrindo-lhe um grande rombo nas costas e expondo suas vísceras.
Os outros pescadores horrorizados largam para trás a pesada rede e correm em direção a uma estrada calçada de pedras, logo ao terminar da praia.

Os pescadores gritavam, corriam e choravam, mas não eram rápidos, nem fortes o suficiente para enfrentar a terrível criatura que os perseguia. Após matar todos os outros o capitão encurrala em uma pedra o ultimo pescador, lá ele o segura pelo braço direito com a mão esquerda, e com a outra aperta sua garganta. Com um movimento rápido, a criatura separa braço e cabeça do corpo, rasgando-o, como quem rasga um pergaminho em dois. Um rio de sangue banha aquelas areias brancas.

Após isso sua raiva foi abrandada e ele voltou calmamente para a caverna, onde estava o responsável por sua ira ². Ele senta sobre uma rocha, estica os pés e fecha os olhos. Adormecida a criatura relaxa na escuridão da caverna, enquanto o sol nasce e as gaivotas e urubus se deliciam com o banquete que encontram sobre as areias brancas.



(1) Somente Baal poderia abrir o cadeado que lacra a arca, pois somente ele possui a chave, que é constituída do mesmo material que o cadeado, ou seja, sua própria sombra. O cadeado e arca respondem somente ao mestre, tornando assim inviolável o conteúdo.

“Ele ordenou e a arca se abriu... Ele ordenou e as mortes vieram... Ele ordenou e as trevas caíram... Ele ordenou e a tristeza se fez...”


(2) O conteúdo da caixa é responsável pela ira da criatura, na realidade esta é a sua função, fazer com que o detentor do conteúdo da arca tenha um exército inflamado a seu controle.

“Somente a visão da mesma era o suficiente para gerar a carnificina”

sábado, 13 de março de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo IV - Parte II

Aquela noite estava escura, triste e sombria; muitas criaturas estranhas corriam por entre as trevas, se escondendo nos veios das rochas daquela região. Ao fundo o som do mar, barulho de ondas, trovões também eram ouvidos, timidamente a uma grande distancia daquela praia.

Da grande fenda da caverna, escorrendo na areia, um líquido grosso e escuro jorrava, e um lamento podia ser ouvido, um lamento por tê-lo perdido, por não tê-lo consumido, por ter sido tão desatento.

Vários corpos se encontravam na caverna, vários homens mortos, varias histórias de vida, agora perdidas e provavelmente esquecidas. No centro da mesma caverna uma grande arca se encontrava, fechada com um poderoso cadeado, de um metal negro, ornado com pedras vermelhas.

Ali perto, sentado na areia, já não mais blasfemando pelo desatento que teve, uma figura sinistra, agora gargalhava, expondo grandes caninos e um olhar medonho. Ele era o capitão, ele era o assassino, ele era quem trazia a arca da morte. Era o emissário do apocalipse.

No meio das gargalhadas, muitas vezes podiam ser ouvidas homenagens, honrarias e palavras de afeto, ao grande senhor Baal. O capitão não passava de mais um reles servo, de um grande Incubus Suserano.

Ele olhava para a caixa e por alguns instantes sua gargalhada era cessada, parecendo que um grande temor e respeito o mesmo tinha pela arca. Talvez ele também não sabia o que tinha lá dentro. Ele não demonstrava vontade em abrir a arca. Era um grande servo, fiel ao seu mestre, como ninguém havia sido até hoje.

A possibilidade de um glorioso prêmio passava por sua cabeça, um grande sabor doce tomava conta de seu paladar, tão doce quanto o sangue de uma criança, tão poderoso quanto o sangue de um herói.

Por alguns instantes, um sentimento de traição também tomava conta de sua mente, nesse instante ele não se sentia mais tão fiel a Baal como antes. O grande senhor, realmente, iria o recompensar. Seria possível que e mesmo o matar após entregar a arca.

Nesse instante ele não sabia o que fazer, se removeria a arca da caverna ou se a manteria lá; afinal de contas tanto ele quanto Baal teriam uma eternidade pela frente. Havia a possibilidade do conteúdo da grande caixa ser inestimável; agora sua vontade de violar o lacre aumentou de tal forma a fazer com que o mesmo se posse de pé dentro da caverna.



(1) Baal era um deus pagão extremamente violento, exigindo rituais de sacrifício para ser ouvido.

“E ele exigiu o mais valioso... o mais inviável possível... ele exigiu seu sopro de vida...”


(2) Dentro da mitologia, muitas vezes é trazida a imagem de um grande segredo guardado em algum lugar extremamente inviolável. Os Incubus se utilizavam arcas com lacres de sombra materializada para guardar seus segredos mais valiosos.

“Aquele era o sinal, aquele era o lacre, aquele era o invólucro do apocalipse...”

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo IV - Parte I

523 a.C - Costa banhada pelo Mediterrâneo em pleno mar...

Estavam aqueles homens, no meio da terrível tormenta, seu barco era arremessado de um lado para o outro com extrema violência. Homens se seguravam nas cordas que desciam do mastro, parecia que tudo estava perdido. Os relâmpagos cruzavam o céu, e o estrondo dos trovões era insuportável; “Homens ao mar” era uma frase escutada com freqüência, os clarões dos relâmpagos iluminavam as águas daquele bravio, profundo, escuro e triste mar. Em suas águas homens lutavam por suas vidas, mas eram levados para longe do navio a todo instante.

No timão do navio, era vista uma figura sombria a sorrir, os clarões o iluminava, a chuva o atacava com força, mas ele continuava austero, rígido, de pé conduzindo o navio. Suas vestes eram negras como o céu, mas brilhavam, pois estavam molhadas, quem o observava acreditava que ele tentava salvar todos, e por isso se destacava, mas na verdade ele era completamente indiferente com os homens que se encontravam dentro daquele navio. Eles não passavam de simples Sucubus, o que estava no compartimento de carga, isso sim era de extrema importância, sendo a vida daqueles homens dispensáveis em comparação com o artefato guardado na pesada arca ¹.

A tormenta não dava um momento de descanso, os homens estavam exaustos, não agüentariam por muito tempo, o mar seria uma grande cova coletiva para eles. Enquanto se amarravam nas cordas que pendiam do mastro, uma gargalhada terrível era ouvida, algo completamente aterrorizante para o momento. Algo das profundezas das sombras; aquele capitão parecia ser um demônio.

O medo agora não era mais do mar bravio, mas sim do terrível capitão, ninguém sabia alguma história ou o conhecia, ele tinha surgido do nada. Era assustador observar aquela figura de pé na chuva, gargalhando, ele devia ser muito forte, pois não era arremessado ao mar, mesmo com as grandes ondas quebrando no casco.
A sua face não era estranha, provavelmente algum rosto muito próximo daqueles que se encontram nos afrescos dos templos lá da Fenícia.

Enquanto todos os marujos pediam para o deus do sol e da chuva, Baal, para conseguirem voltar com vida para suas casas, a figura macabra só sorria, com enormes e brancos dentes. E as vezes parecia que cantava em uma língua estranha, algo muito antigo, algo tão parecido com ele, que as vezes acreditava-se que ele falava sobre si mesmo.
A Tempestade não parava e os homens prometiam a Baal que iriam adorá-lo mais se saíssem da grande tempestade. Eles gritavam e rezavam bem alto.

Depois de umas três exaustivas e violentas horas, a tempestade parou, o mar se aquietou, e a escuridão caiu sobre os homens sobreviventes, uma vez que não mais havia a luz dos relâmpagos cruzando o firmamento. Na cabeça deles Baal havia escutado seus pedidos, estavam a salvo.
Este era também o Senhor da Cidade, pois seu templo se encontrava em uma grande cidade da Fenícia, lá eram feitas as oferendas a ele. Baal cobrava de seus vassalos, crianças e jovens virgens, para sacrifício de sangue ².

Os marujos, quando pisaram na terra, removeram do convés a pesada arca, sem fazerem a mínima idéia do que havia dentro. O sol nascia, e os homens puxavam pela areia o baú, em direção a uma caverna incrustada na parede de uma rocha titânica. Os mesmos nunca mais foram vistos, muitos dizem que serviram de oferenda a Baal por parte do capitão. Outros dizem que o próprio Baal era o capitão, e que após atender o pedido daqueles homens, o mesmo veio cobrar o lhe pertencia por direito.


(1) Naquela grande arca no fundo do navio, havia uma poderosa arma, forjada da materialização das sombras mais profanas e demoníacas, das catacumbas de diversos lugares do planeta. Uma matéria escura se encontrava lá dentro, era única no mundo, e mortal para os inimigos. Dessa materialização se forjaria uma poderosa armadura, com um arsenal próprio.

“A barca da morte estava no mar, o barqueiro trazia em sua face, a imagem da felicidade em ver o desespero e o caos dos que passavam em sua frente. Seu sorriso era gélido e debochado... Algo simplesmente do inferno...”


(2) Baal na realidade não era um deus, mas sim um grande Incubus Suseranus, que tomava conta da região. Ele era oriundo de uma importante família de Atlântida, possuindo um terrível exercito na ilha, por isso mesmo entre os Incubus ele era muito respeitado. Recebia de toda a parte presentes a seu culto, geralmente jovens e garotas. A maior exigência que cobrava de seus Vassalos, eram suas filhas quando grávidas, pois assim poderia se alimentar do sangue de uma jovem e do poderoso sangue de uma criança ainda não nascida. Quando isso ocorria, mais forte o mesmo ficava.

“Baal era um deus terrível para sua população e para seus inimigos, belas e saudáveis jovens em época fértil ou mesmo grávidas eram levadas a ele para seu culto... Para servirem de alimento ao poderoso glutão...”

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo III - Parte V

Aquelas criaturas magníficas cruzaram o céu de uma forma graciosa, via-se seus cabelos claros movendo-se, dançando com o vento que eles cortavam. Os homens da cidade Asteca observavam, e os adoravam.
Estas criaturas são descritas como anjos, mas na realidade, anjos são mensageiros divinos, estes eram criaturas terrenas, uma espécie que não fora catalogada, devido a sua astúcia. Como os Incubus, eles não eram homens, mas assemelhavam-se muito com os mesmos. Eles eram os Celestianos ¹.

Em suas costas, entre o par de asas, eles traziam uma lança e uma bolsa com flechas, cobertos pelo grande escudo, cruzando o peito pela corda, um arco dourado se prendia ao corpo do guerreiro. Do seu cinto, pendia uma bainha com uma poderosa espada prateada.
Ainda de baixo do escudo, mas não visível, encontrava-se uma bolsa contendo a alimentação ² dos guerreiros, não era muito grande uma vez que a alimentação dos mesmos podia ser bastante variada e rica, sendo facilmente providenciada no ambiente em que podem estar no momento.

Eles voavam, muitas vezes sumiam das vistas do Sacerdote Asteca, pois davam alguns rasantes, outras vezes porque subiam muito alto e desapareciam nas nuvens. E desciam em um grande aspiral, com certeza estavam rondando a terra em busca de algo.
Em um certo momento, quando estavam a uma altura vertiginosa, os mesmos desembainharam as espadas, fecharam as asas e despencaram do céu, em uma velocidade espantosa. Se atingissem o solo dessa forma com certeza morreriam.

A velocidade era incrível, o brilho das espadas era maravilhoso e assustador, o Sacerdote temia que com o choque dos mesmos com o chão, o fim do mundo se daria. Após alguns instantes de queda livre, os anjos desapareceram atrás das árvores da floresta; o Sacerdote se encontrava prostrado no templo, suando frio, orando a todos os deuses e deusas, pedindo misericórdia. O mundo não acabou neste dia, e o Sacerdote aliviou-se do medo.
Mas da região onde os anjos desceram, uma grande quantidade de luzes e ondas de impacto surgiram, atingindo a cidade, não de uma forma poderosa, mas mesmo assim assustadora.

Após isso os mesmos passaram em um rasante sobre a cidade, deixando de presente aos nativos a grande cabeça do Quetzalcoatl. Logo uma roda de pessoas se formou em torno da cabeça com a grande bocarra aberta; daquele dia em diante, uma grande praça, uma região de contemplação foi construída lá. O fim dos sacrifícios humanos em honra dos deuses fora instituído, em memória dos enviados dos céus, que trouxeram o deus da vida de volta para a cidade, para que fosse adorado.
Na realidade os Celestianos trouxeram a cabeça do Qutzalcoatl, pois sabiam que seria bem cuidada pelos nativos, que sempre o adoraram, desde os tempos mais antigos de sua civilização.


(1) Os Celestianos viviam próximos aos pólos geográficos da Terra, em ilhas aquecidas por águas vulcânicas, lugares que na teoria eram inóspitos, há centenas de anos, fora considerado como casa por estas criaturas. Moravam em cidades altas, acima das nuvens, em grandes palácios, conhecidos como as Cidades Celestes. Estes eram os que viviam próximos ao pólo Sul; já os que moravam próximo ao pólo Norte, viviam em cidades douradas incrustadas em paredões próximos ao mar, eram conhecidos como fantasmas do mar.


“Surgiam do Sul e do Norte... Misteriosamente, lutavam e caçavam os bebedores de sangue... Nunca foram abatidos, eram as armas mais potentes que qualquer exercito poderia ter...”


(2) Os Celestianos não se alimentavam de sangue como os Incubus, eles se alimentavam de grãos, verduras e carne. Portanto tinham uma alimentação bem próxima ao dos seres humanos. Os Celestianos, como os Incubus, possuíam uma fonte de energia especial. Essa era a luz solar mais pura possível; quanto mais alto e mais cedo possível um Celestiano voasse e absorvesse com a pela do corpo os raios mais novos do sol mais forte se tornava, mas para isso datas especiais existiam, como os Equinócios e os Solstícios (comemorados com muita festa) e os Eclipses.

“Era um insulto acreditar que tão gloriosas criaturas pudessem ser tão vis a ponto de beber o sangue de inocentes... Eles eram celestes, da luz e não das sombras...”

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo III - Parte IV

Após aquela poderosa explosão, uma onda de impacto correu por toda a floresta, levantando poeira e todo o tipo de entulho que podia ser encontrado no caminho. Uma grande quantidade de energia negra e branca havia sido liberada, nunca em um terreno longe de Atlântida ou dos Pólos isso havia ocorrido, sempre uma grande quantidade de energia negra era possível de ser detectada longe das referidas regiões, pois isso significava que mais um Incubus havia sido eliminado, mas desta vez era algo inédito.

Isto com certeza chamou a atenção de muitos seres que estavam vivendo escondidos, pois algo especial havia sido novamente utilizado. Com isso uma chuva de Incubus se daria na região.
Passadas algumas horas, no centro da cidade Asteca, onde uma grande feira se dava, um sacerdote, do alto da pirâmide, libera um forte grito e aponta em direção ao norte, algo diferente estava se aproximando. Logo, sobre a cabeça dos moradores, uma legião de anjos passa, causando grande tumulto e alvoroço nos nativos. Os anjos voam todos em direção ao sul, cruzando rapidamente a floresta.

Do alto eles observam a destruição da floresta, árvores tombadas, crateras no solo; era óbvio que uma perseguição tinha se dado, uma longa e tumultuada perseguição. Até que em uma certa altura da floresta os anjos param e começam a voar em círculos, descendo em aspiral. A legião não era muito grande, devia haver um total de uns oito anjos, mas todos austeros e brilhantes. Do alto da pirâmide o sacerdote observa tudo, calado, pasmo e pálido, pois nunca imaginara que poderia ver aquilo, muitos eventos aconteceram naquele dia, a cabeça destes homens não estava preparado para tanto.

Logo os anjos descem no solo e se organizam em um grande semicírculo, eles estavam em uma grande cratera, onde no meio se encontravam duas grandes espadas. Estas espadas tinham sido procuradas por centenas de anos, mas nunca haviam sido encontradas, pois os Incubus as tinham escondido muito bem, nem mesmo sob tortura os generais atlantis diziam onde as grande armas estavam escondidas. Estas espadas eram conhecidas como as dizimadoras da luz, eram forjadas com as sombras materializadas ¹ mais escuras possíveis, nada possuía uma essência tão sombria quanto estas lâminas.

Do semicírculo, uma das figuras gloriosas, coloca-se a frente e abaixando recolhe as lâminas do chão, elas ainda estavam quentes e muito afiadas. Um pouco mais a frente uma grande carcaça se encontra toda em chamas, era o grande Quetzalcoatl, caído, extinguido, morto; as labaredas tomavam conta de sua carcaça sem o menor respeito ao qual deveria ser concedido. Os anjos curvam-se, fazendo uma bela reverência ao corpo titânico a sua frente. Não havia vestígios, como normalmente, do Incubus destruído, o Quetzalcoatl havia caído, havia levado consigo a terrível besta que assombrou por séculos aquela região.


Com um rápido movimento de asas e um poderoso impulso com as pernas, os oito se põe no ar, levando junto as lâminas assassinas, eles haviam chegado antes de todos os Incubus que infestariam aquela região.
Do alto da pirâmide o sacerdote observava os seres alados indo embora, em direção ao desconhecido norte, mas a fila foi quebrada, pelo movimento de dois anjos que fizeram uma curva e voltaram em direção ao sul ² .


(1) Os Incubus utilizavam-se de magia negra para criarem as armas mais mortais para os seres vivos, elas eram produzidas da materialização das sombras. Quanto mais terrível o histórico da região que eles se utilizavam para produzir a materialização, mais mortífera a arma se tornava. As armas mais mortais foram forjadas das sombras das catacumbas de Atlântida, onde diversos anjos foram mortos e torturados.

“Aquelas criaturas já eram amedrontadoras, ainda mais com lâminas tão terríveis nas mãos, não havia como não se render aos mesmos...”


(2) Após a constatação de que uma horda de Incubus podia surgir, sempre um ou mais batedores alados eram mantidos na região. Geralmente eram providos de armas potentes, as armas de luz, que como ao exemplo dos Incubus, estas eram forjadas com a luz solar (em vez das sombras), das regiões mais altas da terra, onde a luz era a mais branca possível. Para destruir um Incubus, na realidade não era necessário armas forjadas da materialização da luz, mas sim armas de prata, mas para ofensivas maiores, as armas de luz eram mais efetivas, pois conseguiam destruir criaturas sombrias no raio de 3 metros onde atingiam. Geralmente as armas de luz eram um arco com flechas de luz, uma espada, uma lança e um escudo.

“Aqueles seres alados eram magníficos, graciosos, austeros, elegantes e gloriosos... Suas armas faziam por merecer seus donos...”

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrius - Capítulo III - Parte III

O guerreiro se escondeu em sua caverna, correu para as sombras, em um ambiente escuro, úmido e decorado com crânios humanos. Ele se dirige para um grande baú, que possuía uma tranca estranha, no formato de uma garra, de lá de dentro ele tira duas grandes espadas, uma pontiaguda e a outra com cerra no fio.
Muitos seres derrubaram seu sagrado sangue quando sua pele entrou em contato com aquelas armas, estas com certeza eram lâminas assassinas.

A criatura sombria passa o dedo polegar sobre o corte das espadas e nota que mesmo passados alguns milênios, as mesmas ainda podem cortar um cavalo ao meio. Ele se alegra, pois sabia que seus descendentes haviam lhe deixado um grande presente. Um sorriso toma conta de sua face, seus olhos se fixam na entrada da caverna, onde uma grande piscina servia de porta de entrada, a luz que cruzava a água era refletida no teto da caverna. Por alguns instantes ele imaginou ter visto algumas cenas das batalhas de seus ancestrais, no solo sagrado de Atlântida. Isso lhe dava força e coragem.


Ele se sentia preparado para enfrentar o terrível caçador que lhe esperava do lado de fora, pois suas forças já estavam restabelecidas, mediante ao sangue que bebera, as lembranças das antigas histórias levantaram sua moral novamente e as espadas lhe deram coragem.

Com as armas em punho ele salta na piscina e nada pela fenda que lhe leva para fora da caverna. Enquanto nadava ele pensava se a criatura já estava lá fora a sua espreita, então uma terrível falta de ar toma conta de si, ele nada eufórico para fora e emerge ofegante. O grande caçador não havia chegado até seu esconderijo ainda.
Caminhando em direção das poderosas árvores a sua frente, ele começa a ouvir o som da serpente emplumada se aproximando. Esta terrível caçadora de caçadores não tinha costume de espreitar nenhuma presa, pois sabia que ninguém podia escapar, por isso se movia ruidosamente quando caçava. Isso geralmente causava muito desespero aos Incubus e muito alívio aos humanos ¹.

De súbito as árvores caem na sua frente, ele estava sendo caçado e seu caçador o encontrara. Então ele dá um veloz salto para trás e se dependura em um galho robusto, o Quetzalcoalt estava em sua frente e era terrível, mais uma vez ele salta para outra árvore, mas desta vez movimentando as lâminas, corta duas vigorosa árvores ao meio, deixando-as tombarem, com o intuito de retardar o caçador que estava em sua cola.

O grande Quetzalcoatl não se deixa assustar com a demonstração de força do oponente, e se precipita com um movimento de abre-fecha de sua bocarra, destroçando os troncos das árvores. Uma perseguição descomunal se inicia, com o Incubus na frente, cortando diversas árvores, destruindo uma parte da floresta, e um grande caçador em seu encalço.
De repente o Incubus se depara com uma clareira, as árvores logo atrás estavam tombando, não tendo um outro caminho pra seguir, ele aterrissa de seu salto e olha para trás e enxerga o Quetzalcoatl. Não tendo o que fazer, ele se prepara para um confronto.

Quando o caçador se aproximou, ele moveu as lâminas cortando o solo, levantando muita poeira e pedaços de rocha. Ele sabia que tudo isso não pararia o Quetzalcoatl, mas talvez serviria de distração para que ele pudesse tentar abater a grande criatura.

O Incubus conseguiu girar as lâminas umas três vezes, sendo que após isso ele, num salto, conseguiu subir no dorso da criatura. Com um rápido movimento ele crava as lâminas no pescoço do Quetzalcoalt, decepando-o. Mas mesmo assim, seu esforço não lhe garantiu libertação, pois o caçador, já havia lhe cravado nas costas, os espigões de prata ² que se estendiam da ponta de sua calda.
Em seguida um forte estrondo, como o som de algo muito grande caindo ao solo e uma forte luz foi liberada, trazendo à superstição dos nativos, que uma grande estrela havia caído na terra. Na realidade um Incubus e um Quetzalcoatl haviam morrido.



(1) Muitos seres humanos foram salvos pelos Quetzalcoatls, pois os Incubus tinham o costume de fazerem haréns com Sucubus. Quando um Sucubus era mordido, os feromônios do Incubus eram liberado, dessa forma muitas vezes, o Quetzalcoatl matava o Incubus no memento que ainda se alimentava.

“Os Incubus, enquanto se alimentavam não prestavam atenção ao seu redor, dessa forma o ruidoso som dos Quetzalcoalt passava despercebido por eles, mas os seres humanos, dominados e aterrorizados, encontravam alento naquele som...”


(2) Os Quetzalcoatls possuíam dentes, espigões e garras, cobertas por uma secreção de blandulas, que garantiam uma cobertura de prata a estas partes do corpo, tornando-as assim terríveis armas contra os Incubus.

“Ao verem o brilho de prata se aproximando, eles sentiam a saliva e o bafo de um Quetzalcoatl...”

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo III - Parte II

A criatura corria por entre a relva típica de uma selva tropical, dando grandes saltos em direção a galhos de arvores fortes, ele voava pela floresta, era um terrível caçador, sobre seus ombros, podiam ser notadas as longas madeixas negras, do cabelo da jovem balançando com o vento. Mas a criatura tinha medo, se movia o mais rápido possível, pois sabia que estava fraco e não tinha força para enfrentar um verdadeiro inimigo.

Ele sabia que aqueles reles humanos não seriam páreo para ele, mas ele temia outra coisa, algo maior, algo despertado pelo cheiro do sangue inocente derrubado por um Incubus. Ninguém podia saber de sua localização, pois se não sua fraqueza o mataria. A ameaça que ele temia tinha sido mandado como um caçador de sobreviventes, nunca houve um relato de um ter sido abatido fora de Atlântida, por isso ele o temia e o respeitava.

O medo e a sede tomavam conta de seu corpo. O que fazer? Matar a vontade e condenar-se a morte, um imortal condenado a extinção, a consumação de sua existência. Enquanto se movia agilmente pela floresta, sentimentos de tristeza e raiva tomavam conta de sua mente, por milênios ele ficou escondido, não construiu nada, não foi nada, não lutou por nada.

Em pleno vôo ele decepou o lado direito do pescoço da jovem com uma vigorosa mordida, mas nenhuma gota de sangue caiu, ele se alimentava veloz mente, até que em poucos minutos a jovem se encontrava pálida, não gemia mais, estava estática e triste, com os olhos bem abertos, seus lábios perderam a cor rubra. Estava morta.

Após isso um grande evento se deu, do centro da floresta um clarão, seguido de uma onda de impacto, parecia que um grande objeto celeste havia caído. O responsável pelas poderosas ondas de impacto na realidade não vinha do céu, mas sim do solo, algo que dormia há milênios acordou, rompeu um casulo, as árvores eram facilmente removidas do chão quando o grande titã se elevava, era uma figura adorada e comumente vista nos templos. Era conhecido como a serpente com penas ¹.



Logo o guerreiro percebeu que uma caçada se iniciaria, e que provavelmente seu fim se aproximaria, pois o terrível caçador de caçadores era atraído pelo odor ² do sangue inocente, e muito sangue inocente se encontrava dentro dele agora.
A criatura se elevou do solo e com um poderoso som anunciou seu despertar, todas as pessoas que viviam por ali se prostraram no solo em adoração, era uma situação atípica, nenhum ser humano vivo já tinha presenciado ao fenômeno que era o despertar daquele titã.
Nesse momento o Incubus larga sua vitima no chão e corre em direção a seu refúgio, uma caverna, que para chegar tinha que atravessar uma grande piscina natural, que ele acreditava ser um obstáculo para o terrível caçador.



(1) Na cultura asteca essa figura tem o nome de Quetzalcoalt, que quer dizer serpente emplumada, fazendo referencia a ave Quetzal e Coalt a serpente, correspondia a divindade da vida, sendo que em seus cultos, os astecas, não cometiam o sacrifício de vidas humanas, era tido como a Serpente emplumada da guerra, pois caçou muitos Imcubus na presença dos seres humanos. Na realidade a criatura não possuía penas, mas sim escamas bastante longas, facilmente confundida com penas coloridas quando expostas ao sol. Conseguia voar com o auxílio de uma membrana, que ficava esticada entre seu corpo e dois grandes membros que se estendiam do dorso.

“Era um caçador terrível, nenhuma besta conseguia se esconder do enviado celeste, com certeza era um deus...”



(2) O Quetzalcoatl era atraído pelos feromônios liberados pelo organismo do Incubus após sua alimentação, por isso não podia ser enganado.

“A poderosa serpente emplumada, sabia sempre como encontrar sua presa, não havia momento ou lugar que a mesma era enganada pelas ardilosas criaturas que perseguia, as trevas sempre eram claras para ela...”

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Papirus Alenxandrinus - Capítuo III - Parte I

América Central - 1483 d.C.

Naquele ambiente luxuriante, com uma fauna e flora extremamente exóticas, a figura sombria se move entre os arbustos, perto de um pequeno lago alimentado por uma cascata, as aves coloridas voam e fazem uma grande algazarra. É dia e uma figura sombria percorre este paraíso, todo coberto por uma pesada malha de ferro negro, parecendo ser forjada no inferno, carrega em sua mão uma grande lança dependurado de forma transversal pelo seu peitoral um arco com várias flechas.

Ele se move, observando atentamente o centro do lago, onde algumas pessoas se banham. Eles são de uma cidade não muito longe, uma cidade rica, tanto em ouro quanto em sangue bom e jovem. Em homenagem a seus antepassados ¹, alguns totens e pirâmides em degraus foram construídos, muita tecnologia (relativamente desenvolvida para o período histórico) foi deixada pelos antecessores deste ser sombrio.

Mesmo sabendo que é muito mais ágil e forte que aqueles seres incrédulos que ali se encontram, ele ainda esta fraco e necessita se alimentar faz muito tempo desde sua última refeição, desde a última vez que se alimentou de sangue dado de bom grado, ele agora só se alimentava, durante as noites sombrias, adentrando escondido na casa destes seres humanos, que não sabiam de sua existência, o adoravam e esperavam seu retorno glorioso. Os Incubus eram tidos com deuses, os poderosos deuses brancos ².

O terrível caçador já havia escolhido sua vítima, uma jovem, bela de cabelos longos e negros como as sombras, tão apreciada pelo mesmo. Com um movimento rápido, ele adentra, silenciosamente na água, se esconde por debaixo de umas plantas aquáticas, e se move lentamente, em direção a sua presa. Parecendo um tronco boiando, sua presença não causa grande alarme, até que fica a menos de um metro da bela jovem.

O mesmo se levanta bruscamente puxando-na para o fundo da água. Os outros seres humanos se assustam e gritam correndo para as margens do lago, com rostos aterrorizados e coração palpitando velozmente. Não se via nada mais na água, até que de súbito, uma criatura, com um poderoso salto, sai do fundo das águas levando nos ombros a jovem. O mesmo adentra-se na floresta desaparecendo nos galhos das arvores que flanqueavam as margens do lago.


(1) Este período é posterior ao cataclisma de Atlântida. Nesta época todos os Incubus foram chamados de volta à ilha por um grande motivo, que era a defesa da nação, pois o que ocorreu não foi um cataclisma natural, mas sim um cataclisma induzido, o golpe final de uma civilização sobre uma outra. Alguns Incubus acabaram deixando descendentes perdidos no que um dia os europeus viriam a chamar de novo mundo. Estes totens e pirâmides eram utilizados como pontos de referência, para os seres humanos saberem onde começavam os templos e onde eram os pontos para deixarem suas ofertas aos Incubus.

“Naquela época muitos grandes guerreiros retornaram a Atlântida, e lá morreram, flechas os transpassaram furiosamente, outro foram capturados e julgados.”



(2) Várias crenças Astecas diziam que os deuses iriam voltar um dia, e que eles seriam grandes guerreiros pálidos montados em criaturas estranhas. Quando os conquistadores espanhóis chegaram, os nativos não tiveram defesa, pois estavam cegos, imaginando que estes eram os deuses. Os deuses eram retratados de forma pálida, pois os Incubus não possuíam melanina na pele, o que tornavam-nos vulneráveis à luz forte, na realidade, fato este que não foi averiguado com os conquistadores. Se isso tivesse sido percebido, talvez os nativos não teriam sido praticamente exterminados.

“A esperança do retorno dos deuses, ganhava a cada dia mais força, pois a crença do grande sacrifício ao sol era vista freqüentemente no sonho das pessoas, um ser que aparecia em aposentos escuros, durante a noite e contava a história de um retorno triunfal, traria o paraíso para aqueles que se entregassem a seus desígnios. ”

sábado, 6 de fevereiro de 2010

CAÇADOR DE DEMÔNIOS

Um caçador de Demônios, figura Escatológica de um Arcanjo frente a figura do Demônio, que em muitas culturas é personificado como uma serpente ou um Dragão

DRAGÃO

Um Incubus, um Dragão personificado como um espirito oriental, com mechas vermelhas e logo abaixo se encontra Quetzalcoatl, uma figura Asteca, que será abordada nos próximos capítulos dos Papirus Alexandrinus

domingo, 31 de janeiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capitulo II - Parte V

Marcus Antonius, entrou no palácio e foi em direção da grande piscina onde Brutus evaporou, ele andava pelas grandes salas, cruzando os recintos escuros e vazios, os passos firmes de suas sandálias eram ecoados pelos cômodos, o chão refletia sua imagem, e ele podia ver sua armadura dourada com o contraste de sua capa vermelha.

Chegando na piscina, os corpos do general e da mulher se encontravam ainda no fundo da mesma, o mau cheiro começava a impregnar o ar e atrair nuvens de moscas. Na posição onde Brutus sumiu, uma grande marca preta tingia os ladrilhos brancos, adornados com afrescos de caçadas míticas. Era como se Brutus tinha desaparecido, mas sua sombra tinha escolhido ficar para trás.

Ao observar mais atentamente, logo ao fundo da grande piscina, um dos afrescos, uma cabeça de leão havia se despregado da parede e caído. Marcus Antonius desceu até o fundo da piscina e pegou a pequena obra de arte, ele observou-a por alguns segundos e foi em direção a parte de onde havia sido desprendido. Tentando ver se ainda havia encaixe na parede, ele nota que algo havia batido na peça e a derrubado. Observando mais atentamente, ele vê que na base do pescoço do leão, uma pequena peça metálica se encontra incrustada na parede, ele força um pouco e remove a peça.

Era uma pena prateada, símbolo das águias dos estandartes romanos, algo sagrado para os cidadãos do Lácio.

Logo ao fundo uma silhueta se aproximava, alguém estranho coberto por uma grande túnica branca, ele segurava um arco prateado apontando uma flecha com a ponta em forma de pena de águia para Marcus Antonius.

O general ficou parado e olhou fixamente para a figura, que deu alguns passos para trás e foi em direção ao jardim do imperador. Marcus Antonius saiu correndo da piscina brandiu sua espada e exclamou em alto e bom tom para o estranho para e virar para ele.

O estranho continuou andando, até que chegou próximo aos pés de romã e as parreiras de uva, aquilo que parecia uma grande túnica se abriu em um gigantesco par de asas brancas. E em um grande movimento, mas com elegância e leveza, o estranho subiu rumo ao firmamento. O céu estava escuro e logo Marcus Antonius não viu mais a aparição fantástica.

O general guardou esta experiência em seu intimo até próximo ao seu leito de morte, quando contou tudo a um escriba, que registrou como um delírio do infermo.

Segundo os Papirus Alexandrinus os Incubus viviam em uma ilha denominada Atlântida, que era um resquício do continente original da Terra. Todos os Incubus eram na realidade criaturas Angelicomorfas, mas que por causa do contato com uma pequena criatura, tornaram-se hospedeiros de uma grave doença. Esta doença fazia com que eles perdessem a cor normal da pele, tornando-a vulnerável a luz do sol, quando exposta prolongadamente aos raios. As penas das asas caiam dando origem a uma grande pele e novos ossos nas mesmas. Algo grotesco, que devia ser isolado da sociedade, exilado em uma ilha prisão, que recebeu o nome de Atlântida. As criaturas angelicomorfas viviam em ilhotas aquecidas por vulcões, perto dos pólos gelados da terra. Estes seres viram toda a evolução dos seres humanos na terra, contemplaram coisas boas e catástrofes.


“Criaturas terríveis, feias, bizarras e grotescas, que queriam beber o sangue dos sãos, eram terríveis, mas não mereciam ser destruídos, portanto uma terra foi dada a eles... pena que os mesmos não se contentaram com ela.”

sábado, 30 de janeiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo II - Parte IV

Naquele mesmo dia uma multidão se juntou aos pés do palácio do imperador, afim de contemplar seu corpo morto, mas os pretorianos não deixavam que os patrícios chegassem próximo às escadarias. Nesse momento uma grande comitiva cortava a praça central, era Marcus Antonius se aproximando, o grande general, nem mesmo os pretorianos parariam tamanha comitiva. As portas foram abertas e o corpo visualizado sobre a grande mesa, um grande sentimento de tristeza tomou conta dos legionários de Marcus Antonius. O corpo foi levantado e levado para fora do Senado, então o general subiu as escadas e pronunciou um discurso, que mais parecia uma oração. O povo se inflamou, e tomaram o corpo de César, levando-o para frente do Fórum.

Ali uma grande pira foi erguida, ali César foi cremado, ali um grande grito de guerra surgiu. Roma estava entrando em uma grande guerra civil.

As portas da casa do novo imperador foram guarnecidas com praticamente uma legião de semi-Incubus, mas que nada poderiam fazer frente ao grande exército de patrícios, escravos, camponeses e legionários fieis a César, que despontavam de todos os lados na grande praça de Roma. Uma primeira saraivada de flechas foi deferida contra aquela legião sombria. Feridos eles ainda ficaram de pé. Mas uma segunda saraivada foi dada, esta com pontas de prata, massivamente os legionários fieis a Brutus vieram ao chão. Os poucos que ficaram de pé largaram as armas e abriram o portão.

Quando o grande exército romano adentrou o palácio, algo inesperado aconteceu, línguas de um fogo negro ¹ cobriram toda aquela legião, muitos caíram, muitos morreram, muitos fugiram. O palácio era completamente negro por dentro, somente se via os olhos vermelhos que corriam entre as labaredas sombrias. Muitos demônios dançavam naquele dia, não havia escapatória para os seguidores de Marcus Antonius. Vendo o desastre e também o tamanho poder de Brutus, o grande general toma por decisão recuar, ele acreditava que tinha um animal encurralado, o problema é que ele havia esquecido que quando um animal fica encurralado ele ataca com toda a sua força. Muitos legionários, cidadãos e escravos valorosos morreram naquele dia.

Recuados e humilhados o revoltosos correram para as montanhas, afim de se organizar novamente para uma grande ofensiva. Até que em 19 de julho de 44 a.C, uma noticia vem de Roma, no fim da tarde deste mesmo dia, um grande clarão foi visto sair de dentro do palácio.
Brutus estava morto, seu corpo não foi visto depois do clarão, a piscina onde se encontrava estava seca, havendo ao fundo um corpo de mulher e de um general. Roma respirava aliviada.



(1) Segundo os Papirus Alexandrinus, o fogo negro não passava da invocação das sombras e materialização dela por um Incubus Mor, que havia a pouco vertido as ânforas da Cama de Vida. Isso lhe garantia muita força durante um período curto de tempo.

“Todas as criaturas malignas conseguem fazer com que as trevas lhe obedeçam, mas é claro que depois de um tempo estas lhes punem com um colossal cansaço e fraqueza.”