terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Papirus Alexandrius - Capítulo III - Parte III

O guerreiro se escondeu em sua caverna, correu para as sombras, em um ambiente escuro, úmido e decorado com crânios humanos. Ele se dirige para um grande baú, que possuía uma tranca estranha, no formato de uma garra, de lá de dentro ele tira duas grandes espadas, uma pontiaguda e a outra com cerra no fio.
Muitos seres derrubaram seu sagrado sangue quando sua pele entrou em contato com aquelas armas, estas com certeza eram lâminas assassinas.

A criatura sombria passa o dedo polegar sobre o corte das espadas e nota que mesmo passados alguns milênios, as mesmas ainda podem cortar um cavalo ao meio. Ele se alegra, pois sabia que seus descendentes haviam lhe deixado um grande presente. Um sorriso toma conta de sua face, seus olhos se fixam na entrada da caverna, onde uma grande piscina servia de porta de entrada, a luz que cruzava a água era refletida no teto da caverna. Por alguns instantes ele imaginou ter visto algumas cenas das batalhas de seus ancestrais, no solo sagrado de Atlântida. Isso lhe dava força e coragem.


Ele se sentia preparado para enfrentar o terrível caçador que lhe esperava do lado de fora, pois suas forças já estavam restabelecidas, mediante ao sangue que bebera, as lembranças das antigas histórias levantaram sua moral novamente e as espadas lhe deram coragem.

Com as armas em punho ele salta na piscina e nada pela fenda que lhe leva para fora da caverna. Enquanto nadava ele pensava se a criatura já estava lá fora a sua espreita, então uma terrível falta de ar toma conta de si, ele nada eufórico para fora e emerge ofegante. O grande caçador não havia chegado até seu esconderijo ainda.
Caminhando em direção das poderosas árvores a sua frente, ele começa a ouvir o som da serpente emplumada se aproximando. Esta terrível caçadora de caçadores não tinha costume de espreitar nenhuma presa, pois sabia que ninguém podia escapar, por isso se movia ruidosamente quando caçava. Isso geralmente causava muito desespero aos Incubus e muito alívio aos humanos ¹.

De súbito as árvores caem na sua frente, ele estava sendo caçado e seu caçador o encontrara. Então ele dá um veloz salto para trás e se dependura em um galho robusto, o Quetzalcoalt estava em sua frente e era terrível, mais uma vez ele salta para outra árvore, mas desta vez movimentando as lâminas, corta duas vigorosa árvores ao meio, deixando-as tombarem, com o intuito de retardar o caçador que estava em sua cola.

O grande Quetzalcoatl não se deixa assustar com a demonstração de força do oponente, e se precipita com um movimento de abre-fecha de sua bocarra, destroçando os troncos das árvores. Uma perseguição descomunal se inicia, com o Incubus na frente, cortando diversas árvores, destruindo uma parte da floresta, e um grande caçador em seu encalço.
De repente o Incubus se depara com uma clareira, as árvores logo atrás estavam tombando, não tendo um outro caminho pra seguir, ele aterrissa de seu salto e olha para trás e enxerga o Quetzalcoatl. Não tendo o que fazer, ele se prepara para um confronto.

Quando o caçador se aproximou, ele moveu as lâminas cortando o solo, levantando muita poeira e pedaços de rocha. Ele sabia que tudo isso não pararia o Quetzalcoatl, mas talvez serviria de distração para que ele pudesse tentar abater a grande criatura.

O Incubus conseguiu girar as lâminas umas três vezes, sendo que após isso ele, num salto, conseguiu subir no dorso da criatura. Com um rápido movimento ele crava as lâminas no pescoço do Quetzalcoalt, decepando-o. Mas mesmo assim, seu esforço não lhe garantiu libertação, pois o caçador, já havia lhe cravado nas costas, os espigões de prata ² que se estendiam da ponta de sua calda.
Em seguida um forte estrondo, como o som de algo muito grande caindo ao solo e uma forte luz foi liberada, trazendo à superstição dos nativos, que uma grande estrela havia caído na terra. Na realidade um Incubus e um Quetzalcoatl haviam morrido.



(1) Muitos seres humanos foram salvos pelos Quetzalcoatls, pois os Incubus tinham o costume de fazerem haréns com Sucubus. Quando um Sucubus era mordido, os feromônios do Incubus eram liberado, dessa forma muitas vezes, o Quetzalcoatl matava o Incubus no memento que ainda se alimentava.

“Os Incubus, enquanto se alimentavam não prestavam atenção ao seu redor, dessa forma o ruidoso som dos Quetzalcoalt passava despercebido por eles, mas os seres humanos, dominados e aterrorizados, encontravam alento naquele som...”


(2) Os Quetzalcoatls possuíam dentes, espigões e garras, cobertas por uma secreção de blandulas, que garantiam uma cobertura de prata a estas partes do corpo, tornando-as assim terríveis armas contra os Incubus.

“Ao verem o brilho de prata se aproximando, eles sentiam a saliva e o bafo de um Quetzalcoatl...”