domingo, 1 de agosto de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo V - Parte V

Após algum tempo de muita calmaria, uma nuvem de areia, muito vermelha, surgiu no horizonte, trazendo ventos fortes e anormais. Do centro do deserto, uma grande cidade, de um marrom bastante escuro emergiu da areia, vários relampagos desciam do céu, chocando-se contra o solo arenoso, estrondos eram ouvidos, não lembrando algo como um demoronamento ou explosões, mas sim, de forma cadênciada, como tambores de guerra.

O som se aproximava gradualmente, junto com a nuvem de areia, percebia-se o solo tremer. Algo grande estava se iniciando, algo aterrador e poderoso.
No templo piramidal, onde se encontrava o grande altar dourado, o casulo do escaravelho começou a se abrir, e uma forte luz foi liberada. O guerreiro aviano estava novamente acordado. Ele estava muito pálido e parecia fraco. Pondo-se a caminhar ele passou pela entrada do templo e olhou para fora e viu algo muito familiar, parecia sua terra natal. Enquanto estava hibernando, os humanos haviam seguido fielmente as suas ordens, e uma grande cidade tinha se erguido. Tão ostentadora quanto a cidade dourada de onde tinha vindo.

Abaixo da longa escadaria da pirâmide que ele estava, uma multidão se encontrava, todos vestidos de branco com adornos dourados, prostados no chão pavimentado. Com um forte bater de asas, o aviano subiu ao céu, e deixou o peito escancarado para a coroa solar, afim de reabastecer sua energia, que havia ficado inativa por alguns anos. Todos os homens, mulhers e crianças o contemplavam, sabiam que ele os protegeria.

Descendo sobre a ponta da pirâmide, ele arrancou algumas penas de suas poderosas asas, e apontando para o sol ele fez um movimento de cima para baixo. Um grande clarão e uma onda de impacto se deu. O poderoso guerreiro, agora, segurava em sua mão direita uma arma magestosa, algo que só foi visto a alguns anos atras, durante a batalha em que o mesmo foi visto pela primeira vez.

O poderoso guerreiro fez um sinal para que todos entrassem no templo, trancou a porta, e uma grande escuridão tomou conta de todos os sentidos dos que estavam lá dentro. Não sabiam o que ocorria do lado de fora do templo. O aviano levantou voo e foi na direção da grande nuvem de areia, sua espada brilhava como o próprio sol, mas nenhum daqueles que estavam no templo conseguiram ver.

No meio da escuridão visual e auditiva, uma grande onda de impacto passou, derrubando todos no chão do templo. Passado algumas horas, eles conseguiram abrir a pesada porta, e viram toda a cidade coberta por areia, mas a nuvem vermelha não mais existia. No lugar dela, onde havia emergido a cidade marrom, um grande canion se formou.
O guerreiro, que se acreditava ser um deus, nunca mais foi visto, nem ele, nem os assassinos do deserto.


Depois deste evento, várias lendas, mitos e novos deuses surgiram. Esse povo, conhecendo uma nova tecnologia, apresentada por um provavel deus, conseguiram desenvolver um império e perpetuaram por séculos. Ficaram conhecidos como a Joia do Nilo... O povo Egípcio.