sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ALEXANDRIA - CAPÍTULO III - PARTE VII

O Vernaculista andava pelos corredores da grande oficina, puxando a mão do pequeno, ele andava calado, as vezes olhando para o menino. Os corredores eram longos e escuros, iluminados por algumas tochas, eles andaram por alguns minutos até chegarem em uma grande porta, protegida por dois soldados, esse era o fim do túnel.
- Abram a porta!

Um dos soldados se dirige até a porta e empurra uma trava de metal, logo em seguida um sistema de roldanas e rodas dentadas liberam dois pesos que por sua vez puxam duas correntes, que abrem as duas pesadas portas. Esse era um sistema criado para caso um dia o palácio fosse cercado, houvesse um local seguro para o rei ficar escondido de forma intocável. O túnel era escavado debaixo de rochas, o que tornava o mesmo inviolável. Na outra extremidade, também havia uma porta desse tipo, que era aberta para o Juggernault entrar depois de seus passeios.

Após passarem pela pesada porta, eles dão de frente com uma escadaria, parecia mais um túnel, mas que subia em direção à superfície. A saida se dava em um salão repleto de plantas, na realidade uma espécie de jardim de inverno, com mais uma grande porta protegida também por dois guardas.
Chegando perto da porta, um estalo metálico pode ser ouvido, e o sistema de roldanas começa  a agir e a porta se abre. Um muro se dava de frente a entrada do jardim de inverno, os dois andam alguns metros e saem de frente a uma enorme área, que não era nada menos que o próprio járdim do Palácio de Versailles, ao longe podia-se ver um muro longo com o portão dourado de frente para o caminho que levava ao suntuoso palácio.

Os dois se dirigem até a entrada do palácio, mais guardas se encontravam prontos para defender até a morte a entrada da residência do déspota. Porém o Vernaculista parecia ser muito importante, sendo que as portas se abriam para ele, sempre os guardas destrancavam as passagens para aquele homem estranho. O menina já acreditava que ele era o dono de tudo.

Entrando no grande palácio, eles andavam por um grande salão, recoberto por ladrílhos formando desenhos desenhos, várias janelas com vitrais claros para a luz entrar e clarear o ambiente, algumas tapeçarias pendiam do alto das paredes, tapeçarias cheias de desenhos com motivos de guerra, talvéz contando a história desse rei. Algumas armaduras podiam ser vistas, armadas, em pé, mas sem ninguém dentro, o menino se perguntava se havia algum espírito lá dentro das mesmas. Tudo se mostrava amedrontador naquele salão, mesmo a luz entrando e clareando tudo, o lugar parecia mal-assombrado. A cada passo, o som do sapato do homem batendo no chão ecoava no ambiente vazio de pessoas.
Ao fim do salão uma grande cortina rubra, de textura aveludada, escondia a passagem de uma grande porta, mas agora não tinham guardas, nem mesmo sistemas de proteção, era uma grande porta de ferro, mas com aberturas cobertas por vidro colorido, que desenhavam pessoas, talvéz também contassem alguma história, assim como a tapeçaria no salão.

O menino não se sentia mais amedrontado, mas sim, se sentia perdido a tantas imagens novas. Adentrando o recinto escondido atrás da bonita porta, ele via uma sala com uma grande janela, por onde o sol entrava, cortando o ar e atingindo o chão de mármore, fazendo reflexos a ponto de ofuscar a vista.
Os dois ficam parados como se esperassem por alguém, o menino não entende e coloca a mão na vista devido a luz. Logo o som de uma porta abrindo se deu e uma silhueta aparece cruzando a sala e para de frente a janela iluminada pelo sol. 
- Menino tire as mãos da sua face, está de frente para o Rei Sol! diz o Vernaculista se ajoelhando e abaixando a cabeça.