sábado, 30 de janeiro de 2010

Papirus Alexandrinus - Capítulo II - Parte IV

Naquele mesmo dia uma multidão se juntou aos pés do palácio do imperador, afim de contemplar seu corpo morto, mas os pretorianos não deixavam que os patrícios chegassem próximo às escadarias. Nesse momento uma grande comitiva cortava a praça central, era Marcus Antonius se aproximando, o grande general, nem mesmo os pretorianos parariam tamanha comitiva. As portas foram abertas e o corpo visualizado sobre a grande mesa, um grande sentimento de tristeza tomou conta dos legionários de Marcus Antonius. O corpo foi levantado e levado para fora do Senado, então o general subiu as escadas e pronunciou um discurso, que mais parecia uma oração. O povo se inflamou, e tomaram o corpo de César, levando-o para frente do Fórum.

Ali uma grande pira foi erguida, ali César foi cremado, ali um grande grito de guerra surgiu. Roma estava entrando em uma grande guerra civil.

As portas da casa do novo imperador foram guarnecidas com praticamente uma legião de semi-Incubus, mas que nada poderiam fazer frente ao grande exército de patrícios, escravos, camponeses e legionários fieis a César, que despontavam de todos os lados na grande praça de Roma. Uma primeira saraivada de flechas foi deferida contra aquela legião sombria. Feridos eles ainda ficaram de pé. Mas uma segunda saraivada foi dada, esta com pontas de prata, massivamente os legionários fieis a Brutus vieram ao chão. Os poucos que ficaram de pé largaram as armas e abriram o portão.

Quando o grande exército romano adentrou o palácio, algo inesperado aconteceu, línguas de um fogo negro ¹ cobriram toda aquela legião, muitos caíram, muitos morreram, muitos fugiram. O palácio era completamente negro por dentro, somente se via os olhos vermelhos que corriam entre as labaredas sombrias. Muitos demônios dançavam naquele dia, não havia escapatória para os seguidores de Marcus Antonius. Vendo o desastre e também o tamanho poder de Brutus, o grande general toma por decisão recuar, ele acreditava que tinha um animal encurralado, o problema é que ele havia esquecido que quando um animal fica encurralado ele ataca com toda a sua força. Muitos legionários, cidadãos e escravos valorosos morreram naquele dia.

Recuados e humilhados o revoltosos correram para as montanhas, afim de se organizar novamente para uma grande ofensiva. Até que em 19 de julho de 44 a.C, uma noticia vem de Roma, no fim da tarde deste mesmo dia, um grande clarão foi visto sair de dentro do palácio.
Brutus estava morto, seu corpo não foi visto depois do clarão, a piscina onde se encontrava estava seca, havendo ao fundo um corpo de mulher e de um general. Roma respirava aliviada.



(1) Segundo os Papirus Alexandrinus, o fogo negro não passava da invocação das sombras e materialização dela por um Incubus Mor, que havia a pouco vertido as ânforas da Cama de Vida. Isso lhe garantia muita força durante um período curto de tempo.

“Todas as criaturas malignas conseguem fazer com que as trevas lhe obedeçam, mas é claro que depois de um tempo estas lhes punem com um colossal cansaço e fraqueza.”