quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO II - PARTE III

Depois de receber o tesouro dos ciganos, Pierre iniciou sua caminhada rumo a vingança, passou anos juntando informações sobre os mercenários que haviam entrado no mosteiro e assassinado seus amigos, até que descobriu que esses mercenários, seguiam ordens de um império que na surdina entrava no território francês e pilhava o que via pela frente. Também descobriu, que esse império financiou o ataque aos antepassados ciganos de sua nova família. Pierre declarava guerra ao império britânico.
As habilidades de Pierre eram inigualáveis, não havia outro ser na Terra que conseguiria imita-las, por isso os ciganos o consideravam como um deus. Pierre não se considerava um deus, queria ser mais considerado como um demônio que veio vingar, de forma dolorosa todas as atrocidades que aquele império fez.
Pierre conseguia ficar tão transparente e tão intangível quanto o ar, conseguia com seu toque deixar objetos invisiveis e intangiveis, agia como um fantasma e se intitulava como Fantasma. Todo o seu poder era proveniente daquela pena, que enquanto permanecesse junto a ele, lhe daria o poder de uma criatura do além túmulo.


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Naquela noite coberta pelas constantes neblinas de Londres, aquele fantasma se aproximava do porto em um pequeno barquinho, parecia que o barco era um bote de um navio, que havia sido deixado a deriva, uma vez que o mesmo parecia estar vazio.
Dois soldados faziam sua ronda, era próximo às três horas da madrugada, e o turno dos mesmos estava chegando ao fim, seus rostos se mostravam cansados, mas esse era o preço por servir o império.
Aquele barquinho se aproximava e ele avisam então:
- Quem se aproxima, identifique-se ou será alvejado!
Nenhuma voz veio da direção do barquinho.
- Deve estar vazio, vamos alveja-lo no casco só por garantia, se tiver alguém deitado o peso vai fazer com que o barco afunde mais rápido.
- Não podemos fazer isso, e se for um náufrago que está inconsciente?
- Está bem, está bem!... Então faça o seguinte pegue um barco e vá até lá ver!
- Eu?
- Sim você!... Por mim já tinha alvejado o casco.
Nesse momento chega o capitão da guarda:
- O que está acontecendo aqui?
- Senhor! avistamos um bote a deriva e estavamos esperando para alveja-lo, só não o fizemos ainda pois meu amigo se propôs pegar um outro bote e ir lá ver se o mesmo está vazio.
- Não!... Os dois devem ir lá ver ... peguem aquele bote do porto e averiguem a procedencia do que está a deriva, veja se é um bote realeza portuguesa, se for pode ser que um dos galeões que transportam ouro das américas para a Europa pode ter sido abordado por piratas. Parte desse ouro vem para o imperio britânico.
Os dois soldados vão em direção ao bote e o encontram vazio, amarram uma corda na proa e o rebocam para o porto. Mal eles sabiam que estavam abrindo as portas do império para um demônio sedento de vingança.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ALEXANDRIA - Capítulo II - Parte II


Ao dizer sim à proposta do Cigano, Pierre se comprometia com o destino, garantia a todo o povo nômade que a vingança se aproximava a cada dia. Os ciganos eram pertencentes a uma antiga linhagem de nobres da Hungria, que a uma centena de anos havia sido expulça de sua terra natal por um povo invasor. Naquela época se iniciava a Ordem da Torre dos Dez, e as famílias pertencentes se organizavam para derrubar linhagens nobres, colocando no poder invasores, traidores e bárbaros.


O espírito de vingança queimava no coração de cada um dos ciganos, e desde a expulção da Hungria, eles esperavam pela consumação da grande profecia. Para que a profecia fosse para o rumo correto, os ciganos deviam trazer e proteger um grande tesouro, que seria entregue ao sujeito da profecia. Isso garantiria ao mesmo poderes inimagináveis, poderes tão incríveis que o fariam um deus entre os homens.

Para receber o tesouro e saber utiliza-lo, o menino devia aprender os segredos de ciganos mais importantes. Esses segredos incluiam alquimia das ervas, treinamento militar para sobrevivência, utilização de armas brancas, movimentação gatuna, interpretação de códigos e indução mental.

O menino Pierre inicia um grande e arduo treinamento, onde todos os dias os ciganos o faziam caminhar vários quilómetros puxando um cavalo carregado de pedras. De noite era obrigado a comer comida fria, tendo direito a um gole de água da poça mais próxima. De manhã era responsável pela limpesa das latrinas e caça de algum animal para oferecer ao lider dos ciganos. Todos os dias eram assim, mas havia alguns dias especiais, onde o menino era amarrado em uma macieira e chicoteado, esses dias especiais eram um em cada mês, bem no dia de aniversário de sua descoberta. 

Na realidade os ciganos não faziam isso de bom grado, não se sentiam bem, pois todos além de quererem a vingança por seus antepassados, eles gostavam do menino, pois, mesmo sofrendo Pierre nunca reclamava. A cada dia ele ficava mais forte e se engajava na cultura, ideais e sonhos dos ciganos.

Quando completou 18 anos, no dia do aniversário da profecia, ele foi batizado e recebeu a marca dos ciganos, uma queimadura com a letra H nos dois ombros. Naquela noite uma grande festa foi realizada, os anos tinham passado desde o início do treinamento, e nenhuma festa de grande prote havia sido feita. No meio das macieiras a consumação da profecia estava quase completa, uma festa era dada em homenagem ao deus entre os homens.

Agora Pierre era um nômade, não tinha como voltar atrás, se comprometera com a causa de seu novo povo, iria lutar com todas as suas forças pela vingança.

Nesse dia foi dado a ele o tesouro cigano, que se encontrava dentro de uma urna de madeira, incrustada com pedras vermelhas. 

Ao abrir a urna de madeira, o jovem encontra uma pena negra com a ponta de prata, que pendia de um cordão também prateado, era esse o grande tesouro dos ciganos.

Pierre a princípio ficou decepcionado, pois esperava ouro, mas quando passou o cordão no pescoço toda a história profética desencadeia e um novo futuro para os ciganos se inicia.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

ALEXANDRIA - Capítulo II - Parte I

Naquela época era tudo muito frio, tempestades geladas tomavam conta da Europa, várias nações eram subjugadas ao poder gelado da neve. Junto com a neve, que caia em pequenos flocos do céu, galopava a morte montada em seu cavalo cinza, de uma tonalidade extremamente mórbida, ceifando ricos e pobres, não deixando nenhum fraco de pé. Sem abrigo qualquer pessoa era vítima desse cavaleiro implacável.

Muitas crianças eram deixadas em igrejas nessa época, pois os pais não tinham como sustenta-lás, então as entregavam para aqueles que podiam ter misericórdia e as acolherem. Com isso muitos jovens cresceram sem conhecer os pais, alguns morriam, outros se tornavam padres e irmãs, enquanto outros fugiam para tentar serem livres.

Esses jovens eram um grande problema para os nobres, pois eram um exército em potencial e se tivessem vontade de invadir suas terras e tomar tudo, conseguiriam, pois seu número era muito maior. Então para evitar esses problemas os nobres mandavam emissários até as igrejas, e dessa forma convocar e empregar como aprendizes de soldado e de mão de obra na contrução civil e belicista. Evitando assim grandes problemas com revoluções.Aqueles que fugiam tinham dois destinos, morrerem nas ruas e vielas ou se tornarem larápios e assassinos.

Um desses jovens catalogado como orfãos e por isso sem sobrenome, chamado Pierre, vivia em um mosteiro na França, tinha tudo para se tornar um grande mestre vinhateiro, iria aprender todos os segredos dos monjes na fabricação da tão viciante bebida rubra. Não se pode dizer que era triste, mas sua família estava morta, seus pais haviam contraído peste e o entregaram-no aos monjes antes de ser infectado, sabia que seus pais tinham feito o melhor por ele. Mesmo com o fardo de não ter convivido com seus progenitores, pois tinha chegado muito novo ao mosteiro, o jovem Pierre crescia forte em corpo e alma.

Mas a vida é algo bastante interessante, numa noite chuvosa, um grupo de saqueadores invadiram o mosteiro e mataram todos que lá viviam, menos o jovem, pois havia sido escondido em um velho tonel de vinho por um dos seus amigos monges, e lá ele ficou por um dia inteiro, até não escutar mais vozes e barulhos de vidraças sendo quebradas. Quando Pierre abriu a tampa do tonel, somente viu corpos de seus amigos dilacerados, a vinha em chamas e a porta do mosteiro aberta. Ele não pensou duas vezes e correu em direção a saida.

Correndo pelo barro, tão frio quanto a neve, o jovem Pierre chorava e se distanciava de seu lar, o local onde seu mundo havia sido construído e onde sua alma vivia em paz, agora tudo não passava de um grande túmulo.

Pierre permaneceu como um andarilho por alguns dias, se alimentava das frutas queimadas pelo frio que relutavam a cair de uns pobres pomares e bebia água de poças, estava vivendo com um animal. Os animais por sua vez, são preparados para enfrentar o inverno, o jovem Pierre não era, sendo que em algum momento o mesmo adoeceu e caiu em baixo de um pé maçã. Lá ele foi socorrido por um grupo de ciganos que viajavam pela Europa toda, eles eram Húngaros e sabiam muitos segredos sobre medicina.

Com um sotaque carregado, o jovem Pierre foi acordado por um homem de lenço rubro na cabeça, brincos de ouro e um grande bigode negro como carvão.

- Acorde meu jovem! está entre amigos! disse o homem, oferecendo-lhe uma prato de sopa.
- Onde estou? balbuciou o menino.
- Encontramos você quase morto, debaixo de um pé de maçã... Qual seu nome criança?
- Sou Pierre, vivia om os monges, mas um bando de saqueadores invadiram o mosteiro e matou a todos, eu só escapei pois me esconderam dentro de um antigo tonel de vinho.
- Então você não tem família! Está só no mundo!
- Sou orfão de pai e mãe, não tenho irmãos, não sei meu sobrenome, só me chamavam de Pierre.
- Então... Se quiser, se sentir a vontade conosco e o mais importante, se quiser vingar-se daqueles que mataram seus amigos monges... encontraste uma família. 
- Como me vingar... eram tantos!
- Se nos aceitar como família, se mostrar que tem coragem e força, terá direito aos nossos segredos e ao nosso tesouro!
Foi nesse momento, onde a chama da vingança surgiu no coração de um inocente, que desencadeou um evento poderoso previsto por uma profecia cigana:
"Sob uma macieira, se encontrará adormecida a vingaça e o poder, que sob o júbilo do nômade se unirão com a ira, criando um deus entre os homens."

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ALEXANDRIA - Capítulo I - Parte XIII

Seguindo pelo estreito caminho, saindo da clareira e caminhando na direção do bosque, que ficava pouco antes do palácio imperial, passando pela trilha de paralelepípedos e chegando no muro mais alto, onde a defesa era menor, pois acreditava-se que não havia como escala-lo, Macula para e respira fundo. Com movimentos velozes ele se apoia em sulcos formados pelos tijolos do muro e chega com extrema rapidez e elegância no alto da muralha.

Logo ele está no chão e moviementa-se como uma alma penada, sem causar barulho, andando nas sombras e cortando as gargantas de vários guardas, levando os corpos para as sombras. Em prazo de minutos todos os guardas estavam mortos, Macula os havia matado, sem que os mesmos sabessem o que ocorreu.
Ele então chega na grande porta do Hall de entrada e a abre, era um local luxuoso, com mármore, quadros nobres e candelábros de ouro. Realmente um suntuoso e belo mausoléu.

Subindo as escadas, onde havia um grande tapete rubro, macula limpa sua lâmina embebida em sangue numa flâmula que pêndia da parede. Nesse momento ele observa um movimento logo à sua frente, algo que havia escapado de sua poderosa capacidade de enchergar tudo a sua volta, era algo diferente, uma coisa que ele nunca havia visto, pois não possuia forma e mais parecia uma neblina. Mas o estranho era conseguir enchergar uma neblina no escuro, uma vez que ainda era madrugada, algo inusitado, tão inusitado quanto ele mesmo se encontrava no palácio.

Era a primeira vez que Macula se movia prestando atenção não em seus movimentos, mas sim nos movimentos dos arredores. Os corredores eram estenços e possuiam vários quadros e tapeçaria em vêludo vermelho, a cor real, mas que para Macula não passava da cor da morte.
Enquanto o grande assassino se encontrava distraído, observando uma figura onde mostrava a árvore genealógica da família imperial, um grito forte é ouvido do quarto logo à frente, um grito de morte saia dos aposentos de José II.

O assassino empurra as pomposas portas e vê três figuras  sobre a grande cama real, uma linda jovem completamente desnuda, com os cabelos cor de ouro embebidos em seu quente e rubro sangue, um homem de capa e José II com uma lâmina enterrada no peito. O homem abre um sorriso para Macula e torna-se translúcido como um fantásma. Macula se move rapidamente na direção da figura e lhe golpeia com a lâmina, mas essa passa pelo corpo do homem, como se estivesse cortando a névoa.

A figura passa por dentro do corpo de Macula, que gira o braço com a intenção de arrancar a cabeça de seu inimigo assim que o mesmo passasse pelo outro lado. Macula não comprrendia o que estava acontecendo e acreditava que poderia picotar seu inimigo.

Com um movimento brusco e sem que Macula conseguisse calcular, o homem lhe derruba e imobiliza seus braços, forçando-o a ficar com a face no chão. 
- Quem é você. Resmunga Macula.
- Sou a mesma coisa que você, um mercenário, assassino e contratado para matar reis e inocentes. Responde a figura.
- Não pode ser, não pode existir ninguém como eu. Diz Macula.
- Meu caro, não acredite que é especial. Diz o homem, soltando Macula.

O grande assassino estava com o ego ferido, nunca haviam zombado dele dessa forma, ninguém era capaz de fazer isso e sair com vida. Macula mais uma vez ataca seu inimigo e golpeia o ar.
- Você ainda não entendeu?... Não pode golpear-me, na realidade só se eu permitir.
- Mentira! grita Macula, mais uma vez movendo sua lâmina.
- Eu já havia ouvido rumores sobre você Macula, realmente suas habilidades são incríveis, grande equilíbrio, velocidade não humana e uma vista privilegiada.

Macula não compreendia o que acontecia, estava com muito ódio, pois não conseguiu matar seu alvo e agoranem mesmo o seu inimigo.
- Não fique chateado, fique feliz, vou-lhe contar um segredo, você é o único ser capaz de me enchergar.
Logo apóz isso a figura passa pela parede sólida do quarto e desaparece.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

ALEXANDRIA - Capítulo I - Parte XII

Aquele dia estava frio, assim como os anteriores, com um vento ainda cortante que trazia uma garoa proveniente do alto das copas dos pinheiros cobertos pelo orvalho do alvorecer. O sol não aparecia, pois as nuvens brancas os escondiam, mas pequenas faixas de luz podiam ser vistas surgindo atrás dos picos montanhosos. Era o nascer de uma bela manhã, mas que traria um tom fúnebre dali umas horas.
Todos os mercenários já estavam a marchar na direção da terra de Macula, cada um deles estava revigorado com a noite passada, mas sabiam que a empreitada seria dura. Quando chegavam em uma clareira, andando sobre as folhas cheirosas das árvores, umedecendo suas botas de couro com o orvalho que estava impregnado em todas as partes da floresta, tornando-se assim um aborrecimento, pois o frio se tornava maior e também mais perceptível, mesmo debaixo das camadas de pele de lobo que eles utilizavam. Mesmo em um lugar gelado como esse, um homem com vestimentas da nobreza e montado sobre um  alazão, inesperadamente aborda o grupo e diz:
- Muito bem, agora esperem, não desembaiem suas espadas, pois sou um emissário do imperador.
- Mais uma boneca!!! Grita um dos mercenários.
O homem observa com desprezo o homem que cometia a ousadia de falar aquilo, mas não tomou nenhuma providência, só continuou a falar.
- Escutem todos, o imperador ordena que esperem aqui por algumas horas, pois ele interceptou um outro emissário, que saiu do palácio ontem levando uma carta até a Transilvânia, com um mapa das entradas do palácio, indicando o caminho para os seus aposentos. José II acredita que uma pessoa bem próxima a ele quer sua morte, por isso deseja que todos vocês esperem aqui e criem uma emboscada para o assassino chamado Macula. 
Ele joga uma caixa de madeira no chão e diz:
- Aqui dentro vocês encontrarão mosquetes e também munição para abaterem o alvo.
Enquanto os homens se apossavam das armas o emissário sumiu entre as árvores e somente ouvia-se o galope pesado e rápido de sua montaria.  
Já se passavam duas horas e todos os mercenários estavam entocados, cobertos por relva ou mesmo sobre os galhos das árvores, os canos das armas estavam firmemente apontados na direção do caminho feito há vários anos por comissões que se dirigiam a novas terras.
Um cavaleiro coberto por roupas pretas se aproximava, era medonha a sua figura, andando vagarosamente com as brumas dançando entre os cascos de seu corcel negro. Sem a menor sombra de duvida aquele era Macula.
Em um piscar de olhos o cavaleiro havia desaparecido, somente seu cavalo vinha andando pelo caminho. Então um grito foi ouvido, sem nenhum disparo dado, com certeza Macula já tinha feito uma vítima. Uma sombra percorreu por alguns galhos e dois corpos penderam com cordas no pescoço, com o susto, o reflexo dos homens puxaram os gatilhos, alvejando os corpos imóveis na árvore. Não se sabia quantos já haviam caído frente ao exímio assassino.
Mas de repente, Macula aparece de pé, imóvel e coberto por um manto preto, no centro da clareira. Logo os mosquetes cuspiram balas, eram mosquetes modificados, encomendados pelos mecenas italianos e comprados pelo imperador. Possuíam quatro canos, soldados juntos de forma a ficarem como se fosse um único cano, tendo dois canos em cima e dois em baixo, não havendo a necessidade de recarregar após o primeiro tiro. Todos os mercenários atiraram na direção da figura sombria.
Macula com movimentos rápidos e extremamente calculados, consegue se esquivar várias vezes de diversas saraivadas de chumbo, ficando ileso e de pé no centro da clareira. Todos os seu inimigos estavam caídos, com laminas fincadas na garganta, proveniente dos arremessos velozes e certeiros que ele fez durante as esquivas. Era um assassino perfeito e uma verdadeira maquina de carnificina, mas muito silencioso.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE XI

Muitos homens são facilmente comprados, outros são facilmente induzidos ao erro ou mesmo ao acerto, nesses dias os homens estão sendo, por incrivel que possa parecer, induzidos ao erro e não comprados, uma vez que seus serviços valeriam muito mais do que esta sendo pago.

Uma boa alimentação, aposentos limpos e uma linda mulher, pode parecer ótimo para qualquer homem, mas não é suficiente quando se pensa nisso em termos de horas. Seria excelente se tudo fosse garantido por uma vida inteira, uma vida onde se poderia constituir família e um lar para descansar, algo pelo que lutar e sonhar todas as noites, isso realmente traz esperança ao coração até do mais bruto. Muitos sonhavam com isso aquela noite, quando se encontravam no quarto ao lado da prostituta que fora lhe fora entregue, eles sabiam que o que estava por vir não seria simples, pois era como sair para caçar uma alma penada, se é que quem eles iriam caçar tinha uma alma. Todos sabiam que as chances de vitória eram pequenas, uma vez que nem o próprio exército, que era mais numeroso, mas não mais bem preparados, tinham conseguido exito frente ao Macula. Então todos eles aproveitaram cada minuto que lhes foi garantido, para muitos a melhor situação de conforto que tiveram na vida, mas para outros tudo não passava de uma marcha fúnebre.

O imperador não era ignorante, ele sabia que todos os seus mercenários não dariam conta do assassino, mas se caso conseguissem exito ele teria lucro total, pois teria exterminado o único homem que lhe trazia medo e teria ganho novos aliados, uma vez que os mercenários sobreviventes seriam novos nobres. Se todos fossem exterminados, ele também sairia no lucro, pois os homens dentro do reino, que tinham mais chances de entrarem em seu aposento e assassinar-lhe durante a noite, sob o contrato de algum inimigo, teriam morrido. Deixando dessa forma José II confortável com o que se desenrolaria dentre esses dias que estavam por vir. Mas mal sabia ele que um novo contrato havia sido feito por suas costas, na surdina, onde seu irmão Leopoldo, havia contratado ninguém menos que seu alvo para lhe matar.

Leopoldo II era tão ganancioso por poder quanto seu irmão, queria chegar a imperador de qualquer forma, sendo que sempre estava por perto de José, bajulando-o e observando tudo ao seu redor, como uma víbora pronta para o ataque. Sempre dava um jeito de colocar na comida do imperador e da imperatriz certos venenos que causavam esterelidade e mesmo aborto, uma vez que a imperatriz també podia não ser fiel ao imperador, garantindo não aparecer um filhor legítimo ou mesmo um bastardo reclamando ao trono, no caso da eventual morte de José II. Leopoldo não fazia ideia de que os imperadores eram escolhidos segundo a vontade de uma ordem secreta, mas sabia que não era passado de família para família segundo a vontade de um imperador morimbundo ou mesmo com conquistas de guerra. A única coisa que ele sabia era que quando os impérios começaram, houve a escolha de alguém para ser o imperador, sendo que essa escolha não foi feita por acaso, mas sim levando em consideração o potencial do indivíduo.

A ordem jamais teria escolhido Leopoldo frente a seu irmão se houvesse uma eleição para o imperador, pois ele era muito mais astuto que José, muito menos influenciável e com ego menos inflado, tornando-o um grande problema então para a Europa naquele contexto. Geralmente os integrandes que tinham maior poder dentro da ordem, não demonstravam isso, pois queriam governar nas sombras, comandar sem que os outros percebessem que estavam sendo induzidos. Os integrandes que pareciam ter mais poder, geralmente eram uns pobres coitados que tinham os egos maiores que os seus impérios, sendo assim facilmente controláveis.

domingo, 10 de julho de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE X

Após a caminhada dentro de um clima gélido, vindo da Romênia até a Austria, eles chegavam perto dos portões do grande palácio imperial de Hofburg, que além de enorme era extremamente belo. Apesar de ser um déspota josé II fazia de seu império um bom lugar para viver, desde que se fosse um nobre ou que se ajoelhasse a suas vontades. Ele era casado com Maria Josefa da Baviera, ou seja, tinha grande influência sobre toda a região. Seu casamento não foi de sua escolha, mas sim uma exigência de sua mãe Maria Teresa da Áustria, para que o império fosse forte, uma vez que ela o comandava na época, sendo José II apenas o co-regente até a estranha morte de sua mãe. Maria Josefa não era a primeira esposa de José, ela era a secunda, sendo que sua primeira esposa foi Isabel de Parma, que morreu de forma misteriosa três anos após o casamento.

O Imperador carregava nas costas, alguns assassinatos dentro de sua casa, elevando-se nos níveis da Torre. Após cada assassinato a ordem lhe trocava o anél. Era óbvio que todos dentro dos níveis sabiam que José era um assassino, mas permitiam sua subida, pois acreditavam que ele não era preparado para lidar com tanto poder, sendo que qualquer membro pudesse mata-lo e dessa forma, tomar pra si o controle de um grande império. Qualquer um que anexasse o Sacro Império Austro-Húngaro ao seu império normal comandaria a Europa.

Perto dos portões os homens reclamavam do frio, achando que iriam adentrar no palácio, mas o homem de peruca os conduzio a um beco escuro e fétido, onde bêbados urinavam e ratos se alimentavam. Ele para na frente do muro e desloca uma pedra abrindo uma pequena abertura, lá ele coloca seu cetro de arauto e o gira, como se fosse uma chave em um cadeado, abrindo uma espécie de alçapão.

- Todos vocês entrem!

Um a um, sob a mira de mosquetes, os mercenários desceram uma escada úmida e bastante escorregadia por causa de limo. No fundo havia um túnel que levava a uma espécie de calabouço, onde se encontrava uma mesa grande e oval.

- Agora fiquem sentados que o Imperador vira falar com vocês.

- O Imperador! Em tom de zombaria um dos homens diz, mas sendo rapidamente corrigido com uma coronhada no rosto.

Então escutou-se alguns passos e uma porta abriu, era José II e toda a sua pompa, entrando e andando no meio de maltrapilhos. Os guardas e o emissário fazem uma reverência se curvando.

- Vossa majestade! Como prometido, aqui estão os homens mais cruéis do império.
José os observa e diz:

- Como eles fedem!

Todos permaneceram calados, mas notava-se a vontade em cada olho daqueles homens, de colocar as mãos no pescoço alvo e fino daquele homem e então estrangula-lo.

- Muito bem seus porcos sabem por que eu os convoquei não! E continuou.

- Quero que matem, ou melhor, tragam para mim com vida para que eu mesmo o mate, aquele que se denomina Macula. Em troca lhes darei ouro e títulos, além é claro de poderem circular por todo o império sem serem molestados.

Os homens permanecem calados e apreensivos.

- Hoje vocês serão levados a aposentos limpos, poderão tomar banho, ter uma refeição, uma cama e uma mulher do bordél. Tudo em troca do sim de vocês, aquele que não quiser será dado aos cães.

Aqueles homens cansados não tinham outra escolha senão dizer sim a vontade do déspota. Mas naquele momento, pensar em um banho quente, uma boa refeição, em uma cama para descansar o corpo doido e uma austríaca para dar prazer era tudo o que eles precisavam. Mas não percebiam que era como vender a alma ao demônio, prazeres momentâneos em troca de algo precioso que seria cobrado mais a frente.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE IX


Horas de caminhada debaixo da fina chuva de um inverno que se iniciava, os ventos cortavam com suavidade o tronco das ávores, mas eram como navalhas cegas ao passar vorazmente sobre a pele dos homens acorrentados, que caminhavam em direção de uma terra desconhecida. 
Eles já haviam andado por toda Romênia, por toda a baixa Romênia, conheciam todas as suas belezas e riquezas, desde as mais belas jovens até o ouro dessa terra, mas nunca haviam adentrado nas terras nobres do imperador. Esses homens realmente possuiam históricos terriveis, mas não possuiam poder, eram reles camundongos perto dos verdadeiros assassinos da Europa. Esses grandes monstros, se encontravam muitas vezes sentados em cadeiras almofadadas com veludo vermelho, ostentando ouro, esmeraldas e marfim, morando em palácios e comandando os rumos do continente com mão de ferro.
Os imperadores na Europa eram eleitos segundo a vontade de uma ordem secreta. Nenhuma família nobre chegava ao poder sem antes ter passado por essa ordem. Dentro dessa ordem havia uma hierarquia e níveis de posição, sendo que cada nação possuia várias famílias em potencial para um dia chegar ao poder. As famílias com níveis mais elevados possuiam conhecimento sobre particularidades da Europa, onde havia minério, ouro, minas de pedras, rotas mais curtas por terra e por mar. 
As principais particularidades eram entregues aos mais poderosos integrantes dessa ordem secreta, tornando-os mais ricos ainda e com poder para suprimir seus rivais. Uma guerra silenciosa se travava entre os bailes e encontros imperiais dos nobres.
A única forma de se saber da existência dessa ordem era se um membro a revelasse, sendo que para isso somente de duas formas ocorria, atravéz do convite ou do sacrifício. A ordem tinha um número exato, sendo dez integrantes de cada nação, ou seja, somente dez famílias por nação podiam coexistir e lutar pelo poder, as demais não podiam saber da existência da ordem. O convite se dava quando um membro se mostrava incapaz de permanecer lá dentro do grupo, ou seja, não conseguia manter-se e tentava criar conspiração com outra nação para derrubar seus rivais, quando isso ocorria, o mesmo era assassinado.
O sacrifício se dava quando um dos membros ao ser subjulgado por outra família pedia clemência e entregava tudo o que possuia a um dos outros nove ocupantes da ordem, quando isso ocorria a família vencedora ocupa o lugar de duas, tornando-se assim mais forte.
Essa ordem se intitulava a Torre dos Dez, e seu símbolo era uma mão dourada com os dedos indicadore e médio elevados. Esse também era a senha para se entrar nos encontros da ordem, mostrando o anél da família e o anél da ordem, que era confeccionado em dez tipos de material, indo da madeira, osso, mármore, alumínio e bronze para as famílias de nível mais baixo, passando por cobre, prata, prata cravejada com rubis, prata cravejada com diamantes para as famías intermediárias e chegando ao ouro para a elite, cada um indicando o nível em que a família se encontrava respectivamente.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE VIII


Com um sorrizo medonho, um homem, que aparentava ser de descendência celta diz:
-Aposto que seu senhor deseja a cabeça do demônio numa bandeja de prata!
-Não é a cabeça do demônio, mas a cabeça de uma figura que parece não sofrer com o medo de ir para o inferno. No leste da Europa há um mito, que diz que ele é o senhor dos cavaleiros do apocalípse... Eu sinceramente não creio.
- Seu mestre deve ter feito algo muito ruim para alguém e foi burro o bastante para não contratar a besta antes do inimígo... Todos conhecemos as lendas sobre ele. Sabemos que ele respeita um código.
Diz o homem gordo, agora se sentando com um ar de vislumbramento de problemas.
-Sim respeita um código, e até onde eu sei essa é sua única fraqueza. Há algum tempo, meu mestre quase o matou por causa disso. Por respeitar o código ele não podia tocar em um único fio do cabelo de seu empregador. Quando ele fecha um contrato, ele respeita o tempo combinado de serviço. Ao ser muito eficiente, ele chegou com adiantamento de uma semana, trazendo o sinal de trabalho finalizado. Como meu mestre tinha medo de alguém o contratar para mata-lo, ele preparou uma emboscada para o mercenário... Mas ele escapou e atacou o imperador, mostrando assim que o tempo de serviço tinha terminado.
Todos olhavam para os lados, esperando alguém tomar a iniciativa, até que o celta falou:
-Isso que nos pede é suicídio, não sabe que ele é imortal! Meu avô contava histórias sobre ele, que os avôs de meus avôs contaram antes.
-Bom para mim tanto faz... Aquele que não aceitar o trabalho será fuzilado!
Naquele momento todos se levantaram e assinaram uma carta, dizendo que iriam prestar serviços ao imperdor da Romênia. Dessa forma José II conseguiu um grupo de vinte e três mercenários de alto nível.
-Muito bem cavalheiros... Estendam as mãos, para que possamos colocar os grilhões...
-Grilhões? Você não falou nada disso!
-Você realmente acha que eu acreditaria nas palavras de um mercenário, achou que ficaria livre para poder me trair, ou que o meu senhor iria ficar esperando vocês aparecerem a serviço só porque assinastes um papel... Não seja tolo!
-Não acredita na palavra de um homem? Seu porco de peruca!
-Sim acredito nas palavras de homens, mas é que você não é um homem, não passa de um servo de meu senhor. Ele diz isso trancando o cadeado dos grilhões, que se estendem por uma longa corrente com diversos punhos presos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE VII


CONSPIRAÇÕES
Aquela taberna na Hungria era conhecida por ser o reduto de diversos mercenários, homens que se vendiam para qualquer um. Eram assassinos, ladrões e muitos conviviam nos círculos nobres das redondezas. Mas nunca, nenhum, daqueles homens seriam capazes de praticar as proezas de Macula, pois não passavam de pessoas que não tiveram outra escolha na vida, senão ser tornarem em algum momento um larápio. Diferente deles, Macula foi treinado para o impossível. Mas mesmo com essa limitação, aqueles eram homens acima da média. Um exército podia ser formado alí.
Empurrando a porta, um homem com vestes imponentes e uma peruca branca cheia de cachos entra na taberna. Este era um emissário de José II.
-Não sabe que bonecas não podem entrar nessa taberna. Grunhe um homem gordo e barbudo, que possuia várias medalhas presas em um cordão pendendo do pescoço.
-Meu bom homem sabe quem sou... Faz-se silêncio enquanto o grande homem se levanta de sua cadeira.
-Bom homem? Eu não sou bom homem... Vê essas medalhas, todas elas pertenceram a diversos generais e soldados de muitos nobres e imperadores... são os meus troféus, minhas vítimas, meus mortos... E continuou:
-Seu lugar não é aqui! Suma daqui sua boneca!
Aquele homem amedrontava o emissário, mas ele sabia que podia contar com a ajuda dos guardas do imperador.
-Escute... Há uma comitiva de soldados cercando a taberna, todos armados com espadas, mosquetes e pistolas, então é melhor se sentar e ouvir a mensagem que trago.
-Uma comitiva!
 Diz o homem gordo com tom sarcástico. E continuou:
-Ninguém em sã consciência entra aqui e diz isso... Ninguém cercaria esse lugar, todos sabem que aqui se encontram os predadoresda Europa!
Nesse momento uma saraivada de chumbo cruza o recinto, acertando vários larápios e estourando garrafas. O grande homem se abaixa e olha para o emissário com um olhar admirado.
-Vai logo... Fala o que você deseja! Estamos todos a ouvir!
-Muito bem... Meu senhor, José II, imperador da Romênia, deseja contratar os serviços de vossas senhorias. Vocês se dizem os predadores da Europa, meu senhor deseja emprega-los e espera que demonstrem porque são chamados assim. Todos serão bem pagos e receberão um título e passe livre pelas terras Romenas no final do trabalho.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE VI


Ainda na estalagem, José II conversa com seu guarda, antes que seu irmão retorne ao recinto.
-Escute, vá lá fora e dê o sinal para os homens atacarem o assassino na estrada, ele sabe muito, e é um mercenário, se contratado pela pessoa certa pode me matar.
-Sim senhor, vossa majestade!
O sinal eram fogos de artifício, que liberavam uma luz vermelha, mas sem o estouro característico. Eles se encontravam escondidos no fundo da estalagem. O jovem soldado, logo acende e uma rajada rubra e brilhante cruza o firmamento escuro, chegando mais alto que os pinheiro, o suficiente para o destacamento que estava a algumas milhas dalí vissem o sinal. O cavaleiro se aproximava em grande velocidade, e como estava de costas para a estalagem, não pode ver o sinal no céu. Logo a frente uma emboscada era formada, homens corriam entre as sombras, deitavam no chão e preparavam seus mosquetes, para uma saraivada de chumbo, numa formação cruzada, deflagrando as armas pelos flancos do cavaleiro.
No escuro a figura se aproximava, o trotar do cavalo era ouvido, chegando veloz, o solo tremia com a aproximação. De trás de um pinheiro um homem com um abastado bigode, vestindo uma casaca militar, mantinha seu sabre levantado, todos os mosquetes cupiriam seus projéteis, quando ele ordenasse. A noite estava quieta, nenhum som de animal era ouvido, somente uns relâmpagos seguidos de trovões longinquos se atreviam a quebrar o tumular silêncio.
O som dos disparos poderiam ser ouvidos da estalagem, após a queda do assassino, estava combinado que um raio rubro e brilhante também iria cruzar o céu. José se mantinha de pé na janela, observando o horizonte, a espera do sinal.
No caminho o som do trote do cavalo começava a perder intensidade, até desaparecer, como se o cavalo havia parado. Do meio das árvores, um grito, e um soldado desaba ao chão. Estava com a garganta decepada.
O homem com o sabre, já não mais o mantia erguido, mas sim agora empunhava uma pistola, e gesticulava com as mãos, mostrando uma estratégia de abordagem ao adentrarem entre os pinheiros. Mas logo, no meio deles, surge Mácula, saltando do alto de uma árvore. Ele empunhava uma corrente fina, mas de metal resistente, forjada com lâminas entre os grilhões, na ponta havia uma pequena massa esférica.
E Mácula logo gira a corrente, prendendo-na nos pescoços de dois soldados, e com um puxão rápido, a corrente correu pelos pescoços, com se cada um fosse uma polia de navio, cortes profundos se abriram e muito sangue jorrou com intensidade, esses dois não tiveram nem chance de gritar, dessa forma não alertaram o destacamento. Com uma corrida e um bater de pé no tronco de uma ávore, ele joga a corrente, que se enrola em um galho forte, o suficiente para ele saltar de uma árvore a outra. Diferente de seus inimigos, Macula conseguia ver no escura, além de ter uma mira incrível, e se utilizando de seu dom do equilíbrio, ele conseguia ver a movimentação daqueles homens de forma bem devagar, ou seja, seus dons lhe davam uma vantagem arrasadora sobre os soldados de José II.
Do alto das árvores armadilhas eram preparadas, pequenas forcas dentadas, desciam quando um soldado passava, vários tiros eram disparados na escuridão das copas, mas sem acertar nada. Até que chegou um momento onde as balas acabaram, e depois um momento onde os homens acabaram. Todos caíram, com gargantas decepadas, sem saberem como era a face do assassino que levou suas vidas. Naquela noite dez homens morreram de forma violenta, sem conseguirem se defender.
José ouviu os disparos, mas não viu a rajada prometida cruzar o céu, mesmo assim ele colocou um sorriso no rosto, ele enrolou as pontas do bigode e tomou um cálice de licor.
-Que esse bastardo conheça o tridente do demônio. Disse José, dando uma gargalhada.
Mas voltando a janela, sobre a luz da lua que se encontrava meio escondida, uma figura montada em um cavalo se colocava de pé na frente da janela do quarto do imperador, ele segurava um rojão, aquele que seria utilizado como sinal de vitória. Logo ele o acende e mira na direção do imperador de pé na janela. O mesmo vê a sombria figura e se assusta, ficando imóvel de medo. O rojão acerta a janela, despedaçando-a, saraivando José II com cacos de vidro.
-Majestade, majestade... O senhor está bem! Gritava o soldado que havia permanecido na estalagem.
José se levanta tonto, cego por causa do clarão e com vários cortes no peito e rosto, somente cortes superficiais. Não eram o suficiente para causar morte, mas os suficiente para ferir o orgulho do déspota.
-Eu o quero morto! Exclamava o imperador.
Mas ninguém tinha coragem de ir caça-lo, ele era considerado por muitos um dos cavaleiros do apocalípse, e estava fazendo juz a seu apelido. Parecia ser imortal, a noite devia ser uma extenção de seu corpo, sua lâmina correspondia a luz da lua penetrando por entre as núvens e sua voz o pranto de todas as criaturas noturnas. Esta alegoria em torno de sua figura ficou mais forte na Europa, quando dentro dos círculos de poder se descobriu o verdadeiro nome daquele assassino, Vladslau Draculius III, proveniente direto da linhagem de Draculius, vulgarmente conhecido como Dracula, que era seu avô, um conde e também assassino, mercenário a serviço de vários reinos.

domingo, 3 de abril de 2011

ALEXANDRIA - Capítulo I - Parte V

NOVAMENTE O PRESENTE
O som do trotar do cavalo naquela estrada deserta, criava uma espécie de música macábra, juntamente com a lua um pouco encoberta com nuvens plumbeas, trazia uma visão soturna e melancólica. O cavaleiro, coberto com um manto negro e encapuzado, fazia com que a mais profunda escuridão parecesse algo pouco amedrontador, se comparado com sua presença, pois nada podia dete-lo, ele era o senhor da noite. Quando cruzava os vilarejos, as pessoas acreditavam ter visto um dos quato cavaleiros apocalípticos, aquele que trazia a morte ao meio dos homens.
Mas na realidade a figura sombria não passava de um humano, com interesses humanos e vontades humanas. Um homem que teve uma infância perturbadora, não conheceu o afeto de um pai e nem o afeto de uma mãe, que morreu em seu parto. Foi treinado para ser forte, um grande assassino e fazer parte da lenda de seus antepassados.
Ele se encontrava nas estradas sombrias da Romênia, voltava a toda velocidade de Paris, fazia alguns dias que estava no lombo do cavalo, durmindo mal e tão pouco se alimentando bem. Estava voltando de seu trabalho, mais um bem sucedido trabalho e agora devia prestar contas a seu empregador.
Chegando naquele pequeno vilarejo, com o cavalo bufando de caçado, a figura sombria salta da montaria e a conduz pelo arreio até um poste, onde a amarra com cuidado. Ele agrada o cavalo, passando sua mão pelo pescoço do animal, afinal aquele tinha sido seu companheiro por muito tempo, um amigo que o seguiu sem objeções por grande parte da Europa.
Logo a frente se via uma estalagem e lá se encontrava o seu empregador, em um dos quartos, o esperando impaciente. Ele entra na estalagem, e logo o estalangeiro vem em sua direção entregando uma chave e dizendo:
-Estão te esperando a dois dias... Você foi mais rápido que o previsto, eles acreditavam que chegaria no mínimo em uma semana... O bom que pagaram adiantado!... Primeiro quarto a esquerda.
Andando pelo corredor ele observa o lugar, e nota que a estalagem não está em boas condições, goteiras e assoalho que range, coisas que um assassino odeia, pois são fatores que denuncia sua presença. Chegando no fim do corredor, a esquerda havia uma porta sem número, alí dentro se encontrava o seu empregador. Abrindo a porta ele depara com o homem bem vestido, sentado em uma mesa, comendo uma perdiz assada, possuia bigode e cabelos negros, a sua direita se encontrava um guarda armado com uma espada e a sua esquerda um homem com ar aristocrático. O homem que comia não era ninguém menos que José II, o déspota do Sacro Império Germânico, e o homem com ar aristocrático, seu irmão Leopoldo II.
-Parabéns assassino! Chegou antes do que imaginavamos, praticamente uma semana antes da data que haviamos combinado a um ano atrás. Eu tive que inventar uma história dizendo que iria vistoriar pessoalmente e secretamente, uma comitiva que trazia documentos importantes, agora vou voltar antes, melhor assim... 
Pelo menos chegarei de surpresa e terei a chance de criar um bode-espiatório alegando crime contra o império e matar algumas pessoas por pura diverçã... Vamos lá estou de bom humor! O que tens para mim? 
-Aqui está a prova de meu sucesso. E retirou de uma bolsa de couro vários medalhões com um escudo real.
-Pode conta-los, verá que toda a família foi exterminada... Alteza! Dizendo com um tom de desprezo.
-Muito bom, mas me parece que você não gosta do que faz... Despreza meu gosto pela morte rapaz? Sabe que sou o imperador e tenho o domínio sobre a vida de meus servos? 
O homem sombrio não responde e olha pela janela preocupado com seu cavalo, pois as núvens que cobriam a lua tinham se tornado carregadas e uma tormenta se aproximava. 
-Rapaz eu sou o imperador, minha vontade é a lei! É tanto lei, que mandei investigar você, parece que não tens um passado, mas pelo menos seu nome eu descobri Vladslau!
-Não me importo, isso é passado, morto e enterrado... Hoje as pessoas me chamam de Mácula! 
-Leopoldo pague o que resta e o acompanhe até a porta... Parece que Vladslau se preocupa mais com sua montaria, do que com sua vida.
O homem retira uma bolsa de veludo e entrega a Mácula, acompanhando-no até a saida da estalagem.
-Escute... Estou interessado em seus serviços, na realidade creio que todo o império, menos José o esteja nesse momento... Muitas famílias nobres morreram nesses ultimos anos, mas agora, com a morte dessa família, não restou mais ninguém que tem coragem de se opor a ele. Sei que está preso a um contrato, mas assim que o contrato acabar, olhe na bolsa que lhe dei, nela há um fundo falso... Lá você irá encontrar mais moedas de ouro, mais precisamente o dobro do que meu irmão está lhe pagando agora... 
-Entendo o que quer... É bem mais nobre matar um imperador do que um menino descalço... Não posso fazer agora, mas daqui algum tempo seu irmão irá cair e sua mão não estará com sangue, mas sim minha lâmina.
Mácula solta sua montaria, monta na sela e acarecia a cabeça do corsel negro, olha para o horizonte escuro, onde os primeiros relâmpagos apareciam. Agora era a hora do retorno, a hora de voltar para casa, um momento de apaziguar seu instinto e se preparar para mais uma missão. Ele estava de volta a sua terra natal, Vladslau retorna para a Transivânia.

sexta-feira, 11 de março de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE IV

Chegando em terra ele começa a andar pelo porto, carregando seu baú, ele mancava, pois além de cansado de tanto remar e trabalhar, muitos ossos de seu corpo estavam cicatrizados de forma errada. Já era noite, então ele vai em direção aos fundos de uma taberna e se senta em meio ao lixo, observando aos lados se não havia algum resto de comida e se algum perigo pudesse se aproximar. Então ele abre novamente o baú, para ver seu ouro e pedras e nota o livrinho. Abrindo o mesmo, logo na primeira página dizia:

Faça o que eu mandar, não questione, somente obedeça!
Pegue a adaga com a pena em seu cabo e fure seu dedo, segure-a no machucado, até que sua dor passe.
Depois disso seus dons já estarão vivos e prontos para uso”

Em outra parte o texto pedia para que uma gota de sangue fosse deixada cair na capa do livro:

“Os dons só serão entregues defenitivamente ao portador, após o mesmo oferecer vida ao juramento.
O portador deve fazer um pacto de sangue com o código, e respeita-lo cegamente, pois senão o fizer, o código cobrará todo sangue do protador em vez de uma única gota.
Em troca da fidelidade ao código, seus dons viverão.”

Ele achava isso tudo muito estranho, mas nestes sete anos a única coisa que aprendeu foi aceitar as ordens sem questionar. Então ele fez tudo o que o livro ordenava e percebeu que tudo estava diferente, não sentia mais dores e seus ossos quebrados tinham voltado para o lugar de forma correta. Todas as articulações de seu corpo estavam soltas, como se rompidas, mas sem dor, seus movimentos eram novamente livres, não mais travados por causa do esforço diário que fez nesses últimos sete longos anos. Percebeu que tinha adquirido um equilíbrio sobre-humano.

Também conseguia ver melhor, seus olhos estavam diferentes, era como se possuísse outros olhos dentro de seus olhos. Uma parte do olho conseguia focalizar, uma outra seguir objetos e uma outra trazer objetos para mais perto. Sua mira tinha se tornado algo terrível para um alvo.

E por último juntamente com os dois dons que adquiriu, ele percebeu um terceiro, mas esse era algo muito difícil de se explicar, só conseguia compreeder, pois estava vivendo ele naquele instante. Era algo tão incrível, como se ele conseguisse enchergar tudo movendo-se de forma bem lenta, lhe dando a possibilidade de tomar decisões antes que um evento acontecesse por total, era como se ele fosse muito rápido e tudo ao seu redor muito lento. Mas isso só ocorria quando ele utilizava os outros dois dons ao mesmo tempo.

O rapaz pega o baú, o livro, a adaga e caminha até a estalagem, procurando um quarto e comida decente, para um novo homem. Agora a frase dita anteriormente por seu pai: “E eis que a corça cai, para que o leão viva!” criou sentido em sua cabeça.

quinta-feira, 3 de março de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE III


O treinamento era duro, cavava covas, corria pela ilha carregando pedras e no fim do dia ainda era amarrado e espancado. Tudo sem reclamar, pois sabia que aquilo tudo lhe traria algo especial. Nas épocas frias, tinha que fazer o trabalho totalmente nu, seu pai dizia que era para ganhar resistência. As vezes ele caia e chorava, mas seu pai nunca demonstrou sentimentos por sua dor e cansaço, mandava levantar-se dando-lhe um chute.
Muitas vezes ossos se partiam, saim do lugar e nervos se estendiam demais, luxações e dor era algo do cotidiano. Até que quando atingiu os vinte e dois anos, após um dia de trabalho e de uma surra, seu pai lhe dirige a palavra e diz:
- E eis que a corça cai, para que o leão viva!
O rapaz não compreendeu inicialmente o que lhe fora dito, pois estava caído no chão imundo da cabana, engasgado com o próprio sangue. Então seu mestre repetiu a frase:
- E eis que a corça cai, para que o leão viva!
Retirando de dentro da blusa, uma pequena bolsa de coro pendendo de um cordão prateado.
- Aqui dentro dessa bolsa você irá encontrar um objeto, que foi passado de mestre para pupílo durante todas as gerações dos que aceitaram o código. Uma vez dito sim nunca mais podera voltar atrás.
- Não desejo nenhum presente, durante sete anos eu me matei aqui, quero o poder não um presente, isso é ação de um burguês!
- Seu idiota, não abra a boca para falar besteras, ou lhe surrarei novamente! E continuou.
- Eu também passei sete anos em sua companhia, e não ache que eu gostei, pois você não passa de uma escória, mas você é o melhor que eu consegui arrumar. Portanto abra esta bolsa e veja o que há dentro.
Ele joga a bolsa sobre seu pupilo e senta-se em frente a lareira, ficando a observar a madeira, que era trazida pelo mar, proveniente de embarcações que nalfragaram ou dos portos, queimando, com as chamas dançando de um lado para o outro.
-Olhe logo o que tem dentro da bolsa seu idiota, lhe adianto uma coisa, há um bote nas pedras, ainda hoje você deve retornar ao continente, mas antes cave bem na soleira da porta desta casa, o que você encontrar... leve.
O rapaz abre a bolsa, dentro havia uma pena e uma carta com instruções. A carta dizia para pegar a pena e coloca-la no cabo da adaga de seu mestre e lhe tomar a vida, pois ela agora era de direito seu. Depois pedia para pegar a pena e guarda-la novamente na bolsa, pois essa era seu maior tesouro, lhe daria todo o poder durante a vida enquanto tivesse junto de seu corpo e que devia ser passada para um pupílo dessa mesma forma.
Sem pestanejar o jovem a toma da bainha, a adaga possuia uma espécie de tampa em seu cabo, que era retirada com o girar de uma pedra vermelha, coloca a pena no cabo e desfere um golpe derradeiro no peito de seu pai. O suficiente para derruba-lo ao chão. Em seguida ele guarda a adaga na bainha e a coloca em sua cintura, desde então ele nunca mais iria se separar desta arma, nem mesmo reitirar a pena de seu interior. Indo em direção a soleira da porta, ele cava e a poucos centimetros encontra um baú recheado com pedras preciosas, moedas de ouro e um livrinho com título de código.
A carta ele coloca dentro da camisa ensanguentada de seu progenitor, e atira seu corpo na lareira. Com uma tocha improvisada ele ateia fogo na cabana.
Enquanto remava para o continente conseguia observar ao longe a luz da cabana queimando, e sentimentos de felicidade, liberdade e dever cumprido tomaram conta dele.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ALEXANDRIA - Capítulo I - Parte II

UM MOMENTO DE PASSADO

Este assassino não era um homem comum, ele fazia parte de um clã milenar, que era responsável pela extinção de diversas linhas sanguíneas reais. Um mercenário de alto nível, com habilidades especiais, contratado por pessoas ricas e importantes, uma arma perigosa que poderia ser comprado por qualquer um, desde que pagassem.

Talves a única fraquesa que ele tinha era a obediência e respeito ao juramento de seu clã: “Nunca trair um contrato”, ou seja, se ele fosse contratado por alguém, agiria conforme sua palavra, iria receber somente o que foi combinado e não tocaria em um fio de cabelo de seu empregador.

Outro fator pregado em seu código, era que enquanto ele vivesse nunca poderia existir um outro como ele, ou seja, ele era o rei de seu clã. Nenhum de seus subordinados poderia possuir seus conhecimentos até que ele desejasse passar.

Peculiarmente esse assassino não possuia discípulos, dentre toda a história de seu clã, todos os mercenários tinham algum pupílo, mas no caso dele não. Era solitário, pois sabia que era o melhor de todos, tinha conhecimento de que seus antepassados não eram capazes de fazer as suas proezas, portanto queria se tornar a lenda dentre os de seu clã.

Seu mestre havia sido o próprio pai, responsável por inúmeras chacinas na história. Seu progenitor o havia escolhido por causa de qualidades como sua ambição, demonstrada desde a tenra infância, quando brigava com as outras crianças para poder se apossar de todas as frutas que caiam de uma árvore, um instinto nato para o trabalho. Além de também ser furtivo e manipulador, conseguindo assim tudo o que desejava, desde uma simples fruta até a atenção irrestrita e íntima das filhas de muitos nobres.

Seu treinamento começou aos quinze anos, quando seu pai o levou para uma ilha rochosa, considerada um lugar para os esquecidos e leprosos. Ninguém parava por ali, nem mesmo os piratas, era deserta, pequena, somente pasto crescia lá. Havia uma cabana no seu centro, construída com madeira e pedras. O jovem se alimentava dos peixes que pescava, das aves marinhas que conseguia pegar e de seus ovos, seu pai não o ajudava em nada, e comia parte do que ele conseguia.

sábado, 29 de janeiro de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE I


E O CAÇADOR CHEGA A SUA PRESA
Era uma noite onde as vozes ecoavam pelas vielas de Paris, gritos de revolução e de comemoração se espalhavam pela região, viviasse o ano de 1789, o iluminismo era a filosofia dos homens. Dentre a comemoração e a bebedeira, aquela era uma excelente ocasião para um assassinato. A frase “Guerra é guerra!” era ouvida com frequência, e logo em seguida corpos apareciam, nobres e maltrapilhos caiam na sargeta, mas ninguém se interessava em diferencia-los, somente mais um corpo caído.
Aquele garoto, que corria descalço pelas escuras vielas, com roupas surradas, trombando com bêbados e trazendo nos olhos um medo constante, mas que na realidade parecia estar com ele já a algum tempo era um refugiado de uma nobre família européia. Ele vinha fugindo a meses, comendo o que conseguia roubar ou o que encontrava no lixo, falava uma língua diferente do francês, mas entendia bem a língua do país que estava.
Sobre o telhado das casas, que formavam um labirinto de vielas, uma figura sombria se movia com muita agilidade, seguindo o garoto que corria em desespero. O menino havia pensado que se fugisse para uma cidade grande, teria mais chance de se esconder ou de deixar para trás seu perseguidor. Mas isso havia se revelado uma péssima ideia.
O garoto vê um buraco em uma parede de tijolos, parecia grande o bastante para ele passar. Então ele se joga e atravessa o buraco, mas a parede estava condenada e muito instável, com o abalo do choque do garoto com o chão, a parede desaba, prendendo sua perna. Do alto do edifício, que na realidade não era muito alto, a figura sombria puxa para trás seu capuz e observa o garoto caido, nesse momento começa uma garoa fina com um relâmpejar tímido, mas o suficiente para o garoto observar o rosto de seu perseguidor.
- E eis que a corça prende seu pé! Diz a figura sombria.
E continuou.
- Te persegui por longas estradas, tive inumeras chances de acabar com sua vida, mas queria saber até onde você iria chegar, se era decidido a continuar a viver, se não iria pedir ajuda a ninguém. Enfim, queria saber se você se tornaria um homem, pois evito matar crianças, eu mato homens e como você virou um homem...
Com uma incrível agilidade o homem pulou de uma parede a outra e foi descendo em zigue-zague, escorando-se nas paredes. Até que parou em uma sacada e retirou uma pequena faca, prateada, sem cabo, somente uma lâmina. Ele a coloca entre os dedos médio e indicador, e com um movimento rápido de pulso e atira a faca.
O garoto tentava tirar seu pé que se encontrava em baixo de escombros, quando a lâmina atingiu seu pescoço. Um jorro fino e rápido de sangue se deu, tingindo uma parte da parede que havia permanecido em pé, com um risco vermelho. A morte foi instantanea e indolor, sem provocar desfigurações, deixando um pálido e jovem corpo caido entre escombros e garoa. Um modo nobre de se matar. Algo que caçadores fazem nas florestas.
A figura desce com um salto da sacada e pega do pescoço do garoto um medalhão preso por uma corrende dourada. O medalhão trazia em relevo o desenho do escudo de uma família nobre da Europa. Aquilo constatava seu exito no trabalho.
Orgulhoso de seu feito ele corre em direção a um muro bate o pé e ganha impulso para escalar a lateral de uma casa, logo ele estava sobre o teto do edifício e desaparece na escuridão da noite.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

GUERREIRO HIRCANIANO


Fotografia de um fragmento do PAPIRUS ALEXANDRINUS, imagem de um guerreiro Hircaniano, já bastante deteriorada como o tempo.

GUERREIRO HIRCANIANO


Fotografia de um fragmento do PAPIRUS ALEXANDRINUS, imagem de um guerreiro Hircaniano, já bastante deteriorada como o tempo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DEMÔNIO CAÇADO






Sequência de imagens do Demônio Caçado

GUERREIRO HIRCANIANO



Guerreiro Hircaniano, do vale engolido pelo rio que criou o Mar Cáspio.

CAÇADOR DE DEMÔNIOS



 
Sequência de imagens do Caçador de Demônios
Diversas utilizacoes de recursos gráficos, sendo a ultima imagem um gif animado, clic sobre a mesma para ver o efeito

CAÇADOR DE DEMÔNIOS

                                                                                                                                                                                                                        




Sequência de imagens do Caçador de Demônios
A ultima imagem possui efeito 3D, necessita de óculos com lentes coloridas, verde o direito e vermelho o esquerdo (pode ser feito com papel celofane)