quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Papirus Alenxandrinus - Capítuo II - Parte II

Grandes batalhas, na região ocidental da Europa tinham se desenrolado pouco antes do golpe que César acabou levando. Tribos de bárbaros, conhecidos como Gauleses, enfrentaram o exército romano e resistindo de forma heróica por alguns meses. Eles de alguma forma tinham desenvolvido alguma forma de defesa que os romanos não faziam idéia de como transpusê-la.

Norte da Gália, 52 a.C – Ultima região Gália ainda não dominada por Roma
De dentro das grossas paredes de madeira, aquele povo que se utilizavam os druidas para entender o passado, o presente, o futuro e a natureza, preparavam suas armas, grandes piques com pontas de prata, flechas e espadas do mesmo metal. De alguma forma aquele metal, que trazia em si a luz da Mãe Lua, era a única coisa que conseguia magoar de forma efetiva os guerreiros de Roma ¹.

Mas tudo era questão de tempo, eles estavam isolados e as estradas de sua grande fortaleza de madeira estavam interditadas por enormes patrulhas de legionários romanos. A comida e a água estavam ficando escassas, o povo fraco e a prata era praticamente findada por ali.

O medo daqueles homens aumentava a cada instante, principalmente quando a noite chegava, derrubando todo o seu manto negro. Toda noite, uma sentinela não voltava de sua posição no muro da grande fortaleza. Todas as noites, gritos eram ouvidos provenientes da escuridão, gritos em latim traziam notícias de gauleses capturados, gritos gauleses traziam pedidos de clemência, depois tudo se cessava, e um aterrador silêncio tomava conta da noite, um silêncio perfeito para em tempos de paz se pegar no sono, mas que em tempos como estes só traziam a loucura e a própria escuridão para o intimo das pessoas.

Jovens de toda a Gália eram trazidos para o norte e assassinados nas portas da fortaleza, afim dos guerreiros que lá dentro se encontravam, se rendessem por misericórdia com aqueles inocentes. Pilhas de corpos se encontravam nos muros, por todos os campos, uma cena escatológica, um aroma delicado para os abutres se elevava de todas as partes da região. A rendição se aproximava era iminente.

Até que em uma quarta-feira de céu muito azul, nenhum sinal de vida foi pronunciado de dentro da fortaleza. A mesma tinha se tornado agora um grande mausoléu, uma catacumba daqueles que não se renderam ao poder das legiões de Roma. Aqueles homens se ofereceram a Mãe Lua, não foram mortos sob a espada romana, morreram por escolha própria, por suas próprias lâminas. O sangue jorrou e não alimentou ninguém ², o sangue daqueles guerreiros somente lavou o solo de sua nação.


(1) Os Papirus Alexandrinus dizem que a prata provocava uma poderosa reação alérgica aos Incubus, levando-os a morte após o contato com o tecido interno do corpo. O exército romano tornou-se muito poderoso, pois elevou os soldados de simples homens a semi-Incubus, que é uma fase de transição entre o estado humano e o estado vampiresco. O Incubus Mor (aquele que utiliza o escravo como Sucubus), permite que o mesmo ingira um pouco da secreção produzida em sua coluna, o semi-Incubus só se torna um Incubus definitivamente se conseguir tomar a secreção produzida no miocárdio de seu Incubus Mor.

“O presente da Mãe Lua causa a morte a estas terríveis bestas cobertas pela couraça do Lácio. Talvez por que a prata reflita o que somos por dentro, reflita nossa alma, reflita nossa bondade... como estas bestas nasceram sem alma, acabam por sofrer mais do que qualquer outra criatura quando magoados com o presente da Mãe Lua.”


(2) Segundo os Papirus Alexandrinus, nenhum Incubus conseguiu se alimentar do sangue dos mais valorosos guerreiros gauleses. Isso gerou um grande mito por todo o império, pois
houve aqueles que conseguiram enfrentar as Legiões sem morrer pela a espada da mesma. Focos de revolta começaram a serem freqüentes no império. Pessoas inspiradas pelos Gloriosos da Gália lutavam pela sua libertação, usando todas as historias contadas sobre os mesmos como táticas de guerra.

“As terras banhadas pelo sangue destes valorosos guerreiros gauleses tornaram-se imortais, e trouxeram uma grande maldição para Roma.”