sábado, 30 de novembro de 2013

ALEXANDRIA - CAPÍTULO V - PARTE II

O ódio permeava o coração do Fantasma, ele corria pelas ruas da cidade lusa, mas ninguém o notava, pois ele fazia jus a sua alcunha, era um fantasma, invisível e intangível que ultrapassa as paredes sem deixar vestígio, ele entrava de casa em casa e tentava encontrar algum sinal de organização frente a alguma conspiração a favor da invasão napoleônica.

Ele corria pelas casas, mas não descobria nada e com isso seu ódio continuava a crescer, o Fantasma não tinha mais escrúpulos por sua vingança, ele iria usar seu dom ao máximo até conseguir o que tanto almeja. Conforme ele se movia pelas casas ele percebeu que algumas crianças conseguiam vê-lo, essas crianças apontavam para ele ou saiam correndo chamando pelos pais. Esse fato começou a fazer o Fantasma parar um pouco a sua perseguição por pistas e a pensar o que estava acontecendo.

Ele começou então a interagir com todas as crianças que passava perto e ele descobriu depois de algumas horas que os pequenos com menos de 10 ano conseguiam vê-lo. O Fantasma se intrigava e por horas esqueceu de seu objetivo, tanto que ao interagir com as crianças começou a intrete-las e assim seu ódio foi diminuindo. 

As crianças começavam a se divertir com o Fantasma, e os pais somente viam os pequenos rindo para o nada. Até que ao entrar em uma casa e começar a intreter um menino, ele ouve um homem falar sobre Napoleão e que ele iria usar uma determinada rota para invadir a cidade lusitana. Nesse instante o ódio crescente retorna com força ao Fantasma.

Ele espera o homem que era o pai da criança, sair da sala onde conversava com um visitante e então o segue. O Fantasma não percebe, mas a criança o seguia, e enquanto o homem urinava em uma fossa ele o ataca, arremessando-o em uma parede e colocando a faca no pescoço do mesmo ele fala:
- Você deve estar confuso, pois não está vendo seu agressor.
- O que está acontecendo?
- Conte-me sobre a rota de Napoleão!
- Onde você está?
Nesse momento o Fantasma sente uma fisgada, como a de um corte e então vê o menino com uma faca na mão, cravando-a em sua perna.
- Larga meu pai. 
- O que está acontecendo filho? Você vê quem me segura?
Então o Fantasma solta o homem e desaparece do local, deixando pai e filho vivos, ele sabia agora que tinha uma deficiência, que por algum motivo uma simples criança era capaz de vê-lo e mesmo de feri-lo. Seu ódio podia se tornar um grande inimigo.