segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

ALEXANDRIA - CAPÍTULO V - PARTE III

Macula e Bastian andavam pelo corredor escuro até chegar na porta onde se encontrava a passagem secreta para o mundo que não sabia da presença da Ordem dos Ladrões, os passos das duas figuras ecoavam pelas paredes dando a impressão que alguém à frente deles vinha de encontro, porém nunca se via alguém surgir logo a frente.

Aqueles corredores eram muito antigos e pareciam guardar histórias acumuladas de tempos remotos, onde fatos intrigantes, reconhecidos pela história, foram contados e vividos na verdadeira realidade de seu fluxo. Grandes coisas foram ditas, escondidas e planejadas naquele lugar, pessoas ilustre e desconhecidos por ali passaram e levaram um rumo novo o Velho Mundo.

Bastian contava a Macula diversos fatos que foram deturpados para esconder a verdade e servirem de engodo ao povo como um todo, e sempre a Torre dos Dez estava envolvida, interferindo no rumo da história e criando falsas lendas para conseguir fazer com que todos idolatrassem pessoas que eram na realidade fantasmas.

Macula andava e escutava os fatos em silêncio, analisando a voz de Bastian, que o tempo todo se mantinha firme e coerente. Lá no fundo o assassino começava a se espantar com o anfitrião dos ladrões, pois tudo o que ele dizia parecia ser real, porém pelo fato dele ser um ladrão de estirpe alta, Macula começava a acreditar que ele tinha algo de diferente, um poder de persuasão muito grande, que se mostrava fora dos níveis de um homem qualquer. Seria aquele um poder poder, assim como o Fantasma e ele tinham? era a pergunta que começava a ecoar na cabeça do assassino, pois até um tempo atrás, até conhecer o Fantasma, ele se achava único. Mesmo notando os critério de veracidade na voz de Bastian e nenhuma mudança de batimentos cardíacos ou mesmo de temperatura do corpo do ladrão, tão significante que fizesse um momento ecoar como uma mentira.

O ladrão contava suas histórias com tanta desenvoltura e detalhes que tudo parecia ter acontecido do modo como contava. Alguns faltos eram muito simplórios e não fazia sentido haver alguma mudança no decorrido, pois apenas o tornavam supérfluos, levando a história de revoluções da Europa até aquele instante serem completamente triviais e pouco fantásticas como eram contadas. A paixão pela história da Ordem dos Ladrões era óbvio em seu discurso, tanto que havia um pouco de idolatria chegando ao nível da mesma ser quase uma religião para esse homem.

- Escute Macula, tudo o que a Ordem dos Ladrões nos conta é a realidade nua e crua, não existem fatos que não foram modificados na história, todos somos vítimas do poder dessas pessoas que dominam o Velho Mundo.

Macula respondia sempre "Se assim o dizes!", pois já estava começando a ficar entediado e um pouco desconfiado do caráter idolátrico do homem a sua ordem. Na cabeça do assassino começava a passar a pergunta:
Seria esse um fanático ou uma pessoa que teve a mente moldada para gerar tantas conspirações?