sábado, 29 de janeiro de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE I


E O CAÇADOR CHEGA A SUA PRESA
Era uma noite onde as vozes ecoavam pelas vielas de Paris, gritos de revolução e de comemoração se espalhavam pela região, viviasse o ano de 1789, o iluminismo era a filosofia dos homens. Dentre a comemoração e a bebedeira, aquela era uma excelente ocasião para um assassinato. A frase “Guerra é guerra!” era ouvida com frequência, e logo em seguida corpos apareciam, nobres e maltrapilhos caiam na sargeta, mas ninguém se interessava em diferencia-los, somente mais um corpo caído.
Aquele garoto, que corria descalço pelas escuras vielas, com roupas surradas, trombando com bêbados e trazendo nos olhos um medo constante, mas que na realidade parecia estar com ele já a algum tempo era um refugiado de uma nobre família européia. Ele vinha fugindo a meses, comendo o que conseguia roubar ou o que encontrava no lixo, falava uma língua diferente do francês, mas entendia bem a língua do país que estava.
Sobre o telhado das casas, que formavam um labirinto de vielas, uma figura sombria se movia com muita agilidade, seguindo o garoto que corria em desespero. O menino havia pensado que se fugisse para uma cidade grande, teria mais chance de se esconder ou de deixar para trás seu perseguidor. Mas isso havia se revelado uma péssima ideia.
O garoto vê um buraco em uma parede de tijolos, parecia grande o bastante para ele passar. Então ele se joga e atravessa o buraco, mas a parede estava condenada e muito instável, com o abalo do choque do garoto com o chão, a parede desaba, prendendo sua perna. Do alto do edifício, que na realidade não era muito alto, a figura sombria puxa para trás seu capuz e observa o garoto caido, nesse momento começa uma garoa fina com um relâmpejar tímido, mas o suficiente para o garoto observar o rosto de seu perseguidor.
- E eis que a corça prende seu pé! Diz a figura sombria.
E continuou.
- Te persegui por longas estradas, tive inumeras chances de acabar com sua vida, mas queria saber até onde você iria chegar, se era decidido a continuar a viver, se não iria pedir ajuda a ninguém. Enfim, queria saber se você se tornaria um homem, pois evito matar crianças, eu mato homens e como você virou um homem...
Com uma incrível agilidade o homem pulou de uma parede a outra e foi descendo em zigue-zague, escorando-se nas paredes. Até que parou em uma sacada e retirou uma pequena faca, prateada, sem cabo, somente uma lâmina. Ele a coloca entre os dedos médio e indicador, e com um movimento rápido de pulso e atira a faca.
O garoto tentava tirar seu pé que se encontrava em baixo de escombros, quando a lâmina atingiu seu pescoço. Um jorro fino e rápido de sangue se deu, tingindo uma parte da parede que havia permanecido em pé, com um risco vermelho. A morte foi instantanea e indolor, sem provocar desfigurações, deixando um pálido e jovem corpo caido entre escombros e garoa. Um modo nobre de se matar. Algo que caçadores fazem nas florestas.
A figura desce com um salto da sacada e pega do pescoço do garoto um medalhão preso por uma corrende dourada. O medalhão trazia em relevo o desenho do escudo de uma família nobre da Europa. Aquilo constatava seu exito no trabalho.
Orgulhoso de seu feito ele corre em direção a um muro bate o pé e ganha impulso para escalar a lateral de uma casa, logo ele estava sobre o teto do edifício e desaparece na escuridão da noite.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

GUERREIRO HIRCANIANO


Fotografia de um fragmento do PAPIRUS ALEXANDRINUS, imagem de um guerreiro Hircaniano, já bastante deteriorada como o tempo.

GUERREIRO HIRCANIANO


Fotografia de um fragmento do PAPIRUS ALEXANDRINUS, imagem de um guerreiro Hircaniano, já bastante deteriorada como o tempo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DEMÔNIO CAÇADO






Sequência de imagens do Demônio Caçado

GUERREIRO HIRCANIANO



Guerreiro Hircaniano, do vale engolido pelo rio que criou o Mar Cáspio.

CAÇADOR DE DEMÔNIOS



 
Sequência de imagens do Caçador de Demônios
Diversas utilizacoes de recursos gráficos, sendo a ultima imagem um gif animado, clic sobre a mesma para ver o efeito

CAÇADOR DE DEMÔNIOS

                                                                                                                                                                                                                        




Sequência de imagens do Caçador de Demônios
A ultima imagem possui efeito 3D, necessita de óculos com lentes coloridas, verde o direito e vermelho o esquerdo (pode ser feito com papel celofane)

Papirus Alexandrinus - Capítulo VI - Parte V

Após parar de devanear, o grande guerreiro, recolhe suas grandiosas asas e se cobre com um manto. Ele começa a descer a colina, pois na encosta ele via um vilarejo, casas com chaminés soltando fumaça, era um momento de fim de tarde, provavelmente os humanos estavam preparando o jantar.

O poderoso guerreiro não era escravo desse tipo de alimentação, ele se alimentava de luz, mas queria compartilhar da presença dos humanos, entende-los e quem sabe viver entre eles, deixar suas asas descançarem, ter uma vida pacata, conseguir se encontar na árvore do alto da colina e observar o sol poente todos os dias. Desfrutar da glória de algo maior que ele, da possibilidade de ser frágil como um humano, pois isso lhe trazia a possibilidade de novas batalhas, não a monotonia da guerra, mas sim de superação de sua fragilidade. Aquele Aviano, austero, imbatível, a arma mais poderosa de todo o império, um Juíz do Norte, portador da Luz Setentrional¹, se encontrava maravilhado com a beleza de ser um humano.

Ele chega até o centro da vila, observa um lugar onde havia bastante movimento e cantoria, parecia com uma das festas de sua terra, ele logo se sente acolhido, e vai em direção daquela que era um taverna na realidade. A festa comemorava uma antiga vitória na região, onde um dos clãs mais antigos havia saído vitorioso.

A porta se abre e a figura encapuzada adentra no recinto, nunca ninguém o havia visto lá e havia rumores de pessoas muito estranhas andandopela região, algumas histórias levando a creer em criaturas míticas. A história da chacina no império chinês já havia percorrido grandes distâncias, todos estava receiosos com a presença de estranhos.
Ele então se senta em um canto isolado, mas que tinha uma visão privilegiada da algazarra. Por alguns minutos ele ficou a observar, por debaixo do capuz, toda a movimentação dos homens e mulheres. Ele estava feliz.



A felicidade o estava embreagando, como o álcool fazia com aqueles em sua frente. Ele não percebeu, mas um homem se aproximou pelas suas costas, e com uma faca, com cabo de chifre de bode, lhe espeta o flanco com muita força. O poderoso Aviano se levanta, deixando escapar um forte grito de agônia, tamanha dor ele nunca havia sentido, nunca tinha sido golpeado, nem mesmo a elite dos Incubus lhe fez frente.
Ele abre as asas, seu manto cai no chão, e uma chuva de facas, cadeiras e flechas cai sobre ele, castigando seu corpo. Todo machucado ele não tinha força para enfrentar os homens, nem mesmo conseguia esticar a mão até o medalhão e invocar a besta que foi a ruína de vários Incubus nas montanhas do Himalaia.

Um ruivo grande e barbudo vem em sua direção, empunhando um machado tenebroso, o machado de um carrasco. O homem eleva a arma e o desce com muita força, decepando as asas do Aviano, que agora estava sendo domindo com cordas, da mesma forma que se faz com um cavalo arredio. Ele se levanta, mas os homens, pucham com muita força as cordas, jogando-o ao chão novamente.

Grandes martelos se aproximavam, e logo seus joelhos foram esmigalhados. Indefeso, machucado e magoado ele se entrega. O pior de tudo para o Aviano, era saber que toda a sua batalha, para protejer os humanos das forças da sombra, havia sido em vão. Aqueles homens e mulheres, não eram Incubus nem mesmo Sucubus, mas o ódio nos olhos, as faces enrugadas e as palavras e o tom agressivo, os tornavam mais amedrontadores que as bestas.



Encurralado no canto, caido, com seu sangue prateado por toda parte, suas asas passadas de mão em mão como um troféu, as cusparadas e os chutes, só lhe deram a derradeira imagem. Seus olhos se acenderam, suas feridas brilharam. Uma devastadora explosão varreu aquele vale, que acabou sendo totalmente preechido pelas águas de um rio, formando um grande lago². A arma mais poderosa do Império, havia caído, por sua vontade de encontrar a felicidade no meio dos que ele tanto protegeu.

(1) A Luz Setentrional era a energia que o Aviano carregava por causa do sol, o excesso de energia ficava guardado em uma câmara no peito, muito parecida com a bolsa de sangue dos Incubus. Essa energia era absurdamente concentrada e podia devastar regiões inteiras, como um meteóro faria. Varias cratéras de meteóros no planeta foram causadas por Avianos que em batalha caíram e tiveram a câmara violada. Os Incubus tinham ciência do poder, e quando conseguiam se apoderar do corpo de um Aviano, cometiam ataque suicídas. Geralmente dos Avianos caídos, tinham seus corpos rapidamente coletados e levados para as cidades do Polo Sul, onde suas energias eram consumidas em artefatos.

"Aquele som... aquela luz... aquela onda de impacto... nunca mais se terá algo de tamanha magnitude na terra... da terra... não do firmamento"


(2) Aquele lago monumental, criado em prazo de segundos, se encontra no território da Rússia, do Azerbaijão, Turcomenistão, Cazaquistão, Irã, ocupando assim parte da Europa do Leste, Ásia Central e Estépes. Ficou conhecido por milhares de anos como Oceano Hircaniano e depois de Mar Cáspio.

"Aquela água toda... desviada de seu curso... pela força descomunal de uma única criatura... morta pela força descomunal da besta humana..."

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Papirus Alexandrinus - Capítulo VI - Parte IV

Planando sobre os vales, onde um grande arrozal estava crescendo, o aviano observa o movimento das pessoas, cuidando daquilo que é a fonte de alimento e força para elas. Ele reflete como todos os seres são presos a uma determinada forma de nutrição. Os Incubus escravos do sangue, os animais irracionais e os homens de plantas e carne e os Avianos da luz solar.

Ele estava cansado de caçar os perversos Incubus, que em tudo que tocavam transformavam em sombras, destruição e morte. Então ele pousa sobre uma colina, fecha as imponentes asas e observa o sol poente. Pela primeira vez em sua existência, ele não observa o sol como o provedor de suas forças, mas sim como um bem da natureza, que pertencia a todas as formas justas de vida.

Ele começa a devaneiar, lembrando das altas e douradas torres de sua terra natal, que ficava no gélido norte¹, lembrava da extenção do grande império e das guerras que havia participado. Não se orgulhava do fato de riscar do mapa grandes aglomerações de Incubus, mas sim no ato de garantir a muitos homens o privilégio de continuarem a viver.

Esse guerreiro calejado, não mais queria pelejar, gostaria de ficar naquele lugar, imóvel, recebendo a luz do sol na face e sonhando com o tempo em que o mal fosse expurgado dos domínios do império. Quantos Avianos não teriam sido polpados se aquela maldita doença não tivesse aparecido nos tempos remotos².

Se a doença não tivesse surgido, não haveria necessidade dos Avianos pegarem os doentes e leva-los para aquela ilha prisão. O Império Sombrio jamais teria sido criado e seus seguidores não teriam invadido a terra pura, e com isso a ilha prisão não teria sido afundada pelos Artefatos do Julgamento Celestiano³.

(1) Aqueles que eram denominados Avianos, eram os que moravam próximo ao Polo Norte, nos paredões gelados da Sibéria, na atual Rússia, chegando até a Groelândia, Alasca e o próprio Polo Norte. As cidades onde viviam eram construídas em regiões altas, geralmente acima das núvens, pois conseguiam assim uma grande carga de luz solar, sendo que em algumas regiões dessas, o período com sol, as vezes era maior que o de escuro. O império possuia as Grandes Cidades Meridionais, que se encontravam no Polo Sul, muito parecidas com as do norte, mas bem mais afastadas do litoral. Essas cidades eram também conhecidas como Cidades Celestes, pois eram as mais altas de todas, os que ali moravam eram chamados de Celestianos e representavam a nobreza. Das cidades do norte vinham os guerreiros e os artefatos, como a extenção do império era maior pelo norte, a abrangência global desses era maior. Com isso essa porção era mais povoada e que cedia mais Avianos contra os Incubus. A parte Meridional, possuia a grande parcela da Elite de Juízes, que geralmente não eram levados para a guerra, pois contavam como um trunfo. Os Juízes Menores, do norte, eram os que entravam geralmente nas batalhas.

"Era muito cansativo derrubar um exército de sanguessugas... Mas tudo era compensado quando o sangue de um inocente não corria pelo chão, mas sim por suas veias..."


(2) A doença referida, na realidade é uma grande ironia da vida na terra, pois das luzes solares, de onde tiravam as forças para continuarem a viver e construir o grande império, foi a responsável pela tragédia e nascimento dos Incubus. Os Incubus, não passavam de Avianos primitivos, que por causa do efeito da radiação Ultra-Violeta, existente na luz do sol, sofreram uma mutação genética, desenvolvendo genes específicos que diferenciaram as duas espécies.


"Era trágico... Na linha de sangue, houve um, que só se enteressava pelo sangue propriamente dito..."


(3) Quando se percebeu que a doença era algo que não tinha cura e que podia ser transmitida via contato de fluidos corpóreos, todos os que demonstravam-na, foram exilados em uma ilha prisão conhecida como Atlântida, que era cercada por  montanhas. Essa ilha era de origem vulcânica, fazia parte da Dorsal Meso Atlântica (cordileira submersa, ainda existente no oceano Atlântico), e sobre as montanhas que a cercavam, vários postos de obsevação foram criados, com a finalidade de afundar qualquer comboio que deixasse a ilha. Mas um dos postos foi atacado de forma brutal e veloz, sem deixar sobreviventes, não permitindo o contato entre os postos, que sem tomarem noção do acontecido foram pegos de surpresa e também sucumbiram. Quando os Avianos tomaram ciência do ocorrido já era tarde, muitos Incubus haviam deixado a ilha e aportado com naus no litoral da América do Sul, Árica e Europa. A surpresa foi tão grande, que um destacamento de avianos foi levado para dentro da ilha, descobrindo um grande e complexo império. Com o auxílio de Artefatos especiais, muito antigos, se criou um maremoto de magnitude apocalíptica para afundar e destruir todo o império e a grande maioria de Incubus que ainda habitavam a ilha.

"Aquele foi um momento triste... uma ilha que tinha potencial... agora no fundo do mar..."