quinta-feira, 26 de maio de 2011

ALEXANDRIA - CAPÍTULO I - PARTE VIII


Com um sorrizo medonho, um homem, que aparentava ser de descendência celta diz:
-Aposto que seu senhor deseja a cabeça do demônio numa bandeja de prata!
-Não é a cabeça do demônio, mas a cabeça de uma figura que parece não sofrer com o medo de ir para o inferno. No leste da Europa há um mito, que diz que ele é o senhor dos cavaleiros do apocalípse... Eu sinceramente não creio.
- Seu mestre deve ter feito algo muito ruim para alguém e foi burro o bastante para não contratar a besta antes do inimígo... Todos conhecemos as lendas sobre ele. Sabemos que ele respeita um código.
Diz o homem gordo, agora se sentando com um ar de vislumbramento de problemas.
-Sim respeita um código, e até onde eu sei essa é sua única fraqueza. Há algum tempo, meu mestre quase o matou por causa disso. Por respeitar o código ele não podia tocar em um único fio do cabelo de seu empregador. Quando ele fecha um contrato, ele respeita o tempo combinado de serviço. Ao ser muito eficiente, ele chegou com adiantamento de uma semana, trazendo o sinal de trabalho finalizado. Como meu mestre tinha medo de alguém o contratar para mata-lo, ele preparou uma emboscada para o mercenário... Mas ele escapou e atacou o imperador, mostrando assim que o tempo de serviço tinha terminado.
Todos olhavam para os lados, esperando alguém tomar a iniciativa, até que o celta falou:
-Isso que nos pede é suicídio, não sabe que ele é imortal! Meu avô contava histórias sobre ele, que os avôs de meus avôs contaram antes.
-Bom para mim tanto faz... Aquele que não aceitar o trabalho será fuzilado!
Naquele momento todos se levantaram e assinaram uma carta, dizendo que iriam prestar serviços ao imperdor da Romênia. Dessa forma José II conseguiu um grupo de vinte e três mercenários de alto nível.
-Muito bem cavalheiros... Estendam as mãos, para que possamos colocar os grilhões...
-Grilhões? Você não falou nada disso!
-Você realmente acha que eu acreditaria nas palavras de um mercenário, achou que ficaria livre para poder me trair, ou que o meu senhor iria ficar esperando vocês aparecerem a serviço só porque assinastes um papel... Não seja tolo!
-Não acredita na palavra de um homem? Seu porco de peruca!
-Sim acredito nas palavras de homens, mas é que você não é um homem, não passa de um servo de meu senhor. Ele diz isso trancando o cadeado dos grilhões, que se estendem por uma longa corrente com diversos punhos presos.