sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

ALEXANDRIA - CAPÍTULO III - PARTE VI

Naquela grande oficina, que era o berço onde a máquina do Diabo descansava, o menino trazido daquela longinqua vila, chorava amedrontado frente ao general francês, que se esforçava para falar um linguajar slavo cheio de sotaques franceses. Era até engraçado ouvi-lo, os operários que se encontravam trabalhando e reparando as pequenas avarias que o Juggernault havia sofrido, devido a grande jornada realizada, escondiam o rosto com medo de serem punidos por causa das risadas.
O menino tremia, e era óbvio que desejava encontrar com seus familiares, ele não compreendia o que estava acontecendo, era tudo muito estranho e novo.

Logo aparece um outro homem, na frente do menino, ele era calvo, magro, usava óculos de lentes muito grossas, que faziam reflexos coloridos aparecerem em seu rosto conforme a luz passava pelo vidro dos mesmos. Esse homem era um especialista em vernáculos, na realidade, não era um simples especialista em línguas, mas sim, um privilegiado como o menino. As habilidades do pequeno ainda não haviam dispontado, pois o mesmo era muito novo, mas esse homem o ajudaria, pois também passou pelo mesmo problema que o pequenino estava passando agora. Esse homem também tinha uma habilidade especial, e essa habilidade se resumia em uma compreensão sem igual em comunicação. Ele era capaz de em pouco tempo assimilar linguagens, desde que ficasse em contato com alguém que dominasse determinado idioma. Era uma espécie de leitura de mente, mas que gerava informação para ele, e informação, que quando nova, se tornava em ferramenta.

Enquanto criança, ele foi levado pelo exército francês e treinado para desenvolver sua habilidade. Todos de sua pequena vila na Polônia sabiam que ele era diferente das outras crianças, e por isso não deixavam que interagisse com as mesmas, talvez por simples medo do desconhecido, pois como não conseguiam compreender e explicar o por que daquela criança ter tamanha capacidade de compreensão e comunicação com os estrangeiros que passavam pela vila. Os homens simplórios daquela região, acreditavam que ele podia ser um filho dos espiritos da floresta que cercava a vila. Quando o exército francês chegou, realmente com finalidade de levar a criança, pois tinham antigos documentos que profetizavam a vinda de uma arma humana naquela região, não encontraram menor resistência por parte das pessoas que conviviam como garoto.

Diferente do homem calvo, esse menino slavo, tinha recebido amor quando morava no interior da Ucrânia, as pessoas que o cercavam não o consideravam uma aberração, ele não havia demosntrado suas habilidades ainda, porém os antigos sabiam que ele era especial.
- Garoto qual seu nome? Pergunta o homem calvo.
O menino soluça, com um choro engasgado.
- Garoto! qual seu nome? Pergunta mais uma vez, porém com mais veemencia.
- Meu nome é Mikháilo Haneiko.
- De hoje para frente você só se chama Mikháilo, acostume-se, nós não temos direito a sobrenome!
O menino não entendia muito bem o que estava ocorrendo.
- Não precisa ter medo de mim, eu serei seu tutor, vou ensinar tudo o que você precisa saber para se tornar um dos homens mais poderosos da história.

O general acompanhava a conversa, mas não compreendia nada do que se falava.
- Vernaculista, leve-o até o Imperador, em breve irei entregar meu relatório, mas por agora, leve-o até o Imperador, e diga que não me apresentarei imediatamente, pois tenho medo de contamina-lo com alguma doença da região. O garoto faz mais de um mês que não se banha, portanto está seguro, eu por outro lado tive que entrar em um rio para ajudar a desencalhar o Juggernault!
Como era de costume, o Imperador só recebia uma pessoa, se esse tivesse ao menos três semanas sem tomar banho. Eles acreditavam que a sugeira que se acumulava na pele evitava, que as pestes da pele, fossem transmitidas pelo ar.
 
- Como quiser general! Respondeu o Vernaculista.
Mikháilo seguia o homem, e em sua cabeça só passava uma lembrança. Antes de ser entregue aos frenceses, um dos anciãos da vila lhe pediu uma coisa. Se ele amasse sua irmã gêmea, ele nunca devia contar que ela existia.
Como diziam que sua irmã era mais nova e doente, tinha problemas para respirar, os velhos da vila lhe pediram para começar a agir como um homem e não mais como criança, ou seja, Mikháilo já era um adulto aos olhos das pessoas de sua vila.       

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ALEXANDRIA - CAPÍTULO III - PARTE V

Na partida a grande máquina do diabo, o Juggernault francês, saiu de Versailles de forma bastante discreta e também retornou a seu berço de forma bastante discreta, descendo rápido pelos rios centrais da Europa, o Rio Dniepre, andando em terra um pouco mais e percorrendo o Danubio, chegando na França, intácto e discretamente.

- Menino você terá a honra de conhecer o imperador da França, portanto demonstre respeito quando ele pedir para te ver.
O general falava em um dialeto eslavo, que o menino conseguia compreender, já que o francês era totalmente incompreensível para o pequeno.

- Chegando em Versailles vou te levar direto ao imperador, já que você não toma banho por semanas, o imperador estará livre de doenças vindas de você!
Havia uma crença entre os francêses que a sujeira que se acumulava sobre a pele de quem iria ter uma aldiência com o imperador, evitava que doenças provenientes do plebeu infectassem o grande imperador.

Ao longe já podia ser visualizado o palácio de Versailles, residência real francesa, porém o Juggernault não iria entrar pelos portão frontal, mas sim por uma entrada secreta, perto da entrada da cidade. Uma pequena casa escondia a porta de um túnel profundo, duas canaletas onde as rodas do Juggernault se encaixavam e corriam túnel adentro, quando as rodas se encaixavam, uma plataforma erguia os cavalos e tiravam os mesmos do contato com o chão. 

Com o acionar de uma corrente ligada ao eixo da máquina do diabo, um sino tocava na outra extremidade do túnel, então uma grande manivela, rodada por cavalos, começava a puxar essa corrente e com isso o Juggernault. Esses túneis tinham em torno de quatro metros de altura por mais quatro de largura, e vários arcos de pedra e madeira mantinha toda a estrutura armada. 

Ao longo do túnel várias lanternas eram acesas, com o atritar de uma parte de metal do Juggernault com uma outra canaleta a meia altura, que possuia um óleo inflamável, proveniente de uma espécie de resina.

A máquina corria rápido naquela espécie de trilho e chegava com facilidade em uma espécie de ancoradouro na parte inferior do palácio, onde se encontrava um grande número de operários trabalhando no construir de muitas maravilhas bélicas desenhadas por Leonardo da Vinci.

Estendendo a mão, que saia de um pomposo colete azul aveludado, com as flores-de-lis amarelas bordadas pelo comprimento do mesmo, com punhos e gola em babado branco, o general diz:
- Pequenino, não tenha medo, pode sair da carruagem... Venha ver sua nova casa, o local onde você iniciará o domínio do mundo em nome do nosso imperador!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

ALEXANDRIA - CAPÍTULO III - PARTE IV

A grande máquina cruzava o interior da Europa rumo à França, ninguém entrava no seu caminho, porém para tentar barrar sua passagem algumas pontes foram demolidas. As pessoas se encontravam em um estado de nervoso e medo, contrastando com suas ações impetuosas. Bandos se formavam nas vilas e adentravam territórios que não os pertenciam, destruindo pontes e estradas por onde o combôio do diabo podia passar.

Alguns defrontamentos se deram, bandos vindo de outras vilas entravam em confronto com donos de terras, com a finalidade de uns destruírem passagens e outros defender passagens. Muito sangue inocente e desinformado lavou o chão daqueles locais da Europa.

O Juggernault para não perder tempo cruzava a Europa pelos rios, evitando defrontamentos e problemas geográficos. Tudo se encaminhava para uma chegada rápida em Versailles, onde se encontrava o palácio da família real francesa. Nos porões desse palácio ficava a oficina onde a maquina do diabo adormecia.

A escolha de caminhos por onde não teria defrontamentos com bandos armados, não se dava pelo fato de quererem não matar mais pessoas, ou saber que não teriam mais o fator surpreza, mas sim pelo fato que o Juggernault, mesmo com um poderoso sistema de armas e defesa poderoso, ele podia ser abatido, uma vez que o ímpeto das pessoas cresciam pelo fato de começarem a acreditar em beçãos que os deixariam imunes à morte. Portanto o engodo da falta de medo em morrer dos aldeões os tornavam perigosos, a ponto de chegarem perto das carapaças de metal do Juggernault e as romperem.

Se o Juggernault falhasse em carregar tão precioso tesouro, logo, os que descobrissem a presença do menino, iriam se perguntar o por que um menino se encontrava dentro da máquina do diabo, juntamente com seu arauto. Com certeza, movidos pela ignorância, iriam matar a todos os integrantes da máquina, por acreditarem que esses eram demônios.

O Juggernault tinha medo e então corria rápido para seu berço na França.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

ALEXANDRIA - CAPÍTULO III - PARTE III

O Juggernault adentrava as terras do interior da Ucrânia e por onde passava, os fazendeiros entravam em desespero, pois achavam que era um demônio, algumas vezes pequenos agrupamentos se deslocavam e preparavam emboscadas, acreditando que iriam impedir um demônio de cruzar suas terras. 

Eles usavam armas simples com pequeno poder de fogo, mosquetes, lâminas e arietes eram usados contra a robusta couraça de metal, porém não surtiam efeito e o poderoso Juggernalt continuava seu caminho. Para provocar medo e impedir novos ataques de interioranos, o general ligava o sistema de defesa, disparando os mosquetes e os lança chamas, saraivando e queimando quem se aproximava. As lâminas sobre a capota do veículo dilacerava os inocentes que acreditavam estarem lutando contra um enviado de Lucifer. 
O general gargalhava dentro de seu poderoso tanque, ouvindo o brado daqueles pobres coitados que tentavam exorcizar o monstro de metal. Para eles aquela abominável máquina era um demônio, mas para os que não eram leigos, que por sinal eram muito poucos, à primeira vista já percebiam que era um maquinário, porém se perguntavam se a tecnologia ou mesmo quem o comandava não era o próprio diabo, devido ao tamanho poder de fogo que a máquina demonstrava, além da falta de compaixão de seu controlador.
Muitas vilas sucumbiram ao poder do Juggernalt, não havendo nenhuma forma de resistência capaz no mundo até então. 
Passadas algumas semanas de atrocidades o Juggernalt chegou até uma vila, que se encontrava em um vale, rodeado de pinheiros e algumas colinas, um local bastante agradável e de beleza incontestável, e que era o local indicado no mapa traçado e decodificado pelos alquimistas e astrônomos reais. O Juggernalt parou no alto de uma colina e soltava algumas rajadas de fogo, como se tivesse vontade de amedrontar os que se encontravam  no vale. Logo a carapaça de abriu e sobre um cavalo o general desceu a colina em direção à vila.
Chegando na praça central, o general viu toda a vila fechada dentro de suas casas, mas percebia alguma movimentação nas janelas. Então ele começa a falar:
-Pequeninos! Venho até vós enviado por uma força sobrenatural... Meu senhor encontra-se sobre a colina e exige um tesouro que se encontra nessa vila... Em troca vocês serão poupados do fogo do inferno que assolou seus vizinhos!
E continuou:
-Exijo o menino nascido há 13 anos, orfão, e adotado pela igreja. O menino músico, prodígio que nasceu da profecia e deve servir ao império soberano do velho mundo!
Logo uma porta se abre e uma criança sai, andando vagarosamente, com medo e de cabeça baixa. O general desce de seu cavalo e para na frente do menino.
-Você parace doente!
 O menino olha para cima com medo e soluça.
-Está com medo? 
-Sim. Responde o menino.
-Pois não devia! Prova-me que é o profetizado e toda as pessoas dessa vila serão polpadas.
O general pega de dentro de uma bolsa um violino e entrega ao menino, também pega uma ampulheta e diz:
-Vamos! Toque!
O  menino começa a tocar e o general gira a ampulheta, logo a areia que caia constante para de escoar e o homem tem certeza que aquele era o garoto da profecia.
Como prometido o general polpa a vila e leva o garoto até a maquina destruidora que  parte imediatamente rumo à França.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ALEXANDRIA - CAPÍTULO III - PARTE II

Aquele general que cruzava as regiões frias da Ucrânia, corria em direção a pequenas vilas, pois uma antiga professia, que havia sido decodificada nos mapas dos piratas, indicava a posição do artefato que podia tornar o império em dominate na Europa.
O cocheiro para a carruagem e desce de seu banco elevado, vai até a porta e bate duas vezes com a mão, indicando que haviam chegado ao destino. -Senhor, chegamos onde me pediu. A porta se abre e o interior da carruagem se mostra forrado por papéis, muitos bastante amarelados, mostrando-se muito antigos.

 -Pois bem meu bom homem, vamos percorrer paralelamente o leito do rio Slavutich nome extraído do eslavo primitivo... Sabe onde ele fica?
-Sim general, hoje é conhecido como Rio Dniepre.
-Pois bem cocheiro vamos percorre-lo até a fronteira com a Bielorrússia!
 -A viagem será muito longa senhor, iremos passar por regiões bastante frias, posso acionar o sistema de defesa da carruagem?
- Sim meu caro, pode acionar... e não pare por nada!

O sistema de defesa da carruagem era uma cobertura de metal, cobria as rodas e o cocheiro, além de possuir sistemas de boias, para não afundar caso cruzem um rio. Varios canos e lâminas retráteis também estavam presentes sobre a poderosa carapaça de ferro. Os canos eram bocas de mosquetes ou uma espécie de lança chamas. Os cavalos corriam sobre uma espécie de sistema de eixos, rodas dentadas e roldanas, que juntamente com os cavalos ficavam cobertos por uma cobertura de ferro, interligada por junções móveis com parafusos, que mantinham a cobertura flexível .
Era uma arma poderosa, porém muito cara para ser fabricada, praticamente o mesmo custo de um navio, o império possuia somente uma e servia para carregar coisas importantes, era uma espécie de cofre ambulante. Tinha sido encomendada por um Messena italiano ao maior desevolvedor de armas da idade média, o próprio Leonardo da Vinci.
O projeto levou mais de 100 anos para ser finalizado devido a grande complexidade e necessidade de tecnologia diferente. O império francês somente tomou consciência do projeto, devido um nobre messena italiano estar falido e precisando de dinheiro. O mesmo vendeu os projetos da poderosa arma por um baú de recheado de esmeraldas.
Dentro dos muros do palácio francês isso ficou conhecido como escambo verde, pois esmeraldas não pagavam os projetos daquela incrível máquina. Porém, os franceses não imaginavam que era tão complexa e cara sua construção. A máquina de guerra era conhecida pelo apelido de Juggernault e somente ela já era terrível, mas não tão terrível quanto os franceses queriam, pois haviam muitos custos para sua construção.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

ALEXANDRIA - CAPÍTULO III - PARTE I


Muitas vezes, quando se pensa nos locais onde as tribos dos eslavos viveram, logo surge a imagem de terrenos brancos, cobertos pelo manto branco da neve, onde a água se dá na forma de pedras transparentes e com muitas pontas, logo se imagina rostos vermelhos queimados pelas rajadas frias e cortantes dos ventos que dançam entre os morros dos Pirineus e das florestas de pinheiros. Quando se pensa no povo, imagina-se pessoas fortes que não tem medo da morte pois lutam todos os dias pela sobrevivência.
Os Czares mandavam nesta região, eram os grandes Cesares do frio extremo, comandavam os destemidos e amendrontadores Cossacos. As cidades não eram tristes como os campos eslavos, possuiam muito vermelho da nobreza e o dourado do ouro, que as vezes acabavam ficando encobertos pela neve  que caia sem trégua por maior parte do tempo.
Uma cidade muito importante surgia com grande explendor logo a frente dos Pirineus,  sob o comando milenar de Czares, era uma grande honta viver nesse lugar, uma cidade que acreditava-se ser impossível de ser tomada, devido a grande necessidade dos invasores terem que conhecer a sazonalidade da região. A maior defesa da cidade num todo não era o exercito dos poderosos Cossacos, mas sim o frio, um guerreito invisível e extremamente indomável.
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Os Cavalos Cossacos eram as montarias mais fortes e confiáveis da região, andavam  na neve como se caminhassem e solo seco. Puxavam facilmente charretes e carruagens, por caminhos onde podia-se ver traços de rodas de bigas romanas de séculos anteriores, que ficaram de sicatrizes de um passado esquecido, onde os romanos lutaram muito para tentarem invadir o terreno gelado dos Pirineus.
Era o mês de outubro de 1784 e dentro de uma carruagem que cruzava a região da atual Ucrânia, um general francês se aventurava em busca de um tesouro que o Rei Sol havia pedido. Um tesouro raro, que muitos poucos sabiam de sua existência e que o próprio rei só teve conhecimento, devido a um achado importante de um historiador, que teve seu navio atacado por piratas holandêses.
Após uma feroz batalha naval, os dois navios, tanto o cargueiro quanto o corsário vieram a pique e esse historiador acabou por se tornar um naufrago, sendo levado até um pequeno arquipélago próximo das costas da ilha de Alba. Muitos destroços dos dois navios foram levados até o local onde ele se encontrava, vários baus lacrados com cadeados enferrujados se amontoaram  na praia. Buscando por comida e água ele estourou os lacres com pedras e descobriu cartas náuticas, ouro, garrafas de rum, pistolas e munição, além  de diversos mapas possuíndo estranhos símbolos. Como não se avistava nenhum navio no horizonte, o historiador começou a montar uma pequena cabana com os destroços dos cascos dos navios, como o tédio tomava conta quando ele não tinha que pescar ou coletar água da chuva, ele começou a ler os mapas e cartas náuticas. Ele então começou a perceber padrões nos símbolos, e a interpretação lógica veio em seguida. Passados três meses um navio de bandera portuguesa surgiu no horizonte, utilizando o ouro que tinha nos destroços, ele fez reflexos na direção da escuna e conseguiu chamar a atenção do imediato. Os marujos lusitanos cobraram a fortuna dos baus para que o naufrago subisse a bordo do navio, porém,  debaixo de suas vestes ele escondeu as cartas e mapas que estudara durante o tempo ocioso no arquipélago.
Ao aportarem  na Cidade do Porto o historiador nem mesmo procurou uma bodega para poder comer e beber, rapidamente correu em busca de uma carruagem que o levasse até Versales, pois o que ele tinha em mãos era algo que o Rei Sol iria se interessar muito.
Depois de mais alguns dias de viagem, o historiados retira as suas ultimas duas moedas de ouro, do tesouro pirata, e entrega ao cocheiro, pois ele já se encontrava próximo ao luxuoso palácio. Sujo, fedido, desarrumado, ele chega até o portão e diz uma frase ao soldado:
“ACORE CVE CIVM IS TORN!”
Este era o linguajar clássico da Torre dos Dez, uma língua morta antes do latim, conhecida como Carvm ou Garunês, que significa língua do sol. A frase foi passada ao historiador como senha para conseguir chamar o chefe da guarda palaciana. Somente pessoas iniciadas no meio tinha acesso ao linguajar. O que foi suficiente para o homem adentrar maltrapilho no palácio e conversar pessoalmente com o Rei.
O Rei Sol mandava em missão diversos historiadores pelo mundo, em busca de tesouros, que na realidade não se baseavam em ouro ou pedras preciosas, mas sim em artefatos especiais. Mas esse era o primeiro a retornar com algo de importância. Na realidade muitos dos historiadores ao descobrirem alguns artefatos, tinham uma crise de consciência, e não retornavam à França, pois sabiam dos desastres que estas descobertas trariam para o antigo mundo. Várias lendas os levavam em direção a lugares estranhos e distantes, mas esse historiador, que navegava em direção à América, somente esbarrou em algo de valor. E esse “algo de valor” indicava o local do verdadeiro tesouro.
Os mapas indicavam o caminho para uma grande arma, que se tornava humana de tempos em tempos, e que podia ditar os rumos da Europa. Segundo os alquimistas reais e os astronomos que mapearam todas cartas náuticas e celestes, o artefato encarnado em humano, se encontraria nas terras geladas dos Cossacos.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

ALEXANDRIA - CAPÍTULO II - PARTE X


O Fantasma se mostrava bastante irrequieto, quererndo sair do recinto, e ir logo de encontro com a tal arma, que segunto Bastian era um guerreiro sem igual. Várias e várias vezes sua mão corria pero cabo perolado de sua adaga.
- Quem são esses homens nos quadros. Pergunta Macula.
- Como disse, esses são a Tríade, foram responsáveis por muitas coisas importantes que aconteceram na Europa, muito antes de vocês nascerem. Agora chegou a vez de vocês tomarem o lugar deles. Comenta Bastian.
- E quem é quem nos quadros? Pergunta Macula.
- O de tapa-olho tinha uma característica próxima a sua, conseguia ver coisas que outros seres não conseguem ver. E continuou após uma pausa. – Ele dizia que via luzes diferentes, sempre comentou que via o som, provavelmente ondas de choque!
Bastian continuou.
- O que tem uma serpente possuia uma habilidade próxima ao do Fantasma... Conseguia cegar as pessoas com uma luz muito forte, produzida de seus dedos, com isso conseguia matar muita gente. O único problema é que a cegueira durava muito pouco tempo. Pelo que percebemos, ele não se cegava, pois as luzes eram iguais a flechas, possuiam uma espécie de ponta.
O Fantasma pergunta então:
-Por que a serpente?
Bastian responde:
-Pois existem serpentes na África e na Índia que cospem veneno nos olhos de suas presas... Ele era conhecido como Ofídio e o que falei antes era o Diapasão.
-Pois bem, então o último é o mais próximo da arma do cetro? Perguntou o Fantasma, já com a adaga na mão.
-Esse era o mais forte dos três, pois possuia as habilidades no mesmo nível que a de vocês.
-Como assim, os outros eram inferiores a ele e a nós também? Pergunta Macula.
-Sim e não. Seu nome era Tenor, e conseguiu desenvolver suas habilidades por mais tempo que o Ofídio e Diapasão, se eles tivessem mais tempo, com certeza seriam no mesmo nível, mas isso não pode acontecer, pois os dois, tinham discípulos e passavam muito tempo os ensinando e não desenvolvendo. Eu acredito que se eles desenvolvessem mais, com certeza seriam homens tão perigosos quanto vocês.
Bastian continuou.
-Porém, Diapasão e Ofídio possuiam a capacidade de sairem de problemas muito mais facilmente que o Tenor, pois sabiam como usar características humanas, ou seja, não necessitavam somente de seus talentos para sobreviverem.
-Mas qual a habilidade desse Tenor? Pergunta o Fantasma.
-Hipnose e ilusão por som.
-Como sabe disso? Pergunta o Fantasma.
-Pois existem pessoas que ele escolheu não matar. Essas pessoas, dizem que ouviram um violino e então uma grande confusão mental se deu... Quando acordaram, havia um caos. Comenta Bastian.
-Ouvi dizer da Sinfônia do Diabo, que muitas vezes é ouvida em alguns campos de batalha... Um violino tocando, seguido de gritos de morte e agônia. Diz Macula.
Bastian faz um sinal positivo com a cabeça e diz:
-E o mais intrigante é que o sinfônia somente favorece ao exército de Napoleão Bonaparte.
-Logo encontraremos ele com os franceses. Diz o Fantasma.
-Não somente com os franceses, mas com propriamente dito o Cetro! Completa Macula.
-Agora vocês sabem que o inimigo se escondia nas sombras do sol, nas sombras do rei decaptado... Se querem vingar-se, respostas serão encontradas com os verdadeiros controladores do império francês. Comenta Bastian.
-Então o Cetro é os que governam a França! Diz o Fantasma, gesticulando com sua adaga em punho.
-Há muitas outras coisas que vocês devem escutar antes de sairem em direção a França.
Mas já era tarde, o Fantasma já havia desaparecido sorrateiro, deixando sua adaga cravada no quadro do Tenor.